INTRODUÇÃO
Vivemos num mundo que insiste em negar a existência do pecado e, quando admite a existência do pecado, em negar que a forma única pela qual se consegue a libertação do pecado é por intermédio de Cristo Jesus e de seu sacrifício na cruz do Calvário. Não são poucos aqueles que o “mistério da injustiça” tem levantado, nestes últimos dias, para tentar negar as evidências das verdades bíblicas, “falsos doutores” que, eles mesmos, não têm conseguido se livrar do pecado (II Pe.2:1,2). Negar a existência de Deus, e, por conseguinte, negar que a Bíblia é a sua Palavra é um papel de satanás. Isto, ao longo da história, e com maior ênfase nestes tempos do Pós - Modernismo, ele tem feito, sempre usando os instrumentos humanos que, conscientes ou não, se deixam usar por eles.
Está escrito que Deus, ao completar a obra da criação, declarou que tudo era "muito bom". Observando, mesmo ligeiramente, chegamos à convicção de que muitas coisas que agora existem não são boas — o mal, a impiedade, a opressão, a luta, a guerra, a morte, a inveja, avareza, imoralidade, infidelidade, idolatria e o sofrimento. E naturalmente surge a pergunta: Como entrou o mal no mundo? — pergunta que tem deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia oferece a resposta de Deus; ainda mais, informa-nos o que o pecado realmente é; melhor ainda, apresenta-nos o remédio para o pecado
Origem do pecado
O Pecado se originou no Mundo Angélico.
A Bíblia nos ensina que na tentativa de investigar a origem do pecado devemos retornar à queda do homem, na descrição de Gen 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico. Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador ,(Gen 1:31). Mas ocorreu uma queda no mundo angélico , queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus. A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em João 8:44. Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio e em 1 João 3:8 diz João que o Diabo peca desde o princípio.
A origem do pecado na raça humana.
Com respeito à origem do pecado na história da humanidade a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e portanto com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Deus. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Mas a coisa não parou aí, pois com esse primeiro pecado Adão passou a ser escravo do pecado. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que dada a solidariedade da raça humana, teria efeito não somente sobre Adão , mas também sobre todos os seus descendentes. Como resultado da queda, o pai da raça só pode transmitir uma natureza depravada aos descendentes. Dessa fonte não Santa o pecado fluí numa corrente impura passando para todas as gerações de homens corrompendo tudo e todos com que entra em contato. É exatamente esse estado de coisas que torna tão pertinente a pergunta de Jó.Quem da imundície poderá tirar cousa pura ? Ninguém, (Jó 14:4).
Portanto,assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens,porque todos pecaram..Deus adjudica a todos os homens a condição de pecadores, culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma:
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação , assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Por que ,como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só ,muitos se tornarão justos.”
( Romanos 5:18,19).
O QUE É PECADO?
O pecado não é um acontecimento devido ao acaso, que não envolva culpa por parte dos pecadores – não é um acidente.
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim, também, a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Romanos 5:12)
Há quem ensine que o pecado é acidental; porém, conforme temos verificado, o ensino da bíblia é que o pecado resultou de um ato de desobediência responsável por parte de Adão.
O pecado não é mera debilidade da criatura, pela qual o homem não deve ser responsabilizado ou tido por culpado.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso: quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)
Há os que afirmam que o pecado é apenas uma espécie de debilidade ou fraqueza, pelo que somos muito infelizes, porém de modo algum culpáveis ou condenáveis. Mas essa opinião, tal como a anterior, é contrária à verdade revelada na bíblia.
Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, o pecado é considerado principalmente um rompimento de relações entre o pecador e Deus.
Jesus retratou a vida humana ideal como a vida de comunhão com Deus. Jesus localiza a fonte do pecado no intento íntimo dos homens. Dessa maneira, Jesus aprofundou muito o senso de culpa.
O pecado não é metafísico, mas também não é somente uma mera decisão errada. São decisões erradas e livres, decorrentes de um estado pecaminoso e depravado...
Em sua estrutura concreta, o homem é, antes de mais nada, um ser no mundo que, contudo, transcende o mundo não somente no plano horizontal mas também em uma trans-ascendência, uma abertura para Deus”. As teorias filosóficas, psicológicas, sociológicas ou antropológicas, entre muitas outras correntes do pensamento humano, de fato, à parte das Sagradas Escrituras, não são capazes de responder as mais profundas indagações existenciais do homem moderno. Muito menos, ignorando a doutrina bíblica do pecado e da regeneração do homem, ter êxito nos projetos sociais e educacionais, e nas penalidades mais severas para os criminosos. O problema não se circunscreve a exterioridade: falta de moradias, de educação, de trabalho, de cultura, mas ao distanciamento do homem de seu Criador, DEUS.
Pecado é tudo que fazemos em desacordo com a vontade de Deus, contrário à Sua Palavra, em desobediência aos seus mandamentos, tudo que vai contra a santidade de Deus. O pecado é um ato de rebeldia: "Todo aquele que pratica o pecado, também transgride a lei, pois o pecado é a transgressão da lei" (1 João 3.4).
Não há necessidade de discutir a questão da realidade do pecado; a história e o próprio conhecimento intimo do homem oferecem abundante testemunho do fato. Muitas teorias, porém, apareceram para negar, desculpar, ou diminuir a natureza do pecado.
O ateísmo, ao negar a Deus, nega também o pecado, porque, estritamente falando, todo pecado é contra Deus; e se não há Deus, não há pecado. O homem pode ser culpado de pecar em relação a outros; pode pecar contra si mesmo, porém estas coisas constituem pecado unicamente em relação a Deus. Enfim, todo mal praticado é dirigido contra Deus, porque o mal é uma violação do direito, e o direito é a lei de Deus.
A heresia do hedonismo (da palavra grega que significa "prazer") é a teoria que sustenta que o melhor ou o mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga à dor; de modo que a primeira pergunta que se faz não é: "Isto e correto?", mas: "Traz prazer?" Nem todos os hedonistas têm uma vida de vícios, mas a tendência geral do hedonista é desculpar o pecado e disfarçá-lo, qual pílula açucarada, com designações tais como estas: "é uma fraqueza inofensiva"; "é pequeno desvio"; "é mania do prazer"; "é fogo da juventude". Eles desculpam o pecado com expressões como estas: "Errar é humano"; "o que é natural é belo e o que é belo é direito." é sobre essa teoria que se baseia o ensino moderno de "auto-expressão".
Em linguagem técnica, o homem deve "libertar suas inibições"; em linguagem simples, "ceder à tentação porque reprimi-la é prejudicial à saúde". Naturalmente, isso muitas vezes representa um intento para justificar a imoralidade.
Mas esses mesmos teóricos não concordariam em que a pessoa desse liberdade às suas inibições de ira, ódio criminoso, inveja, embriaguez ou alguma outra tendência similar. No fundo dessa teoria está o desejo de diminuir a gravidade do pecado, e ofuscar a linha divisória entre o bem e o mal, o certo e o errado. Representa uma variação moderna da mentira antiga: "Certamente não morrerás." E muitos descendentes de Adão têm engolido a amarga pílula do pecado, adoçada com a suposta suavizante segurança: "Isto não te fará dano algum." O bem é simbolizado pela alvura, e o pecado pela negrura, porém alguns querem misturá-los, dando-lhes uma cor cinzenta neutra. A admoestação divina àqueles que procuram confundir as distinções morais, é: "Ai daqueles que chamam o mal bem, e o bem mal"
O PECADO COMO UM ATO.
Em 1 João 3:4 temos a definição do pecado como um ato. É um transgredir, ou um ir contrário à Lei de Deus.
O PECADO COMO UM ESTADO.
Há muitas pessoas que não querem ver que o pecado vai mais além de um ato manifesto. Um pouco de reflexão mostrará que os nossos atos não são senão expressões do nosso ser interior.
Que o pecado de Adão prejudicou não só a ele, mas também a todos os seus descendentes, por geração ordinária, é parte da fé de todo o mundo cristão. A pecaminosidade do estado em que o homem está, consiste na culpa do primeiro pecado de Adão, na ausência de retidão original e na corrupção de toda a sua natureza, o que comumente recebe o nome de pecado original, consequentemente todas as transgressões concretizadas advêm desse estado de pecado do homem. E como conseqüência dessa corrupção original, os homens estão totalmente indispostos, incapacitados e opostos a todo bem, e totalmente inclinados a todo mal.
Não só vemos a manifestação da ira, malícia, egoísmo, inveja, orgulho e outras disposições maldosas, mas todo o desenvolvimento da alma em direção ao mundo e afastando-se de Deus. A alma de uma criança se dirige, movida por uma lei interior, das coisas invisíveis e eternas, para as coisas que se vêem e são temporais. É, em suas mais precoces manifestações, profana, terrena. Como esse é o testemunho da experiência universal, assim o é da Bíblia.
“Desviam-se os ímpios desde sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras”
(Salmos 58:3)
“A estultícia [o mal moral] está ligada ao coração da criança” (Provérbios 22:15)
É um fato inegável, a universalidade do pecado entre os homens, seu poder dominante e sua manifestação precoce, constituem clara prova da corrupção de nossa natureza comum.
Como o fato de todos os homens executarem ações morais é prova de que, possuem uma natureza moral, assim também o fato de tal conduta moral ser sempre má, ou de todos os homens pecarem desde o mais precoce desenvolvimento de suas capacidades, constitui prova de que sua natureza moral é depravada.
É absolutamente inconsistente com todas as idéias justas de Deus que Ele tenha criado o homem com uma natureza que, de alguma forma, o conduza ao pecado e à destruição; ou que lhe haja colocado em circunstâncias que inevitavelmente o levem a pecar e a sua ruína. O atual estado da natureza humana não pode ser, portanto, sua condição normal e original. Somos uma raça apostatada. Nossa natureza corrompeu-se por nossa apostasia de Deus, e por isso toda a imaginação dos pensamentos do coração do homem é só e continuamente para o mal (Genesis 8:21). Esta é a solução bíblica e a única solução racional do fato inegável da profunda, universal e precoce pecaminosidade manifesta nos homens em todos os tempos e em todas as partes do mundo.
As criancinhas necessitam de redenção do mesmo modo que os adultos, porque também elas estão incluídas no pacto da graça. Redenção, porém, no sentido cristão do termo, é libertação, por meio do sangue de Cristo, do poder e das conseqüências do pecado. Cristo veio salvar os pecadores. E não salva a nenhum outro além dos pecadores. Se salva as criancinhas, elas têm de estar em estado de pecado. Não há possibilidade de evitar esta conclusão, exceto negando o estado de pecado da criança desde o nascimento. Negando assim, que as criancinhas são salvas por meio de Cristo e fundamentando a salvação das criancinhas em um suposto estado de “inocência” e “santidade”, mesmo longe de Deus.
Somente por causa de Cristo, ou mediante sua intervenção, elas são transferidas de um estado de existência condenável no qual sua natureza se desenvolveu para um estado de santidade. Toda bíblia ensina claramente que a morte de Cristo é absolutamente necessária; que, se houvesse outra maneira pela qual os homens pudessem ser salvos, Cristo teria morrido em vão (Gálatas 2:21 e 3:21). Pressupõe-se que os homens, todos os homens, as crianças e os adultos, estão em estado de pecado e desgraça, do qual ninguém, senão um divino Salvador, pode livrar.
A bíblia não faz exceção alguma de classe, nação, caráter ou idade em relação ao estado de pecado e a necessidade de um salvador.
As crianças sempre estiveram incluídas com seus pais em cada revelação ou promulgação do pacto da graça. O pacto com Abraão não foi feito somente com ele, mas também com sua posteridade, pequenos e adultos. As escrituras, portanto, sempre contemplam os filhos desde o nascimento como carentes de salvação, e como inclusos no plano da salvação que a bíblia revela. Isso é ainda mais evidente pelo fato de que o sinal e selo da circuncisão sob a antiga dispensação se aplicava a recém-nascidos. O selo das promessas feitas a Abraão também nos alcançou (Gálatas 3:14). Isso esclarece por que o Apostolo ensina que Abraão recebeu a circuncisão como selo da justiça da fé. Ou seja, foi o selo daquele pacto que prometeu e assegurou a justiça sobre a condição da fé. Está claro que as escrituras ensinam que a circuncisão tinha um sentido espiritual.
“Assim, também, David declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça, sem as obras, dizendo:Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos;
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.
Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.
Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão, ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão. E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles, também, na incircuncisão; a fim de que, também, a justiça lhes seja imputada;E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que, também, andam nas pisadas daquela fé do nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.” (Romanos 4:6-12)
A morte com a qual Adão foi ameaçado não era mera dissolução de seu corpo, mas morte espiritual. A morte física das criancinhas é uma prova patente de que elas estão sujeitas à penalidade que sobreveio aos homens devido a um homem, ou pela desobediência de um só.
Pecado de Omissão e Comissão
O pecado tanto pode consistir de omissão em fazer a coisa justa ou o bem, como de comissão em fazer a coisa errada e má.
"Ao que se sabe fazer o bem e o não faz, ao tal é pecado" (Tiago 4:17).
Aqui passamos do lado negativo para o lado positivo da vida cristã, e aprendemos que deixar por fazer aquilo que sabemos competir-nos, é pecar. Suponhamos que, do presente momento em diante, nunca mais praticássemos qualquer mal, nem prejudicássemos de nenhuma forma nosso semelhante, viveríamos sem pecar? Não, pois nosso pecado apareceria no fato de não fazermos todo bem que deveríamos fazer.
A prática do orgulho e da arrogância
“Olhar altivo, coração orgulhoso e até a lavoura dos ímpios é pecado.” (Provérbios 21:4)
É a auto-exaltação e a arrogância, o que denota uma atitude errônea da mente e do coração para com o próprio Deus.
Atitude duvidosa é pecado
“Mas, aquele que tem dúvidas, se come, está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado.” (Romanos 14:23) vede também (1 João 3:18-22).
Havendo dúvida, o crente deve decidir pelo que não pode desagradar a Deus. A prática de qualquer atitude ou prática com dúvida, trará, inevitavelmente, a condenação. Não se pode também usar esse texto e cair no erro de achar que tudo que fazemos, e nossa mente não nos condena, é certo ou Deus não condenará nosso ato. A nossa mente ou consciência não determina o padrão de certo e errado, mas sim a palavra de Deus, a bíblia sagrada. A mente do homem sem Deus é cauterizada e obscurecida (1 Coríntios 8:7/ 1Timóteo 4:2/ Tito 1:15/ Hebreus 9:14/10:22) não pode saber a exata vontade de Deus, ou discernir sua vontade de forma ideal sem o exame da palavra de Deus (a bíblia) e o esclarecimento do Espírito Santo.
Favoritismo é pecado
“Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores.” (Tiago 2:9)
Tal acepção coloca nossas relações com os homens, não na base do mérito ou da misericórdia, mas na base do lucro ou satisfações pessoais, o que é evidentemente errado e pecado.
Desprezo ao semelhante é pecado
“O que despreza ao seu companheiro peca, mas o que se compadece dos humildes é bem-aventurado.” (Provérbios 14:21)
É absoluta desobediência ao mandamento que diz: ”...amarás o teu próximo como a ti mesmo”, e também incoerência com a vida sintonizada com Deus.
Incredulidade para com Jesus Cristo é pecado
“E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
Do pecado, porque não crêem em mim;” (João 16:8,9)
A incredulidade é raiz da qual se originam todos os demais pecados. Foi depois que Eva permitiu à incredulidade penetrar em seu coração, que ela respondeu favoravelmente ao tríplice apelo da tentação. É o pecado que exclui Deus da alma e que, caso o indivíduo persista nele, excluirá a alma eternamente de Deus.
O reino vegetal, animal e toda a criação foram afetados pelo pecado do homem
“...Maldita é a terra por tua causa.” (Genesis 3:17,18/ Isaias 55:13)
O reino vegetal, animal e toda a natureza foi amaldiçoada por causa do pecado do homem, mas será finalmente redimida dessa maldição por ocasião da volta de Cristo para reinar.
“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.
Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
Na esperança de que, também, a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto, até agora.” (Romanos 8:19-22)
O mal se atribui a pensamentos e afetos.
Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Mateus 5:22,26; Hebreus 3:12.
O pecado pode tomar as formas de avareza, orgulho, vaidade, ambição, sensualidade, ciúme, ou mesmo o amor de outrem, em cujo caso outros são amados porque são tidos como estando de algum modo ligado ao Eu ou contribuindo para o Eu. O pecador pode buscar a verdade, mas sempre por fins interesseiros, egoísticos. Ele pode dar seus bens para alimentar o pobre, ou mesmo o seu corpo para ser queimado, mas só por meio de um desejo egoísta de gratificação carnal ou honra ou recompensa. O pecado, como egoísmo, tem quatro partes: "(1) Vontade própria, em vez de submissão; (2) ambição, em vez de benevolência; (3) justiça própria, em vez de humildade e reverência; (4) auto-suficiência, em vez de fé"
Vemos, então, que o pecado não é meramente um resultado do desenvolvimento imperfeito do homem: é uma perversidade da vontade e da disposição. O homem nunca a sobrepujará enquanto ele estiver na carne. A regeneração põe um entrave sobre ela, mas não a destrói. O homem regenerado não é mais servo do pecado, mas também não está longe dele, convive com o pecado, mas o pecado não o domina mais.
Leia:
“Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.” (1 João 1:8)
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.” (ROM. 8:1,2)
"Porque esta é à vontade de Deus, a vossa santificação... que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra, não na paixão de concupiscência...porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação" (1 Tessalonicenses 4.3-7).
Conseqüências do pecado
O pecado é tanto um ato como um estado. Como rebelião contra a lei de Deus, é um ato da vontade do homem; como separação de Deus, vem a ser um estado pecaminoso. Segue-se uma dupla conseqüência: o pecador traz o mal sobre si mesmo por suas más ações, e incorre em culpa aos olhos de Deus. Duas coisas, portanto, devem distinguir-se; as más conseqüências que seguem os atos do pecado, e o castigo que virá no juízo. Isto pode ser ilustrado da seguinte maneira: Um pai proíbe ao filho pequeno o fumar cigarros, e fá-lo ver uma dupla conseqüência: primeira, o fumar fá-lo-á sentir-se doente; segunda, ser castigado pela sua desobediência. O menino desobedece e fuma pela primeira vez. As náuseas que lhe sobrevêm representam as más conseqüências do seu pecado, e o castigo corporal subseqüente representa o castigo positivo pela culpa. Da mesma maneira as Escrituras descrevem dois efeitos do pecado sobre o culpado: primeiro, é seguido por conseqüências desastrosas para sua alma; segundo, trará da parte de Deus o positivo decreto de condenação.
Desfiguração da imagem divina. O homem não perdeu completamente a imagem divina, porque ainda em sua posição decaída é considerado uma criatura à imagem de Deus (Gên. 9:6; Tia. 3:9).
Pecado inerente, ou "pecado original". O efeito da queda arraigou-se tão profundamente na natureza humana que Adão, como pai da raça, transmitiu a seus descendentes a tendência ou inclinação para pecar. (Sal. 51:5.) Esse impedimento espiritual e moral, sob o qual os homens nascem, é conhecido como pecado original. Os atos pecaminosos que se seguem durante a idade de plena responsabilidade do homem são conhecidos como "pecado atual". Cristo, o segundo Adão, veio ao mundo resgatar-nos de todos os efeitos da queda. (Rom. 5:12-21.) Esta condição moral da alma é descrita de muitas maneiras: todos pecaram (Rom. 3:9); todos estão debaixo da maldição (Gál. 3:10); o homem natural é estranho às coisas de Deus (1 Cor. 2:14); o coração natural é enganoso e perverso (Jer. 17:9); a natureza mental e moral é corrupta (Gên. 6:5, 12; 8:21; Rom. 1:19-31); a mente carnal é inimizade contra Deus (Rom. 8:7, 8); o pecador é escravo do pecado (Rom. 6:17; 7:5); é controlado pelo príncipe das potestades do ar (Efés. 2:2); está morto em ofensas e pecados (Efés. 2:1); e é filho da ira (Efés. 2:3).
Maldição Hereditária
Será que os pecados cometidos por nossos antepassados podem chegar até nós de forma hereditária? É isso que acreditam aqueles que encontraram na Bíblia embasamento para dizer que problemas como alcoolismo, adultério, diabete e até mesmo câncer, podem ser frutos de uma maldição familiar.
Uma das distorções doutrinárias mais difundidas entre o povo de Deus ultimamente é o ensino das maldições hereditárias conhecido também como maldição de família ou pecado de geração. Estes conceitos circulam bastante através da televisão, rádio, literatura e seminários nas igrejas. Muitos líderes, ministérios e igrejas, antes sólidos e confiáveis, acabaram sucumbindo a mais esse ensino controvertido e importado dos Estados Unidos.
Os pregadores da maldição afirmam que se alguém tem algum problema relacionado com alcoolismo, pornografia, de pressão, adultério, nervosismo, divórcio, diabete, câncer e muitos outros, é porque algum antepassado viveu aquela situação ou praticou aquele pecado e transmitiu tal pecado ou maldição a um descendente. A pessoa deve então orar a Deus a fim de que lhe seja revelado qual é a geração no passado que o está afetando. Uma vez que se saiba qual, pede-se perdão por aquele antepassado ou pela geração revelada e o problema estará resolvido, isto é, estará desfeita a maldição.
Marilyn Hickey, autora norte-americana e que já esteve várias vezes no Brasil em conferências da Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), promove constantemente este ensino. Note suas palavras:
Se você ou algum de seus ancestrais deu lugar ao diabo, sua família poderá estar sob a Maldição Hereditária e esta se transmitirá a seus filhos. Não permita que sua descendência seja atingida pelo diabo
através das maldições de geração. Os pecados dos pais podem passar de uma a outra geração, e assim consecutivamente. Há na sua família casos de câncer, pobreza, alcoolismo, alergia, doenças do coração, perturbações, mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade, adultério? Estas são algumas das características que fazem parte da maldição hereditária nas famílias. Contudo, elas podem ser quebradas!
Um dos textos bíblicos mais usados pelos pregadores da maldição hereditária para defender este ensino é Êxodo 20:4-6:
"Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos."
É preciso que se leve em consideração o assunto do texto aqui citado. De que trata, afinal, tal passagem? Alcoolismo, pornografia, depressão, ou problemas do gênero? É óbvio que não. O texto fala de idolatria e não oferece qualquer base para alguém afirmar que herdamos maldições espirituais de nossos antepassados em qualquer área das dificuldades humanas.
REFUTAÇÃO A DOUTRINA DA MALDIÇÃO HEREDITÁRIA
Está escrito no livro de EZEQUIEL 18: 1-20
"De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?
3 Vivo eu, diz e Senhor Deus, não se vos permite mais usar deste provérbio em Israel.
4 Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.
5 Sendo pois o homem justo, e procedendo com retidão e justiça,
6 não comendo sobre os montes, nem levantando os seus olhes para os ídolos da casa de Israel, nem contaminando a mulher do seu próximo, nem se chegando à mulher na sua separação;
7 não oprimindo a ninguém, tornando, porém, ao devedor e seu penhor, e não roubando, repartindo e seu pão com o faminto, e cobrindo ao nu com vestido;
8 não emprestando com usura, e não recebendo mais de que emprestou, desviando a sua mão da injustiça, e fazendo verdadeira justiça entre homem e homem;
9 andando nos meus estatutos, e guardando as minhas ordenanças, para proceder segundo a verdade; esse é justo, certamente viverá, diz o Senhor Deus,
10 E se ele gerar um filho que se torne salteador, que derrame sangue, que faça a seu irmão qualquer dessas coisas;
11 e que não cumpra com nenhum desses deveres, porém coma sobre os montes, e contamine a mulher de seu próximo,
12 oprima ao pobre e necessitado, pratique roubos, não devolva o penhor, levante os seus olhos para os ídolos, cometa abominação,
13 empreste com usura, e receba mais do que emprestou; porventura viverá ele? Não viverá! Todas estas abominações, ele as praticou; certamente morrerá; o seu sangue será sobre ele.
14 Eis que também, se este por sua vez gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai fez, tema, e não cometa coisas semelhantes,
15 não coma sobre os montes, nem levante os olhos para os ídolos da casa de Israel, e não contamine a mulher de seu próximo,
16 nem oprima a ninguém, e não empreste sob penhores, nem roube, porém reparta o seu pão com o faminto, e cubra ao nu com vestido;
17 que aparte da iniqüidade a sua mão, que não receba usura nem mais do que emprestou, que observe as minhas ordenanças e ande nos meus estatutos; esse não morrerá por causa da iniqüidade de seu pai; certamente viverá.
18 Quanto ao seu pai, porque praticou extorsão, e roubou os bens do irmão, e fez o que não era bom no meio de seu povo, eis que ele morrerá na sua iniqüidade.
19 contudo dizeis: Por que não levará o filho a iniqüidade do pai? Ora, se o filho proceder com retidão e justiça, e guardar todos os meus estatutos, e os cumprir, certamente viverá.
20 A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho, A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele."
Como posso saber se algo é pecado?
Há dois aspectos envolvidos nesta questão:
Há coisas que a Bíblia especificamente menciona e declara como pecado. Exemplos disto incluem: Provérbios 6:16-19; Gálatas 5:19-21; I Coríntios 6:9-10. Não pode haver dúvidas que estas Escrituras apresentam tais atividades como pecaminosas, coisas que Deus não aprova: assassinato, adultério, mentira, roubo, etc. Não há dúvidas de que a Bíblia apresenta tais coisas como pecado.
O ponto mais difícil está em determinar o que é pecado em áreas que a Bíblia não apresenta diretamente. Quando a Bíblia não menciona um determinado assunto, temos, em Sua palavra, alguns princípios gerais que nos guiarão. Quando não há referência específica na Escritura, é bom perguntar não se determinada coisa é errada, mas se é realmente boa.
Se há lugar para a dúvida se algo agrada a Deus, então melhor é desistir. “...e tudo o que não é de fé é pecado” (Romanos 14:23)
Devemos avaliar nossas ações não somente em relação a Deus, mas também em relação a seus efeitos em nossa família, nossos amigos e outras pessoas em geral. Mesmo se algo em particular possa não nos ofender pessoalmente, se for ofensivo ou afetar a outra pessoa, isto é errado e pecado. “Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça. Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos” (Romanos 14:21; 15:1).
Lembrem-se, finalmente, de que Jesus Cristo é nosso Senhor e Salvador, e não se pode permitir que nada mais tome a prioridade de que estejamos em acordo com Sua vontade. Não se pode deixar que nenhum hábito, recreação ou ambição tenha um excessivo controle sobre nossas vidas: somente Cristo tem esta autoridade. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (I Coríntios 6:12).
Neste capítulo 14 de romanos, Paulo aplica o amor fraternal à convivência de irmãos, quando surgem diferenças.
Os que se julgam fortes devem acolher os fracos, mas não para discutir opiniões (1). As questões que Paulo trata aqui envolvem a consciência de irmãos que ainda não reconhecem determinadas liberdades em Cristo. Não são divergências sobre doutrinas reveladas por Deus. Não devemos usar este texto para justificar a cumplicidade no pecado, mas devemos ceder em questões de opinião para não ferir a consciência de um irmão mais fraco na fé.
A primeira aplicação: comer carne (2-4). Deus não proibia que o cristão comesse carne (embora proíba comer carne oferecida aos ídolos – Apocalipse 2:14), mas alguns tiveram dificuldade em aceitar esta liberdade. A decisão de comer carne ou não era uma questão particular.
A segunda aplicação: fazer distinção entre dias (5-6). É bem possível que alguns cristãos judeus ainda acharam melhor descansarem no sábado, ou talvez ainda comemoraram alguns dias de festas, possivelmente como feriados nacionais. Paulo ensinou os irmãos a tolerarem tais diferenças de consciência.
Nas instruções sobre tolerância, Paulo diz que devemos: Aceitar o débil (fraco), mas não para discutir opiniões (1). Devemos ensinar as doutrinas bíblicas, mas não devemos insistir em defender alguma liberdade não essencial. Em questões onde Deus não definiu uma única maneira de agir, respeitar as decisões dos outros (3). Lembrar que o nosso irmão é, primeiramente, um servo de Deus e, como tal, será julgado por Deus (4,10-12). Respeitar a nossa própria consciência e, acima de tudo, a vontade de Deus, porque pertencemos ao Senhor na vida e na morte (5-9,12).
Consciência e Fé (13-23)
Aqui, Paulo leva os mesmos princípios adiante, mostrando o perigo de agir de uma maneira que prejudique um irmão. Não devemos julgar os irmãos, nem devemos fazer com que um deles tropece (13). Mesmo em casos de coisas lícitas, devemos evitar ferir a consciência do irmão. Se insistir em usar todas as nossas liberdades, o nosso bem pode ser desprezado (14-16).
A ênfase no reino de Deus não é a liberdade de comer ou beber alguma coisa, e sim a de participar da justiça e alegria no Espírito Santo (17). Quando servimos a Deus, agradamos ao Senhor e aos homens (18). Desta maneira, promovemos a paz e a edificação (19). Se insistirmos em usar as nossas liberdades, sem considerar a consciência do irmão, estaríamos destruindo a obra de Deus (20-21). É melhor abrir mão de algum privilégio do que fazer um irmão tropeçar.
É importantíssimo mantermos a nossa consciência limpa diante de Deus, nada fazendo na dúvida (22-23).
A QUESTÃO DA POLIGAMIA
Por que Deus permitiu que Salomão tivesse tantas mulheres, se ele condena a poligamia?
(1 Reis 11:1)
PROBLEMA: Em 1 Reis 11:3, lemos que Salomão tinha 700 mulheres e 300 concubinas. Mas as Escrituras repetidamente nos advertem contra manter mais de uma mulher (Deut 17:17) e violar o princípio da monogamia - um homem para uma mulher (cf. 1 Co 7:2).
SOLUÇÃO: A monogamia é o padrão de Deus para os homens. Isso está claro nos seguintes fatos:
(1) Desde o princípio Deus estabeleceu este padrão ao criar o relacionamento monogâmico de um homem com uma mulher, Adão e Eva (Gen 1:27; 2:21-25).
(2) Esta ficou sendo a prática geral da raça humana (Gen 4:1), seguindo o exemplo estabelecido por Deus, até que o pecado a interrompeu (Gen 4:23).
(3) A Lei de Moisés claramente ordena: “Tampouco para si multiplicará mulheres” (Deut 17:17).
(4) A advertência contra a poligamia é repetida na própria passagem que dá o número das muitas mulheres de Salomão (1 Reis 11:2): “Não caseis com elas, nem casem elas convosco”.
(5) Jesus reafirmou a intenção original de Deus ao citar esta passagem (Mat 19:4) e ao observar que Deus “os fez homem e mulher” e os juntou em casamento.
(6) O NT enfatiza que “cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7:2).
(7) De igual forma, Paulo insistiu que o líder da igreja deveria ser “esposo de uma só mulher” (1 Tim 3:2; 12).
(8) Na verdade, o casamento monogâmico é uma prefiguração do relacionamento entre Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32).
A poligamia nunca foi estabelecida por Deus para nenhum povo, sob circunstância alguma. De fato, a Bíblia revela que Deus puniu severamente aqueles que a praticaram, como se pode ver pelo seguinte:
(1) A primeira referência à poligamia ocorreu no contexto de uma sociedade pecadora em rebelião contra Deus, na qual o assassino “Lameque tomou para si duas esposas” (GN 4:19,23).
(2) Deus repetidamente advertiu ou polígamos quanto às conseqüências de seus atos: “para que o seu coração se não desvie” de Deus (Dt 17:17; cf. 1 Rs 11:2).
(3) Deus nunca ordenou a poligamia - como o divórcio, ele somente a permitiu por causa da dureza do coração do homem (Dt 24:1; Mt 19:8).
(4) Todo praticante da poligamia na Bíblia, incluindo Davi e Salomão (1 Crônicas 14:3), pagou um alto preço por seu pecado.
(5) Deus odeia a poligamia, assim como o divórcio, porque ela destrói o seu ideal para a família (cf. Ml 2:16).
Em resumo, a monogamia é ensinada na Bíblia de várias maneiras:
(1) pelo exemplo precedente, já que Deus deu ao primeiro homem apenas uma mulher;
(2) pela proporção, já que as quantidades de homens e mulheres que Deus traz ao mundo são praticamente iguais;
(3) por preceito, já que tanto o AT como o NT a ordenam (veja os versículos acima);
(4) pela punição, já que Deus puniu aqueles que violaram o seu padrão (1 Reis 11:2); e (5) por prefiguração, já que o casamento de um homem com uma mulher é uma tipologia de Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32). Apenas porque a Bíblia relata o pecado de poligamia praticado por Salomão, não significa que Deus a aprove.
A Lei Mosaica Desencorajava a Poligamia
A Lei Mosaica Desencorajava a Poligamia, Protegia as Mulheres.
As provisões da Lei eram tais que na realidade desencorajavam a poligamia. Cada vez que o homem tinha relações sexuais com sua esposa, ficava impuro, em sentido religioso, por um dia. (Lev. 15:16, 17) Assim, ter relações com várias esposas tornariam as coisas inconvenientes, com maior freqüência, para o hebreu, pois a impureza impedia o homem de empenhar-se em várias atividades. (Lev. 7:20, 21; 1 Sam. 21:3-5; 2 Sam. 11:11) Também, as leis da herança exigiam que o homem fornecesse a herança dupla a seu primogênito, mesmo que fosse filho de sua esposa menos amada. (Deu. 21:15-17) Nestes aspectos, a poligamia era indesejável.
QUANDO Jesus Cristo esteve na terra, ele declarou o padrão de Deus com respeito ao casamento. Indagado sobre um homem divorciar-se de sua esposa “por qualquer motivo”, Jesus replicou: “Não lestes que aquele que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: ‘Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne’? De modo que não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” Mat. 19:3-6.
A NEGAÇÃO DA PECAMINOSIDADE DO HOMEM
O pecado é produto da manipulação religiosa – Este é outro pensamento do movimento Pós-Modernista. O adversário cunhou uma ousada estratégia para enganar o homem, qual seja, a idéia de que o pecado simplesmente inexiste. Segundo esta linha de pensamento, o pecado é uma ilusão, é algo que foi simplesmente criado por alguns homens com o intuito de promoção de dominação sobre os demais seres humanos.
Muitos foram aqueles que o inimigo usou ao longo da história da humanidade para fomentarem esta idéia. O profeta Isaías já pronunciara uma sentença divina contra aqueles que assim faziam: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que faz da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” (Is.5:20). Não é, portanto, novidade alguma que surjam pensadores que insistam em afirmar que não existe nem bem nem mal ou que, ainda, rejeitem a idéia de pecado afirmando ser ele uma ilusão, fruto da mente humana. Estes, porém, têm aumentado em número nos últimos tempos.
Mas, o pecado não é uma ilusão, como se tem dito ultimamente, nem tampouco uma invenção proveniente de uma tradição religiosa, é uma realidade, e é a razão de ser de toda a calamidade que temos presenciado na humanidade na atualidade. Por ser o principal problema do homem, o próprio Deus tratou de manter viva a esperança da humanidade ainda no instante em que dava ao primeiro casal a devida retribuição pela sua desobediência. Em meio às penalidades lançadas sobre Adão e sobre Eva por causa da transgressão, o Senhor fez a promessa de que haveria uma redenção, de que providenciaria um meio pelo qual o pecado não mais tivesse domínio sobre o homem. Através desta nova, o Senhor fez conhecido do homem que nasceria um, da semente da mulher, que esmagaria a cabeça da serpente, ou seja, surgiria um homem que venceria o pecado e restabeleceria a comunhão perdida com Deus. Esta promessa cumpriu-se na “plenitude dos tempos”, quando Jesus veio ao mundo para salvar o homem dos seus pecados (Gl.4:4; Mt.1:21).
Para que houvesse a possibilidade do restabelecimento da comunhão perdida com Deus, era preciso que o homem, que havia morrido em seus delitos e pecados (Ef.2:1,5), fosse novamente gerado, nascesse novamente, tivesse uma nova vida. Esta nova geração, este novo nascimento é o que se denomina de “regeneração”.
MENTIRAS A RESPEITO DO PECADO
O PECADO É FACILMENTE DERROTADO
Uma das coisas em que o diabo quer que acreditemos, a fim de que a nossa vigilância diminua, é que o pecado não é um inimigo perigoso. Mas a Bíblia nos ensina que o pecado é tão poderoso que, a menos que o poder sobrenatural de Deus intervenha, nós nos tornamos seus escravos e permanecemos sob a escravidão das suas ordens (Jo 8.34). Embora nascidos denovo, DEUS nos alerta a estar sempre vigilantes em relação ao pecado.
O que complica o assunto é que o pecado é enganoso; nem sempre aparenta ser mau. O escritor de Hebreus faz referência ao pecado "que tenazmente nos assedia" (Hb12.1). Por essa razão, a Bíblia nos ordena a tomarmos muito cuidado com o pecado e a lutarmos com força contra ele. Paulo disse que esmurrava o seu corpo e o mantinha sob controle a fim de não ser reprovado (1 Co 9.24-27). Em outro lugar, comparou a vida cristã a uma batalha (2 Tm 2.3). John Owen deu o seguinte conselho sábio: "Mate o pecado ou o pecado matará você... Não existe um dia sequer em que o pecado não derrote se não for derrotado, e não prevaleça se não for subjugado; e assim será enquanto vivermos neste mundo."
Você Pode Lidar com o Pecado Sem Recorrer a Cristo
O perigo desta mentira é que ela leva à frustração e ao desespero. Infelizmente, muitas pessoas que aceitam esta mentira descobrem que não podem competir em condições de igualdade com a depravação que existe dentro delas e, por isso, desesperançadas, desistem de lutar contra o pecado.
Quando o evangelho é apresentado no Novo Testamento, o foco é sempre na obra de Cristo e na paz com Deus que encontramos nele (2 Co 5.17-21). A Bíblia exorta as pessoas a primeiro abraçarem a Cristo e, só depois disso, a buscarem a santidade. O evangelho não é um simples apelo a um viver moral e, sim, a uma transformação sobrenatural. Ninguém é capaz de vencer o pecado separado de Cristo e do Espírito Santo (Rm 8.13). Deus não é honrado quando tentamos remediar a nossa situação pecaminosa sem a sua graça, por isso é inimaginável supor que Deus irá abençoar um sistema de justiça produzido pelo próprio homem.
É Impossível Atingir os Padrões de Deus
É uma tendência humana culpar as circunstâncias ou as outras pessoas pelos nossos escorregões no pecado. Preferimos pensar que, diante das circunstâncias, seria impossível deixar de pecar. Queremos pensar dessa maneira porque alivia as nossas consciências e nos isenta de responsabilidade quando pecamos. Afinal de contas, como Deus pode nos responsabilizar por aquilo que é impossível?
Há um sentido em que a santidade de Deus, de fato, representa um padrão impossível para a humanidade pecadora. Quando os discípulos ouviram Jesus explicar o custo do discipulado para o jovem rico, perguntaram: "Então, quem pode ser salvo?" (Lc 18.26). Jesus respondeu: "O que é impossível para os homens é possível para Deus" (v.27). Portanto, é um erro fundamental desculpar-se do comportamento pecaminoso, já que Deus prometeu graça para obedecer a quem o busca pela fé.
Não existe pecado que não possamos vencer nem tentação que não possamos resistir pela graça (1 Co 10.13; 2 Co 12.9; Fp 4.13). Deus quebra o poder do pecado na nossa conversão. Este é o ponto focal de Paulo no sexto capítulo de Romanos: estamos mortos para o pecado; portanto não precisamos viver nele (vv.1-2). A graça de Jesus remove a carga pesada da obrigação de guardar os mandamentos de Deus (1 Jo 5.3).
Você Não Precisa Tratar com o Pecado Imediatamente
Procrastinação é um pecado do qual todos nós somos culpados e a respeito do qual temos costume de brincar. Mas a demora nas coisas espirituais pode ser fatal. A Bíblia nos diz que "agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação" (2 Co 6.2). E o escritor de Hebreus, citando o Salmo 95, exorta-nos a ouvir hoje a voz de Deus (Hb 3.7,13,15).
Por que isso se torna tão necessário? Primeiro, quanto mais o pecado permanece em nós sem que haja arrependimento, mais difícil será nossa mudança, devido à força do hábito. Quanto mais acalentamos um desejo pecaminoso ou uma atitude errada, mais o pecado ficará entranhado na nossa natureza. Será menos e menos notado. Terá um lugar mais permanente nas nossas afeições. A nossa resistência a ele irá se tornando cada vez mais fraca.
Segundo, é necessário porque a conseqüência maligna do pecado começa a fazer efeito no momento em que consegue entrada na alma. Foi somente um leve toque na arca que matou Uzá, e é somente uma simples brincadeira com o pecado que pode matar a alegria espiritual e os frutos nas nossas vidas.
Posso Pecar Sem Sofrer Conseqüências
"Se eu pecar, nada de mal vai realmente me acontecer." Não pensamos assim, às vezes, especialmente se o pecado é "pequeno"? É espantoso observar os multiformes enganos do diabo neste assunto. Por um lado, ele convence as pessoas de que não existe um verdadeiro inferno e que, portanto, não faz mal pecar. Por outro lado, para aqueles que acreditam no inferno, ele os convence de que não há perigo, no caso deles, de irem para lá! Mas sempre há conseqüências para o pecado, porque Deus é um Deus de justiça que odeia o pecado.
Em Êxodo 34.7, Deus testificou que de nenhuma maneira livrará o culpado. Se não precisasse existir qualquer conseqüência do pecado, Jesus nunca teria morrido numa cruz pelos pecadores. Ele mesmo o declarou, quando clamou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice" (Mt 26.39). E, realmente, não era possível, porque a fim de que Deus fosse justo e justificador dos ímpios, foi preciso punir os seus pecados na pessoa de Jesus (Rm 3.25-26).
Fazemos bem em lembrar que o mero fato de tais castigos não serem eternos não significa que as conseqüências do pecado sejam indolores para os crentes. Às vezes, até um redimido tem de viver com as conseqüências de um pecado seu pelo resto da sua vida (observe o que o Rei Davi teve de suportar por causa do seu pecado com Bate-Seba). Isso já é razão suficiente para não pecar. O nosso Pai não somente tem uma equipe para afastar os nossos inimigos, mas também uma vara para corrigir os nossos erros. Sejamos gratos a ele por isso, porque é para o nosso bem.
Deus Não Vai Me Julgar, Porque Todo o Mundo Faz o Mesmo
O diabo, às vezes, engana-nos fazendo-nos adotar uma mentalidade de grupo que justifica certos pecados porque a maioria das pessoas os considera comportamento normal. Entretanto, devemos sentir medo quando estamos seguindo a maioria. O cristianismo, pela sua própria natureza, é uma religião de contracultura. Seguir a Cristo é como nadar contra a correnteza. Jesus disse: "Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela" (Mt 7.13-14).
Uma vez, eu li um pequeno panfleto com uma história imaginária de uma pessoa diante de Deus, desculpando-se de seus erros com o argumento de que todo o mundo vivia da mesma maneira. Deus, então, respondeu: "Bem, se você pecou com a maioria, você pode ir para o inferno com a maioria". É essa resposta que podemos esperar se pautarmos a nossa vida por semelhante filosofia destrutiva.
Deus Não Vai Me Julgar, Porque Não Sou Tão Mau Quanto os Outros
Se não racionalizarmos o nosso pecado por incluir-nos na multidão, o diabo vai tentar nos levar a racionalizá-lo excluindo-nos da multidão. Essa atitude era a essência do farisaísmo, e é sempre uma ilusão fatal.
Talvez exista um pecado na sua vida que Deus queira trazer à luz, mas você vem resistindo à convicção do Espírito, argumentando que não é uma pessoa tão má em relação às outras. Mas esse é um pensamento ilusório e contrário às Escrituras. Em primeiro lugar, deixa de levar em conta que Deus não somente estabelece o padrão; ele é o padrão. "Sejam santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.16). A questão não é como nos comparamos com outras pessoas e, sim, como nos comparamos com Deus.
Segundo, deixa de levar em conta o fato de que Deus não fica satisfeito com obediência incompleta. Deus quer tudo dos nossos corações, tudo das nossas vidas e o mínimo possível de pecado. Quando tentamos estabelecer meios compromissos com Deus, estamos roubando de nós mesmos tremendas bênçãos espirituais.
Deus Vai Perdoar Você, Por Isso Vá em Frente e Peque
A Bíblia fala de homens que se insinuaram na igreja, inspirados por Satanás, para espalhar esta doutrina demoníaca. Paulo faz referência a esses homens que dizem: "Façamos o mal, para que nos venha o bem" - e depois acrescenta: "a condenação dos tais é merecida" (Rm 3.8). Judas nos adverte contra aqueles que transformam a graça de Deus em libertinagem (Jd 4). A Bíblia torna bem claro que é impossível desfrutar o perdão e continuar vivendo no pecado.
Paulo ainda escreveu em Romanos 6.1-2: "Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?" É impossível porque sempre que Deus perdoa um homem, ele também transforma a sua natureza. A graça muda de tal forma a pessoa que esta não vai mais querer viver em pecado!
Quando uma pessoa é dominada pelo desejo de fartar-se do pecado é uma indicação de que ela nunca nasceu de novo.
Deus Nunca Vai Perdoar Você, Por Isso Vá em Frente e Peque
Mais uma vez, vemos quão versátil é Satanás nos seus enganos. Ele sabe que precisa preparar uma mentira apropriada para cada tipo de pessoa. Para aquele que é inclinado ao desespero, o diabo espera por oportunidades de assoprar nos seus ouvidos que todas as tentativas de uma recuperação posterior serão inúteis porque ele já foi longe demais. Tentará convencê-lo que cometeu o pecado imperdoável, que agora pode muito bem se entregar totalmente ao pecado porque de todo jeito já está indo para o inferno.
A verdade é que Cristo perdoará todo aquele que vem a ele. "Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Jo 6.37). Isso foi verdade quando nosso Senhor falou estas palavras e ainda é verdade agora. Não permita que o diabo amplie a sua condenação tentando-o a se abandonar totalmente ao pecado e ao desespero. As misericórdias do Senhor duram para sempre. A porta da graça está aberta para todos aqueles que se aproximam através de Jesus.
Conclusão
Como é que podemos derrotar as mentiras do diabo? Somente pela Palavra de Deus. É a verdade que nos dá base sólida e que não permite que sejamos levados por qualquer vento de doutrina. É a verdade que santifica. É a verdade que é a mola-mestra do crescimento à maturidade em Cristo. É a chave para derrotar o diabo.
Leitura da Bíblia, meditação e memorização da Bíblia, e encarnação da Bíblia - experimentando as suas verdades nas nossas vidas - são para sempre as únicas ferramentas disponíveis ao povo de Deus para sobrepujar o inimigo. Como em todas as coisas, Jesus é o nosso modelo para lidar com as mentiras do diabo. Quando tentado por Satanás no deserto, ele citou as Escrituras em resposta a cada mentira (Mt 4.1-10). "Está escrito" deve ser a nossa senha tanto quanto foi a dele.