sexta-feira, 4 de março de 2016

O que é pregação expositiva?

O que é pregação expositiva?

A pregação expositiva é um método de pregação e um estilo homilético de exposição da palavra escrita de Deus (Bíblia) de modo fiel ao texto, no qual quem fala é a própria Palavra e faz com que o pregador se submeta à ação do Espírito Santo um verdadeiro servo da Palavra.
Na pregação expositiva o mais importante é a palavra de Deus, pois esse foi o modo que Deus escolheu para se revelar a humanidade e para produzir fé e intimidade com os seres humanos, sempre com a presença do Espírito Santo falando e convencendo os ouvintes. A Confissão de fé de Westminster, a última Confissão Reformada propõe essa dinâmica de ação entre o Espírito e a palavra de Deus:

“...todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura”.

Durante a história da Igreja de Cristo, muitos oradores santos usaram recursos e modelos de exposição da revelação de Deus. Devido à necessidade da mente humana os métodos de exposição e de ensino são necessários para que a Palavra seja entendida e possa ser praticada de forma relevante e concreta. Para isso uma argumentação sistemática e lógica é muito proveitosa na realização do ofício do pregador, pois o mesmo pode transmitir a verdade de Deus com muita eficiência e clareza.


“... a pregação expositiva tem o compromisso de explicar o texto da Escritura segundo o seu significado histórico, contextual e interpretativo, transmitindo aos ouvintes contemporâneos a clara mensagem da Palavra de Deus com aplicação pertinente”

Essa definição é muito clara no que pretende. Mostra o compromisso da pregação em explicar o texto bíblico para que os ouvintes possam tomar uma decisão de acordo com seu entendimento e disposição. O autor quer mostrar a integridade do método quando se crê que a intenção do pregador é falar da parte de Deus e fazer com que o povo conheça a sua vontade, sendo assim a pregação expositiva é simplesmente expor a Escritura com seu sentido original e aplicando seu conteúdo ao coração do homem contemporâneo.

Mesmo sendo um método nobre pelo que representa e faz na prática a pregação expositiva tem perdido seu valor em nossos púlpitos. Muitos pregadores evangélicos não sabem que método é esse e muito menos estão interessados em usá-lo devido sua falta de conhecimento e disposição para sua elaboração. É necessário considerar também que o desinteresse pela exposição em muitos casos acontece pelo desejo excessivo de crescimento numérico da igreja local ou por falta de conhecimento bíblico adequado.

É muito comum entre os membros nas igrejas e os pregadores de hoje acharem que tudo que se fala da Bíblia é exposição ou é pregação bíblica, mas isso pode ser uma falácia, pois tem surgido em grande número no seio da igreja cristã evangélica homens utilizando a palavra de Deus ou expondo um tema sobre a palavra de Deus, sendo assim em muitos lugares já desapareceu a exposição exegética e contextual.

 Aqui é necessário se arriscar e dizer que em algumas igrejas locais Deus não tem falado mais, pois alguns pregadores estão usando a Bíblia para que eles mesmos possam falar e para que os ouvintes acreditem que a voz que estão ouvindo é a de Deus.
Alguns pregadores sérios têm chegado à conclusão de que as igrejas locais no campo religioso brasileiro precisam urgentemente de uma restauração em seus púlpitos e um retorno ao ensino homilético de qualidade e que o método expositivo é a melhor forma de alcançar esse objetivo.

O entendimento sobre a pregação expositiva deve estar bem claro nas mentes daqueles que têm sido vocacionados para o ministério da Palavra, pois a ordem ao vocacionado é: “prega a Palavra”.
O objetivo primário da pregação bíblica é levar a igreja à maturidade espiritual e ao crescimento saudável a fim de formar discípulos parecidos com Cristo. A pregação expositiva se propõe a isso, nesse caso a definição de Walter L. Liefeld é bem esclarecedora:

“Pregação Expositiva é explicação aplicada... A natureza essencial da pregação expositiva, portanto, é pregação que explica a passagem de uma maneira que leve a igreja a uma aplicação verdadeira e prática da passagem” (LIEFELD, 1985).



O conhecido “príncipe dos pregadores” Charles Haddon Spurgeon (Spurgeon, 1996) era especialista na pregação textual, porém sua pregação textual era baseada em uma aplicada exegese e na explicação de algum texto específico. Percebe-se que até mesmo suas características temáticas eram trabalhadas na perspectiva do que alguns chamam hoje de pregação expositiva temática. Lendo seus sermões pode- se ver claramente um grande cuidado e fidelidade ao texto e contexto da Bíblia.
É importante lembrar que Spurgeon tinha uma habilidade muito grande nos estudos e na oratória, algo que não se aplica à maioria das pessoas e principalmente aos pregadores brasileiros. Também os pregadores de hoje não têm sido influenciados por esse brilhante pregador, pelo contrário, alguns nem sabem que esse notável servo de Deus existiu. O problema é que as influências de hoje estão nos campos da Psicologia, Filosofia e das técnicas de liderança e marketing e não nos campos da oração, exegese bíblica e de uma teologia comprometida com a verdade das Escrituras.

A pregação expositiva se baseia no labor e na busca intensa de expor um texto mais extenso de acordo com o contexto e intenção do autor, a mesma extrai o tema e os tópicos oferecidos pelo próprio texto e aprofunda seu significado com aplicação direta aos ouvintes; um grande pregador chamado Haddon Robinson escrevendo sua tese sobre Pregação Bíblica diz:

“A pregação expositiva é a comunicação de um conceito bíblico, derivado de, e transmitido através de um estudo histórico, gramatical e literário de uma passagem no seu contexto, que o Espírito Santo primeiramente aplica à personalidade e experiência do pregador, e depois, através dele, aos seus ouvintes”

A pregação deve ser em sua essência e propósito, bíblica, sem que a Bíblia seja apenas um instrumento a ser usado ou manipulado, porém a Bíblia nas mãos de um pregador deve ser explicada e aplicada para que seu propósito se cumpra como palavra viva e transformadora de Deus nos corações dos ouvintes. De acordo com a Bíblia parece que esse é o desejo de Deus, quando declara :“...assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei(Isaías 55: 11 – ARA)”.

A mensagem de Deus aqui deveria ser o suficiente para que o pregador se esforce em anunciar a palavra de Deus de acordo com o desígnio de Deus revelado no texto das Escrituras Sagradas.
Se a pregação expositiva se propõe a explicar o texto bíblico, pode-se concluir que pregação expositiva é simplesmente expor um texto à luz de seu contexto e sua estrutura se limita às porções exegéticas do próprio texto.

Na exposição o pregador não tem a autoridade de inserir seu próprio tema e suas idéias ao texto, pois o próprio lhe concede todas as partes do sermão e toda a estrutura necessária para que seja explicado.

Cada porção exegética em nossas Bíblias com capítulos e versículos nos fornecem os temas e tópicos necessários para uma boa estrutura de sermão expositivo, fazendo com que o pregador se atenha ao texto e, suas pesquisas somente reforçam o contexto e não tome o lugar do próprio texto.

A pregação expositiva contemporânea

A pregação nos dias atuais está sendo deixada de lado ou alguns meios de comunicações a têm substituído, vários são os argumentos e alguns até convincentes diante de uma análise sociológica de nosso tempo. O Rev.John Stott faz uma declaração que revela o que alguns pastores têm pensado em relação à pregação:

“Os profetas da desgraça na igreja de hoje estão predizendo, com confiança, que já se passaram os dias da pregação. Dizem que é uma arte que está morrendo, uma forma de comunicação que está fora de moda...” (Stott, 2003, p. 51).

O mundo está em constante mudança, o pragmatismo religioso que em alguns anos atrás não era parte do campo religioso brasileiro agora é visível em todos os lugares e está no cotidiano religioso se manifestando nas liturgias modernas e conferências sobre crescimento da igreja, liderança e outras atividades desse tipo.

As estruturas organizacionais estão sendo formadas tendo em vista um crescimento como nunca visto antes, técnicas de liderança e marketing tem sido implantadas como uma espécie de “boom” do momento, a cada dia surgem movimentos vindos do Norte para implantarem novos modelos de crescimento. Em alguns movimentos eclesiásticos a teologia da Missão Integral, o pastorado de visitação e aconselhamento estão sendo extremamente ridicularizados e menosprezados como algo estranho e sem valor, pois esses trabalhos não produzem números e status para a igreja local.

Os líderes da atualidade não se preocupam mais com a edificação e a qualidade da igreja local, pois seus sonhos estão em mega-igrejas e lindos templos; o desejo único em seus corações é crescimento a todo custo, a frase favorita é: “precisamos preparar a igreja para crescer”.

É impressionante como os líderes cristãos estão se parecendo mais com os homens de negócios do que com homens santos, piedosos e compromissados com Deus. Uma pessoa não cristã expressou essa percepção, relatando: “porque será que tenho a impressão que quando estou sentado ao lado de um Monge parece que estou ao lado de um santo e, quando estou ao lado de um Pastor parece-me que estou ao lado de um homem de negócios”. Essa impressão não é nada irreal, pois há hoje em dia pastores que passam a maior parte do tempo com assuntos administrativos e burocráticos, alguns nem conhecem mais seu rebanho e as dificuldades que enfrentam.

A idéia de ir ao encontro da ovelha parece absurda, as ovelhas é que precisam correr atrás do pastor e marcar horário, se o mesmo encontrar um espaço na agenda, tudo bem, se não a ovelha precisa esperar ou procurar outro pastor que esteja desocupado. “Pastores muito ocupados não tem tempo para suas ovelhas e nem para cuidar do rebanho do Senhor”.
Se os pregadores estão motivados com essa mentalidade suas pregações são preparadas com idéias do mesmo tipo, a leitura bíblica não é feita com o propósito de saber a vontade de Deus e alimentar o rebanho, mas é feita para conseguir resultados em seus empreendimentos “cristãos”. Seus métodos de pregações servem aos desejos do público e caminham em direção ao que dá certo; como afirma John MacArthur:

“Quando observamos o ministério contemporâneo, vemos programas e métodos que são fruto da invenção humana, resultado de pesquisa de opinião pública e avaliação da vizinhança da igreja, além de outros artifícios pragmáticos” (MACARTHUR, 2007, p.6).

Há algum tempo atrás um pastor, professor de homilética em uma missão quando perguntaram se ele ensinava o método expositivo à resposta foi: “ensino um pouco de tudo, pois as coisas estão mudadas”.

A resposta tem em si uma verdade pedagógica que deve ser analisada, mas o significado por trás dessas palavras ilustra a idéia de nossos pregadores contemporâneos, a pregação tem que ser uma espécie de “fast food” e precisa estar de acordo com o planejamento, se o objetivo é crescer ou construir todos os esforços na pregação serão dirigidos a isso. Na linguagem desses pregadores contemporâneos se alguém quiser alcançar as pessoas será necessário usar métodos que satisfaçam e agradam os ouvintes.

No livro Religião de Poder, quando Alister McGrath argumenta sobre o culto da personalidade ele faz uma leitura da realidade muito apropriada afirmando:

“O surgimento do teleevangelismo e ministérios de pregação tem levado a um culto crescente de personalidades dentro do evangelismo de poder. Isso é verdade não apenas nos ministérios de mídia como também nas apresentações que celebridades cristãs fazem regularmente em eventos e megaigrejas. Não é o que as Escrituras ensinam que realmente importa; mas o que fulano de tal tem a testemunhar comigo sobre suas experiências e idéias. Até mesmo para alguns pastores, não é o que dizem as Escrituras, mas o que o pregador disse que dizem as Escrituras, que tem verdadeira importância. Muitas vezes a Bíblia é totalmente ignorada; o que vale é o que Deus está dizendo agora pessoalmente a esse pregador...” (HORTON, 1998, p. 249).

Quantos pregadores estão sendo influenciados em cursos de liderança secular e aprendendo uma espécie de oratória que mexe com as emoções do público e métodos de persuasão e controle. Hoje é muito comum líderes que conhecem mais sobre neurolinguística, psicanálise e outras coisas do gênero do que conhecem a Escritura e a Teologia Cristã, infelizmente essa é a realidade de muitas igrejas e líderes cristãos.


A pregação contemporânea é caracterizada pela superficialidade e jogos de interesses, os modernos métodos de administração eclesiástica e os grandes empreendimentos religiosos roubaram o tempo de pastores e pregadores. O pregador gasta mais tempo no computador ou administrando as finanças e problemas da igreja do que com a palavra de Deus e a oração.

Essas atitudes têm dominado aqueles que são chamados para serem ministros da Palavra e tudo que se ouve em nossos púlpitos são resultados do dia a dia desses pregadores e não a genuína palavra de Deus como revelada nas Escrituras, essa é entendida pelo pregador no quarto da oração em secreto com Deus e no púlpito transborda do coração do pregador ao rebanho sedento e necessitado do alimento celestial; a palavra de Deus que edifica o cristão e salva o perdido.

Precisamos urgentemente restaurar o método expositivo na pregação contemporânea, os pregadores cristãos evangélicos precisam voltar à palavra de Deus, investir tempo em seus estudos e orações. A única maneira de edificar a igreja local e conduzir o rebanho ao conhecimento de Deus é levando os pregadores à Palavra e ensiná-los a expor os desígnios de Deus criando pontes para o mundo contemporâneo, com fidelidade e amor à Palavra.
A pregação expositiva contemporânea deve ser uma pregação centrada na Escritura, pois, segundo Jesus Cristo somente pelas Escrituras o conheceremos verdadeiramente, assim o Mestre orienta: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim (João 5:39 – ARA)”. A pregação é bíblica e cristocêntrica quando as verdades de Deus e de Cristo é pregada conforme revelada nas Escrituras.

Também a pregação não pode ser uma exposição morta baseada em uma tradição religiosa ultrapassada e sem sentido, apenas para se defender uma postura denominacional. Mas deve ser relevante para o dia a dia das pessoas ao qual Deus está falando e interessado em edificar e transformar.

O problema não está na pregação contemporânea em si, mas nos métodos usados e na maneira como a palavra de Deus é negociada tanto nos métodos como nas novas estruturas eclesiásticas.

A pregação expositiva e a palavra de Deus

A pregação expositiva como já foi visto se propõe a explicar e aplicar o texto bíblico de forma íntegra e autêntica, recebendo assim o título de pregação bíblica.
Com essa definição podemos meditar sobre qual é a relação desse método com a palavra de Deus (Bíblia), quero esclarecer, mesmo que seja possível deduzir do texto acima.
O Senhor Jesus quando expunha um texto fazia-o como se sua exposição fosse a própria palavra de Deus, todo seu ministério foi o ministério da Palavra.
Lucas registra uma de suas exposições, onde Jesus faz uma exposição do livro de Isaías:

“Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado, e no dia de sábado entrou na sinagoga, como era seu costume. E levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito:” O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor. Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele...”(Lc 4:16-20-NVI).

Segundo o costume judaico lê-se uma porção da Escritura, explica e aplica a porção, foi isso que Jesus fez. A diferença de aplicação no caso de Jesus em relação ao texto profético se deu no fato da profecia se aplicar a Ele mesmo, pois segundo o relato bíblico o cumprimento profético estava sendo realizado naquele exato momento e na vida de Jesus como o Cristo.
Depois de sua morte Jesus continua ministrando e faz uma exposição mais longa para provar sua Messianidade, seu método agora é de expor os livros da Escritura, explicá-los e aplicar aos acontecimentos atuais, essa exposição de Jesus está registrada no Evangelho de Lucas 24: 44-47.
Os Apóstolos deram continuidade a esse método deixando claro que a exposição fiel da palavra de Deus é a palavra de Deus proclamada, isso pode ser deduzido de textos como em Atos dos Apóstolos 2:14-36 e 7:1-53. Toda pregação dirigida pelos Apóstolos e discípulos eram exposições das Escrituras, toda estrutura do discurso era tirada das Escrituras e apresentadas com aplicação direta aos seus ouvintes, eles cumpriam suas responsabilidades como verdadeiros dispenseiros.
Os reformadores foram os homens que mais elaboraram conceitos profundos sobre a palavra de Deus. Sempre quando alguém escreve ou fala de pregação esse não pode deixar de lado uma das afirmações teológicas mais importantes para reforma protestante e posteriormente para a elaboração da teologia reformada, a Sola Scriptura – a supremacia da Bíblia sobre a tradição e os sacramentos.
Para os reformadores a pregação da Palavra era o próprio Deus falando. Praticamente todos os reformadores pregaram os livros da Bíblia, alguns demoravam anos pregando toda a Bíblia ou expondo um determinado livro, basta ler os comentários de João Calvino (1997, p. 24) para entender que este reformador era um expositor e exegeta por excelência:“A nossa única necessidade é a de não ter em vista nenhum outro objetivo além do desejo sincero de só fazer o bem. Assim devemos também proceder no tocante à exposição da Escritura”.


Os textos bíblicos sobre pregação deixam claro que a pregação é a palavra de Deus, somente quando ela é bíblica e expõe fielmente o texto. Quando falamos bíblica queremos dizer que todo seu conteúdo e contextos são extraídos diretamente do texto. Paulo inspirado pelo Espírito Santo escreve para Timóteo, dizendo: “pregue a palavra...(2Tm 4:2-NVI)".
A ordem de Paulo não é para que ele usasse a palavra de Deus para comprovar suas idéias ou formular uma pregação temática com versos isolados fora de contexto. Paulo está tendo em vista o que tinha dito anteriormente na carta ao escrever no terceiro capítulo, que: “TodaEscritura é inspirada por Deus e útil...” (2Tm 3:16 -NVI), a palavra que deve ser pregada é a de Deus e, dentro de seu contexto histórico-gramatical e de seu propósito para o qual foi revelada, principalmente na encarnação.

A pregação expositiva leva o pregador a se fixar no texto e no propósito de Deus evitando que o mesmo tire suas próprias conclusões, ou viaje para uma direção sem volta, deixando de lado o que Deus quer falar.


Conclusão:
A pregação expositiva é sem dúvida o melhor método para a edificação da Igreja de Deus, a Bíblia continua sendo a voz de Deus aos homens para libertar, transformar e conduzí-los à vida eterna.
A Palavra nos fornece todas as técnicas de crescimento e princípios de liderança que precisamos, o homem de Deus não precisa correr atrás de recursos seculares ou informações empresariais para edificar a igreja local, o mesmo Senhor que a fundou é que cuida de sua igreja e a edifica por meio de sua presença no Espírito Santo que fala na Escritura.
O que a liderança atual precisa na verdade é “pregar a Palavra”, retornar a verdadeira pregação e amor por essa Palavra que é viva e eficaz, espírito e vida.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Um sinal claro de maturidade cristã

Um sinal claro de maturidade cristã

Acredito que todos nós sabemos que, como cristãos, estamos destinados a crescer e amadurecer. Nós iniciamos na fé como crianças e precisamos nos desenvolver até sermos adultos. Os autores do Novo Testamento insistem que todos nós devemos fazer esta transição, do leite para a carne, da mesa das crianças para os jantares de adulto. E apesar de estarmos cientes que devemos passar por este processo de amadurecimento, muitos de nós tendem a medir maturidade de formas erradas. Somos facilmente enganados. Eu acho que isso é especialmente verdade em uma tradição como a Reformada, que (com razão) coloca uma forte ênfase no ensino e nos fatos da fé.
Quando Paulo escreveu a Timóteo, ele fala sobre a natureza e propósito da Bíblia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17). A palavra perfeito está relacionada à maturidade. Paulo diz que Timóteo, e por extensão eu e você, somos incompletos, inacabados e imaturos. A Bíblia é o meio que Deus usa para nos finalizar e completar, trazendo-nos à maturidade.
Mas o que significa ser um Cristão maduro? Penso que tendemos a acreditar que os Cristãos maduros são aqueles que sabem um monte de coisas sobre a Bíblia. Cristãos maduros são aqueles que têm sua teologia de cor e salteado. Mas veja o que Paulo diz: “A fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Paulo não diz: “A fim de que o homem de Deus seja perfeito e conhecedor da Bíblia de trás para frente”, ou “Afim de que o homem de Deus seja perfeito e capaz de explicar e definir o supralapsarianismo versus o infralapsarianismo.” Ele não diz: “Afim de que o homem de Deus seja perfeito e capaz de prover um esboço estruturado de cada uma das epístolas de Paulo.” Todas essas coisas são boas, mas elas não são a ênfase de Paulo. Elas podem ser sinais de maturidade, mas também podem mascarar imaturidade.
Quando Paulo fala sobre perfeição e maturidade, ele aponta para ações, para atitudes, para “toda boa obra”. A Bíblia tem o poder de nos amadurecer, e conforme nos comprometemos a leitura, compreensão e obediência, necessariamente crescemos na fé. Essa maturidade é mais evidenciada nas boas obras que fazemos do que no conhecimento que recitamos. E isso é exatamente o que Deus quer de nós – que sejamos maduros e benfeitores amadurecidos que se deleitam em fazer o bem para os outros. Essa ênfase em boas obras é um tema significante no Novo Testamento (veja Efésios 2.10, Tito 2.14, etc) e a própria razão pela qual Deus nos salvou.
Isso significa que maturidade espiritual é melhor evidenciada em atos do que em fatos. Você pode saber tudo que existe sobre teologia, você pode ser uma teologia sistemática ambulante, você pode gastar uma vida inteira ensinando outros em um seminário, e mesmo assim ser completamente imaturo. Você irá permanecer sendo imaturo se aquele conhecimento que você acumulou não te motiva a fazer o bem para os outros. Os Cristão maduros são aqueles que glorificam à Deus fazendo o bem para os outros, que externalizam seu conhecimento em boas obras.
É claro que fatos e ações tem relação entre si, de modo que isto não é um apelo para negligenciar a leitura, o estudo e o entendimento da Bíblia. De modo nenhum! Quanto mais você conhece da Bíblia, mais você pode ensinar, reprovar, corrigir e treinar a si mesmo de uma forma que modele suas ações a te incentivar a fazer as melhores obras da melhor forma pela melhor razão. Mais conhecimento de Deus através de sua Palavra deveria conduzir a um maior e melhor serviço aos outros.
Mas, no fim das contas, Cristo viveu e morreu para “remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito 2.14). Conhecimento de Deus e sua Palavra é bom. Conhecimento de Deus e sua Palavra manifestado externamente, fazendo aquilo que beneficie outros – não há nada que glorifique mais a Deus que isso.

Deus não deve bens materiais aos cristões fiéis

Deus não deve bens materiais aos cristões fiéis

Há uma filosofia popular hoje em dia correndo no meio cristão que diz que tanto quanto o cristão é fiel mais próspero ele será. Essa filosofia dá o entender que Deus quer abençoar os seus fiéis com um acúmulo exagerado de bens materiais. Essa filosofia insinua se um irmão não tem muitos bens é porque ele não é muito fiel, a sua fé é fraca ou por que Deus está castigando ele publicamente por um pecado secreto no passado. Convém uma comparação dessa filosofia com a própria bíblia e ver o que é que Deus deve ao cristão fiel.
Nosso Engano
É claro para o aluno sério da Bíblia que facilmente o homem pecador pode ser enganado. Procedem do seu próprio coração, que é a fonte da sua vida (Prov. 4:23), “os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição e, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mat. 15:19). Por causa do pecado, considerando o coração, o homem não tem muito a se gloriar. O seu coração é enganoso “mais do que todas as coisas, e perverso” ao ponto de nunca conhecer a profundidade do seu próprio engano (Jer. 17:9).
Não é só o coração do homem pecador que pode ser enganado, mas também o do cristão. Quando o cristão é regenerado ele recebe uma nova natureza que não pode pecar (I João 5:18). Através dessa nova natureza o cristão tem prazer na lei de Deus. Porém, a sua velha natureza continua ativa nele conjuntamente.   Essa velha natureza, a carne, cobiça contra a nova natureza, o Espírito, impedindo a obediência completa (Romanos 7:11-25; Gal. 5:17). Existem na bíblia inúmeros casos de cristãos, e até de igreja inteiras errando e assim nos dando provas convincentes que o homem cristão pode ser bem enganado (Adão e Eva, Gên. 3:6; Davi, II Sam 11; Jonas; Ananias e Safira, Atos 5; as igrejas da Ásia, Apoc 2,3).
No assunto dos bens materiais, o engano do coração do homem é bem evidente. O que o homem pode ver, sentir, tocar e possuir influencia ele em muito. A concupiscência da carne, junto com o enganoso coração do homem, influencia os pensamentos do homem acerca de seu Deus e exercita uma ação não boa sobre o homem quando ele quer entender passagens bíblicas. Tal predomínio é evidenciado quando o homem começa de pensar que Deus o deve muitos bens materiais.
O engano do coração dos homem é entendido até pela lógica. Se é verdadeiro que a quantia de bens materiais exemplifica o favor com Deus, então os da classes mais altas da sociedade devem ser os mais espirituais. Porém, a verdade é que o oposto é geralmente verdadeiro (Luc. 21:1-4; I Cor. 1:26-29). A verdade declarada da bíblia é: “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mat. 19:24). O espiritualidade maior não traz maior riqueza, nem a riqueza traz maior espiritualidade. O espiritualidade traz uma morte maior à carne e tudo o que é do mundo (Gal. 2:20; I João 2:16). A riqueza traz tentação, e um laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína (I Tim 6:9). O reino de Deus não é deste mundo (João 18:36). A espiritualidade verdadeira é a imagem de Cristo no cristão (Romanos 8:29; 14:17).
E além da lógica, temos o mandamento de Cristo de não ajuntar tesouros da terra mas no céu (Mat. 6:19-21). Deve ser claro a todos os cristãos que ninguém deve esperar que Deus nos dê grandes tesouros na terra quando o ajuntamento de tais tesouros já é proibido por Ele.
O anseio de adquirir muitos ou melhores bens do que já temos, é relacionado diretamente com o nosso grau de contentamento. Pode ser que a falta de contentamento é o que impulsiona a crença popular hoje em dia que Deus deve ao cristão fiel muitos bens materiais. A predisposição do homem ser descontente é entendido pelo provérbio: “Como o inferno e a perdição nunca se fartam, assim os olhos do homem nunca se satisfazem” (Prov. 27:20). O contentamento com o que tem não é um comportamento natural do homem mas é um comportamento dos maduros na fé (Fil. 4:11, “… Já aprendi a contentar mim com o que tenho.”). A espiritualidade, que nos ensina a termos costumes sem a avareza, é completamente contente com as promessas de Deus de nunca nos deixar e nunca nos desamparar (Hebreus 13:5). Este grau de espiritualidade, junto com o contentamento, é verdadeiramente um “grande ganho” do cristão (I Tim 6:6-8). Os bens materiais, sejam poucos ou muitos, para o cristão verdadeiro, são imateriais para sua felicidade na terra.
Nossa Instrução
O Salmo 23 pode ser o usado por alguns a nos ensinar que Deus nos deve bens materiais pois é declarada abertamente: “Nada me faltará” (v. 1). Muitos podem querer dizer que os “verdes pastos”, as “águas tranqüilas”, a mesa farta na presença dos inimigos e o cálice transbordando deste Salmo apontam à verdade que Deus sempre se interessa em encher o Seus com bens materiais. Mas, comparando versículo com versículo entendemos que as bênçãos de ser uma ovelha deste pastor traz possessões muito além daqueles bens materiais que a traça e a ferrugem consomem e aqueles que os ladrões podem mirar e roubar.
A bíblia nos diz que Cristo é o “Bom Pastor” (João 10:11,14). A bíblia também nos ensina o que é que o “Bom Pastor” dá às suas ovelhas. A bíblia não nos ensina que o “Bom Pastor” necessariamente veste as suas ovelhas com a última moda nem fornece transporte moderno nem prometa saúde plena. O que o bom pastor dá às Suas ovelhas é a Sua vida (João 10:11, 15, “… Dou a minha vida pelas ovelhas.”). Ele veio justamente para dar a Sua vida, para que pela Sua vida, os seus “tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:10; I Tim 1:16, “Cristo Jesus de veio ao mundo, para salvar os pecadores”; Luc. 19:10, “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”). Para ninguém duvidar da natureza desta vida abundante que Cristo dá, Ele ensinou enfaticamente que Ele dá às suas ovelhas “a vida eterna” (João 10:28). O fato desta vida por Cristo ser eterna, segura, celestial, sem nenhuma condenação é o que Ele refere quando declara que essa vida é “abundante”. Mesclar a razão da vinda de Cristo ao mundo com o nosso acúmulo de mais e melhores bens materiais é fazer desrespeito ao decreto eterno de Deus para o seu Filho vir ao mundo e é distorcer o propósito das profecias que nos ensinem acerca desta vinda de Cristo. Interpretar as palavras de Jesus a dizer que Deus quer que nos ajunte tesouros na terra é invalidar o seu propósito principal (Mat. 15:6).
As ovelhas do “Bom Pastor” não se preocupam do dia de amanhã, não ajuntam tesouros na terra, nem gritem desenfreadamente pedindo riquezas.Elas se satisfazem em ouvir a Sua voz(Sal 1:2,3, “tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na Sua lei medita de dia e de noite.”). A ovelha que é cuidada pelo “Bom Pastor” é satisfeita com Ele(Sal. 119:57, “O SENHOR é a minha porção;”). A ovelha deste “Bom Pastor” não está procurando prazeres do mundo que satisfazem à carne, mas seguem Ele (João 10:27, “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;”). Enquanto as ovelhas seguem o “Bom Pastor” elas acham pastagens que alimentam as suas almas (João 10:9; Sal. 16:5, “O SENHOR é a porção da minha herança e do meu cálice; Tu sustentas a minha sorte.”; Col. 3:10, “E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;”; II Cor. 4:8-18, “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.”; Efés. 4:23,24, “E vos renoveis no espírito da vossa mente;”). Entendendo bem essas verdades podemos afirmar: quando estamos tristes por falta de alguma coisa na terra, somos realmente descontentes com o próprio “Bom Pastor” e com o Seu propósito eterno para conosco.
Tanto o propósito de Cristo vir, quanto o desejo de Deus para com os Seus é de e espiritual e não físico. Deus quer que os Seus se transformam na imagem do Seu Filho (Romanos 8:29). Para obter este objetivo Deus pode, sem danificar qualquer propósito da bíblia, e sem ter propósitos de castigo ou ira, sujeitar os Seus a humilhação, a fome, a várias tentações e tribulações (Deut 8:3; Tiago 1:3,4; Romanos 5:4,5).
Se já conhece o “Bom Pastor” e sabendo que Ele conhece bem as Suas ovelhas, regozije no fato que não falta nada para o que é melhor para elas. O que era melhor para elas é de ser aceitável diante de Deus e para crescer na Sua imagem (Fil. 2:13; I Pedro 3:18; Judas 24,25).
Muitos querem usar Isaías 53:5, “… e pela suas pisaduras fomos sarados” para ensinar que pela morte de Cristo somos sarados de qualquer enfermidade física enquanto trilharmos o nosso caminhar terrestre. Usem também Tiago 5:16, “orar uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Não descontando o fato que Deus pode ainda curar e ainda é um Deus de milagres, devemos lembrar uns fatos importantes quando falamos do propósito da salvação por Cristo.


Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos contentes.” (I Tim 6:6-8); “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13:5).
A promessa do Senhor ao fiel Cristão é: segundo as Suas riquezas, suprir todas as suas necessidades (Fil. 4:19). A capacidade de Deus é imensa sem a menor dúvida. Para o fiel cristão Deus opera para que ele abunda em toda a graça e que tem sempre “toda a suficiência” e não satisfazer todas as possibilidades de adquirir bens da terra (II Cor. 9:8). O cristão, como qualquer outro ser humano, tem necessidades de comer, de beber e de vestir-se. Deus também sabe que o cristão tem estas necessidades. Ele promete que aquele que busca primeiramente o Seu reino e a Sua justiça, todas essas necessidades serão acrescentadas (Mat. 6:25-33). Se o cristão fiel está procurando por algo além de ter as suas necessidades suprimidas ele está procurando por mais que o Senhor prometeu.
Uma maneira de ter o que necessitamos é pela liberalidade para com a obra de Deus (II Cor. 9:7,8; Mal 3:10-12). Usando o que temos para a glória do Senhor traz as bênçãos do Senhor sobre o que já temos. Também uma maneira de ter o que necessitamos é pelo trabalho honesto (II Tess 3:10, “se alguém não quiser trabalhar, não coma também”; Prov. 13:11, “ mas quem a ajunta com o próprio trabalho a aumentará”; Ecl. 2:24; 3:13; Atos 18:3, Paulo “trabalhava”; I Tess 4:11,12, “trabalhar com vossas próprias mãos”; Efés. 4:28, “fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.”). Podemos observar que as próprias aves do céu que o Pai celestial alimenta têm que voar em busca do que Deus intenta providenciar para elas (Mat. 6:26). Quando honramos ao Senhor com os nossos bens com uma primeira parte de todos os nossos ganhos Ele não será mesquinho com as bênçãos dEle (Prov. 3:9,10). Porém, o que buscamos do Senhor e o que esperamos dEle nunca deve ser um acúmulo exagerado de bens materiais. Ele é a porção do cristão fiel e essa Porção satisfaz completamente o servo fiel (Lam. 3:24). Conhecendo o Senhor intimamente basta para qualquer cristão mesmo quando a liberalidade e o trabalho com as mãos não faz que haja sobras (II Cor. 12:9, “a minha graça que basta”).
O nosso alvo principal deve ser a obtenção da imagem de Cristo e não os bens temporais. O propósito de toda a obra da salvação é para que sejamos “conforme à imagem de Seu filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos”, (Romanos 8:29). O cristão fiel tem o alvo principal de ter os seus passos dirigidos nos caminhos do Senhor e não de ter as suas raízes bem estabelecidas no mundo (Sal. 17:5; Prov. 30:7-9). Por causa do alvo principal da salvação ser de fazer nos conforme à imagem de Cristo podemos entender o erro da filosofia que diz: tanto mais fiel à Deus, mais riquezas teremos.
Cristo ensinou-nos a buscar primeiro o reino de Deus e a Sua justiça (Mat. 6:33). O reino de Deus “não é deste mundo” (João 18:36). O reino de Deus “não vêem com a aparência exterior” (Luc. 17:20) nem “é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17; Col. 1:13). O reino de Deus é de ter Cristo como o seu Salvador e Senhor. Este reino de Deus é o observado numa pessoa quando ele se arrependa dos pecados e tem fé em Cristo como o seu Salvador. Este reino de Deus é evidenciado ainda mais pela obediência da palavra de Deus (João 17:17; Mat. 7:24,25). Este é reino de Deus luta contra a carne (Romanos 7:18, 23; Gal. 5:17), mortifica a carne (Gal. 2:20) e busca para as coisas que são de cima e não nas coisas que são da terra (Col. 3:1-3).
Na carta à igreja em Laodicéia, uma igreja com a suas raízes bem estabelecidas no mundo enquanto achava que era espiritual, Cristo aconselhou: “que de Mim compres ouro provado no fogo para que enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (Apoc 3:18). Tudo o que o cristão fiel precisa para cumprir a sua razão de existir na terra é de ter a imagem de Cristo nele. E isso é o que Cristo quis dizer quando aconselhou: “compres de Mim”. Ajuntar bens na terra é cansativo e trabalhoso (Ecl. 2:26), mas viver Cristo cumpra o desejo de Deus para os Seus e é o caminho para as bênçãos espirituais.
Destaco novamente: Os bens materiais, sejam poucos ou muitos, para o cristão verdadeiro, são imateriais para sua felicidade na terra.
Você tem o principal que é a imagem de Cristo na sua vida? A sua preocupação maior é o que é eterno e espiritual? Semear para a carne, dará em corrupção (Gal. 6:8). “Que aproveita ao homem a ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mat. 16:26). E, se tenha Cristo, o que falta? (Sal. 23:1). Que possa conhecer as bênçãos de Deus por Cristo tanto aqui quanto no além é o nosso desejo.

Pregação temática ou pregação expositiva?

Pregação temática ou pregação expositiva?

Penso que a marca principal e primeira de uma igreja saudável é a centralidade da Palavra, particularmente conforme ela é expressa na pregação expositiva. Essa é realmente a marca mais importante de uma igreja saudável, e estou convencido de que se for cuidada do modo correto, as outras marcas a seguirão. Em outras palavras, se você errar nessa marca, mas talvez acertar em outras que abordaremos mais adiante, elas acabarão sendo descartadas ou distorcidas porque não brotaram primeiramente da Palavra. Mas se estabelecer a prioridade da Palavra, você terá posicionado corretamente o aspecto mais importante da vida da igreja. E, com isso, a saúde da igreja em crescimento está praticamente assegurada, não importa o que aconteça em termos numéricos.
Então, o que é essa coisa tão importante chamada pregação expositiva? Habitualmente, estabelece-se um contraste entre ela e a pregação temática. A pregação temática se dá quando determinado tema da Bíblia é selecionado e ensinado, enquanto a pregação expositiva consiste em separar um texto da Bíblia e pregá-lo. O sermão temático começa com o pregador elegendo um tema específico para abordar e, então, ele descobre aquela verdade refletida em determinada passagem ou talvez em vários textos bíblicos. Histórias e episódios são combinados, e tudo é entrelaçado em torno do assunto.
Um sermão temático pode certamente ser expositivo, na medida em que faça uso correto e cuidadoso dos textos.
Entretanto, o seu objetivo já foi determinado antes de o pregador chegar à Palavra, por seu próprio pensamento acerca do que a congregação precisaria ouvir.
Entretanto, a pregação expositiva não é simplesmente expor no púlpito um comentário bíblico, versículo a versículo. Às vezes, esse tipo de ensino pode ser uma pregação. Mas certamente a pregação expositiva não é só isso. Na verdade, ela é aquela que extrai o ponto principal do sermão do ponto principal do texto bíblico que está sendo exposto.
A pregação expositiva é aquela que está a serviço da Palavra. Ela pressupõe a crença na autoridade das Escrituras, mas é algo mais do que isso. Isso ocorre porque um compromisso com a pregação expositiva é um compromisso de ouvir a Palavra de Deus. Ela surge da afeição por Deus e de um desejo de ouvi-lo; da percepção de que a vida e o crescimento espiritual vêm por meio de ouvir a Palavra de Deus. Então, uma pregação expositiva é a Palavra de Deus sendo levada ao povo de Deus.

Os pregadores cristãos de hoje têm autoridade para falar da parte de Deus, mas somente desde que falem as palavras do Senhor. Eles não recebem simplesmente a ordem de pregar, mas são comandados especificamente a pregar a Palavra. Ora, os pastores podem aceitar alegremente a autoridade da Palavra de Deus. Eles podem até mesmo professar crer na inerrância da Bíblia.

Então, o que é verdadeiro no mercado imobiliário também é verdadeiro na compreensão da Bíblia. As três características mais importantes dos imóveis — e também da interpretação das Escrituras — são: localização, localização e localização. A Bíblia não foi escrita um versículo por vez, como aquelas frases das caixinhas de promessas. Ela foi escrita em livros e precisamos entendê-la dentro do seu contexto.
Nós estudamos um livro específico, e nos esforçamos ao máximo para compreender o seu contexto na Bíblia, com a ajuda do Espírito Santo. Nesse sentido, um pregador prega com base em uma passagem ou parte dela, que pode ser desde uma palavra ou frase até um capítulo inteiro. Tomamos essa porção da Palavra de Deus e perguntamos: “Qual é o seu objetivo? Por que ela está aí? O que ela diz?” E então levamos isso ao povo de Deus. Isso é o que queremos encontrar no centro das nossas igrejas.
Deixe-me acrescentar rapidamente que penso haver ocasiões legítimas para um ensino por meio de temas, mesmo na reunião semanal principal da igreja. Mas creio que a força motriz por trás da convicção de que a pregação deve ser normalmente expositiva é que a pregação deve ter a Palavra de Deus no seu centro. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

 MENTIRAS A RESPEITO DO PECADO

O Pecado é Facilmente Derrotado

Uma das coisas em que o diabo quer que acreditemos, a fim de que a nossa vigilância diminua, é que o pecado não é um inimigo perigoso. Mas a Bíblia nos ensina que o pecado é tão poderoso que, a menos que o poder sobrenatural de Deus intervenha, nós nos tornamos seus escravos e permanecemos sob a escravidão das suas ordens (Jo 8.34). Embora nascidos denovo, DEUS nos alerta a estar sempre vigilantes em relação ao pecado.

O que complica o assunto é que o pecado é enganoso; nem sempre aparenta ser mau. O escritor de Hebreus faz referência ao pecado "que tenazmente nos assedia" (Hb12.1). Por essa razão, a Bíblia nos ordena a tomarmos muito cuidado com o pecado e a lutarmos com força contra ele. Paulo disse que esmurrava o seu corpo e o mantinha sob controle a fim de não ser reprovado (1 Co 9.24-27). Em outro lugar, comparou a vida cristã a uma batalha (2 Tm 2.3).  John Owen deu o seguinte conselho sábio: "Mate o pecado ou o pecado matará você... Não existe um dia sequer em que o pecado não derrote se não for derrotado, e não prevaleça se não for subjugado; e assim será enquanto vivermos neste mundo."

 Você Pode Lidar com o Pecado Sem Recorrer a Cristo
O perigo desta mentira é que ela leva à frustração e ao desespero. Infelizmente, muitas pessoas que aceitam esta mentira descobrem que não podem competir em condições de igualdade com a depravação que existe dentro delas e, por isso, desesperançadas, desistem de lutar contra o pecado.

Quando o evangelho é apresentado no Novo Testamento, o foco é sempre na obra de Cristo e na paz com Deus que encontramos nele (2 Co 5.17-21). A Bíblia exorta as pessoas a primeiro abraçarem a Cristo e, só depois disso, a buscarem a santidade. O evangelho não é um simples apelo a um viver moral e, sim, a uma transformação sobrenatural. Ninguém é capaz de vencer o pecado separado de Cristo e do Espírito Santo (Rm 8.13). Deus não é honrado quando tentamos remediar a nossa situação pecaminosa sem a sua graça, por isso é inimaginável supor que Deus irá abençoar um sistema de justiça produzido pelo próprio homem.

É Impossível Atingir os Padrões de Deus
É uma tendência humana culpar as circunstâncias ou as outras pessoas pelos nossos escorregões no pecado. Preferimos pensar que, diante das circunstâncias, seria impossível deixar de pecar. Queremos pensar dessa maneira porque alivia as nossas consciências e nos isenta de responsabilidade quando pecamos. Afinal de contas, como Deus pode nos responsabilizar por aquilo que é impossível?

Há um sentido em que a santidade de Deus, de fato, representa um padrão impossível para a humanidade pecadora. Quando os discípulos ouviram Jesus explicar o custo do discipulado para o jovem rico, perguntaram: "Então, quem pode ser salvo?" (Lc 18.26). Jesus respondeu: "O que é impossível para os homens é possível para Deus" (v.27). Portanto, é um erro fundamental desculpar-se do comportamento pecaminoso, já que Deus prometeu graça para obedecer a quem o busca pela fé.
Não existe pecado que não possamos vencer nem tentação que não possamos resistir pela graça (1 Co 10.13; 2 Co 12.9; Fp 4.13). Deus quebra o poder do pecado na nossa conversão. Este é o ponto focal de Paulo no sexto capítulo de Romanos: estamos mortos para o pecado; portanto não precisamos viver nele (vv.1-2). A graça de Jesus remove a carga pesada da obrigação de guardar os mandamentos de Deus (1 Jo 5.3).

Você Não Precisa Tratar com o Pecado Imediatamente
Procrastinação é um pecado do qual todos nós somos culpados e a respeito do qual temos costume de brincar. Mas a demora nas coisas espirituais pode ser fatal. A Bíblia nos diz que "agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação" (2 Co 6.2). E o escritor de Hebreus, citando o Salmo 95, exorta-nos a ouvir hoje a voz de Deus (Hb 3.7,13,15).

Por que isso se torna tão necessário? Primeiro, quanto mais o pecado permanece em nós sem que haja arrependimento, mais difícil será nossa mudança, devido à força do hábito. Quanto mais acalentamos um desejo pecaminoso ou uma atitude errada, mais o pecado ficará entranhado na nossa natureza. Será menos e menos notado. Terá um lugar mais permanente nas nossas afeições. A nossa resistência a ele irá se tornando cada vez mais fraca.

Segundo, é necessário porque a conseqüência maligna do pecado começa a fazer efeito no momento em que consegue entrada na alma. Foi somente um leve toque na arca que matou Uzá, e é somente uma simples brincadeira com o pecado que pode matar a alegria espiritual e os frutos nas nossas vidas.

 Posso Pecar Sem Sofrer Conseqüências
"Se eu pecar, nada de mal vai realmente me acontecer." Não pensamos assim, às vezes, especialmente se o pecado é "pequeno"? É espantoso observar os multiformes enganos do diabo neste assunto. Por um lado, ele convence as pessoas de que não existe um verdadeiro inferno e que, portanto, não faz mal pecar. Por outro lado, para aqueles que acreditam no inferno, ele os convence de que não há perigo, no caso deles, de irem para lá! Mas sempre há conseqüências para o pecado, porque Deus é um Deus de justiça que odeia o pecado.

Em Êxodo 34.7, Deus testificou que de nenhuma maneira livrará o culpado. Se não precisasse existir qualquer conseqüência do pecado, Jesus nunca teria morrido numa cruz pelos pecadores. Ele mesmo o declarou, quando clamou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice" (Mt 26.39). E, realmente, não era possível, porque a fim de que Deus fosse justo e justificador dos ímpios, foi preciso punir os seus pecados na pessoa de Jesus (Rm 3.25-26).

Fazemos bem em lembrar que o mero fato de tais castigos não serem eternos não significa que as conseqüências do pecado sejam indolores para os crentes. Às vezes, até um redimido tem de viver com as conseqüências de um pecado seu pelo resto da sua vida (observe o que o Rei Davi teve de suportar por causa do seu pecado com Bate-Seba). Isso já é razão suficiente para não pecar. O nosso Pai não somente tem uma equipe para afastar os nossos inimigos, mas também uma vara para corrigir os nossos erros. Sejamos gratos a ele por isso, porque é para o nosso bem.

 Deus Não Vai Me Julgar, Porque Todo o Mundo Faz o Mesmo
O diabo, às vezes, engana-nos fazendo-nos adotar uma mentalidade de grupo que justifica certos pecados porque a maioria das pessoas os considera comportamento normal. Entretanto, devemos sentir medo quando estamos seguindo a maioria. O cristianismo, pela sua própria natureza, é uma religião de contracultura. Seguir a Cristo é como nadar contra a correnteza. Jesus disse: "Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela" (Mt 7.13-14).

Uma vez, eu li um pequeno panfleto com uma história imaginária de uma pessoa diante de Deus, desculpando-se de seus erros com o argumento de que todo o mundo vivia da mesma maneira. Deus, então, respondeu: "Bem, se você pecou com a maioria, você pode ir para o inferno com a maioria". É essa resposta que podemos esperar se pautarmos a nossa vida por semelhante filosofia destrutiva.

 Deus Não Vai Me Julgar, Porque Não Sou Tão Mau Quanto os Outros
Se não racionalizarmos o nosso pecado por incluir-nos na multidão, o diabo vai tentar nos levar a racionalizá-lo excluindo-nos da multidão. Essa atitude era a essência do farisaísmo, e é sempre uma ilusão fatal.

Talvez exista um pecado na sua vida que Deus queira trazer à luz, mas você vem resistindo à convicção do Espírito, argumentando que não é uma pessoa tão má em relação às outras. Mas esse é um pensamento ilusório e contrário às Escrituras. Em primeiro lugar, deixa de levar em conta que Deus não somente estabelece o padrão; ele é o padrão. "Sejam santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.16). A questão não é como nos comparamos com outras pessoas e, sim, como nos comparamos com Deus.

Segundo, deixa de levar em conta o fato de que Deus não fica satisfeito com obediência incompleta. Deus quer tudo dos nossos corações, tudo das nossas vidas e o mínimo possível de pecado. Quando tentamos estabelecer meios compromissos com Deus, estamos roubando de nós mesmos tremendas bênçãos espirituais. 

 Deus Vai Perdoar Você, Por Isso Vá em Frente e Peque
A Bíblia fala de homens que se insinuaram na igreja, inspirados por Satanás, para espalhar esta doutrina demoníaca. Paulo faz referência a esses homens que dizem: "Façamos o mal, para que nos venha o bem" - e depois acrescenta: "a condenação dos tais é merecida" (Rm 3.8). Judas nos adverte contra aqueles que transformam a graça de Deus em libertinagem (Jd 4). A Bíblia torna bem claro que é impossível desfrutar o perdão e continuar vivendo no pecado.
Paulo ainda escreveu em Romanos 6.1-2: "Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?" É impossível porque sempre que Deus perdoa um homem, ele também transforma a sua natureza. A graça muda de tal forma a pessoa que esta não vai mais querer viver em pecado!

Quando uma pessoa é dominada pelo desejo de fartar-se do pecado é uma indicação de que ela nunca nasceu de novo. 

Deus Nunca Vai Perdoar Você, Por Isso Vá em Frente e Peque
Mais uma vez, vemos quão versátil é Satanás nos seus enganos. Ele sabe que precisa preparar uma mentira apropriada para cada tipo de pessoa. Para aquele que é inclinado ao desespero, o diabo espera por oportunidades de assoprar nos seus ouvidos que todas as tentativas de uma recuperação posterior serão inúteis porque ele já foi longe demais. Tentará convencê-lo que cometeu o pecado imperdoável, que agora pode muito bem se entregar totalmente ao pecado porque de todo jeito já está indo para o inferno.
A verdade é que Cristo perdoará todo aquele que vem a ele. "Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Jo 6.37). Isso foi verdade quando nosso Senhor falou estas palavras e ainda é verdade agora. Não permita que o diabo amplie a sua condenação tentando-o a se abandonar totalmente ao pecado e ao desespero. As misericórdias do Senhor duram para sempre. A porta da graça está aberta para todos aqueles que se aproximam através de Jesus.

Conclusão
Como é que podemos derrotar as mentiras do diabo? Somente pela Palavra de Deus. É a verdade que nos dá base sólida e que não permite que sejamos levados por qualquer vento de doutrina. É a verdade que santifica. É a verdade que é a mola-mestra do crescimento à maturidade em Cristo. É a chave para derrotar o diabo.
Leitura da Bíblia, meditação e memorização da Bíblia, e encarnação da Bíblia - experimentando as suas verdades nas nossas vidas - são para sempre as únicas ferramentas disponíveis ao povo de Deus para sobrepujar o inimigo. Como em todas as coisas, Jesus é o nosso modelo para lidar com as mentiras do diabo. Quando tentado por Satanás no deserto, ele citou as Escrituras em resposta a cada mentira (Mt 4.1-10). "Está escrito" deve ser a nossa senha tanto quanto foi a dele.

terça-feira, 1 de março de 2016

APOSTASIA PARTE 2

"Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira nenhuma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição. O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus." [2 Tessalonicenses 2:1-4].

"Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" [Lucas 18:8b].

Um dos principais sinais que o fim dos tempos está se aproximando é quando a maioria das igrejas cristãs começa a se afastar dos fundamentos da fé. Quando um pastor deixa de ensinar "todos os desígnios de Deus" e começa a incorporar elementos humanos e extrabíblicos no ensino e no serviço, está literal e biblicamente abrindo a porta para o Anticristo. Quantos pastores bem-intencionados já pensaram nisso quando levaram suas igrejas para áreas que não são bíblicas?

Para um pastor, esse afastamento dos fundamentos da fé pode ser simplesmente deixar de pregar sobre a pecaminosidade inerente do homem, transformando seus sermões em variações do tema "o amor de Deus" e a síndrome psicológica do "sinta-se bem consigo mesmo". Ou então, esse afastamento pode ocorrer quando o pastor permite que ensinos extrabíblicos entrem na igreja porque estão na moda e ajudam a aumentar o número de pessoas que vêm à igreja.

A religião orientada para resultados baseia-se basicamente nos mesmos princípios. Ela também proclama a filosofia que o fim justifica os meios. O "fim", na maioria das vezes, é o crescimento da igreja e os padrões das Escrituras são subordinados ou ignorados quando observa-se que prejudicam esse crescimento.

Os métodos para o crescimento da igreja também não são especificamente definidos e dependem principalmente dos aspectos demográficos e mercadológicos de uma determinada localidade. Usar uma diretriz específica "preto-e-branco", como as Escrituras, é um empecilho a esses esforços de marketing e, portanto, as percepções do pastor e da agência de consultoria precisam ser utilizadas para obter o resultado adequado. O ensino dogmático das doutrinas e da teologia também pode ser um empecilho ao crescimento da igreja, simplesmente porque a "doutrina divide". Portanto, a abordagem deve ser mais de um guia prático para tratar os problemas do dia-a-dia, como as finanças pessoais, relacionamentos, educação de filhos, e outras necessidades sociais daqueles que responderam aos programas de evangelização.

Todos os programas, música e teatro devem ser coreografados com a noção de entreter com uma mensagem religiosa positiva, de modo a atrair mais pessoas aos serviços da igreja e, ao mesmo tempo, sem deixar ninguém de fora. Sob esses auspícios, a igreja evoluiu de uma fortaleza onde aqueles de mesma fé eram convencidos do pecado, repreendidos, nutridos, edificados, instruídos, e enviados ao mundo para alcançar os perdidos — para um palco aberto para que todos os presentes "experimentem Deus". Para garantir que essa seja uma experiência positiva para todos, as exposições negativas de qualquer grupo ou indivíduo visto como nominalmente "cristão" não podem ser toleradas e uma atitude de "religiosamente correto" deve prevalecer.

A igreja também precisa ter uma equipe de "conselheiros cristãos" formados em "Psicologia Cristã" para atender às necessidades das pessoas que ficaram frustradas na busca de respostas para os "problemas complexos" do mundo de hoje nas páginas daquele documento antigo e simplista que chamamos de Palavra de Deus. Basicamente, todos os que estão envolvidos no ministério precisam ter em vista os RESULTADOS — TUDO O MAIS ESTÁ SUBORDINADO AOS RESULTADOS.



A tragédia do evangelismo moderno é que, na virada do século XX, quando a lei de Deus foi abandonada e desprezada em sua capacidade de converter a alma, de conduzir os pecadores a Cristo, os defensores do evangelismo moderno tiveram que encontrar outra razão para os pecadores responderem ao evangelho. E a maneira que os evangelistas modernos encontraram para atrair tais pecadores foi a estratégia da “melhoria na qualidade de vida.” O Evangelho foi degenerado para algo como: “Jesus Cristo vai te dar paz, alegria, amor, realização pessoal e felicidade duradoura.”

 “Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e     preciosa: e quem nela crer não será confundido.”  I Pe 2:6



Nos nossos dias temos ouvindo um novo evangelho, onde a pregação central não é mais o arrependimento que João e Jesus pregavam e posteriormente os apóstolos, a mensagem central já não é mais Cristocênica, é verdade que o evangelho tem se filtrado em todas as camadas da sociedade, artistas aceitam Jesus, mais querem viver a vida da mesma forma, sem nenhuma  transformação, não falo de trabalho porem de comportamento, pousam para revistas masculina, fazem filmes para adultos, bebem, se drogam.


 As novas igrejas estão cheias deste tipo de crente. Hoje descaradamente se prega um falso evangelho, o da facilidade e prosperidade, mas não pregam a salvação em Jesus Cristo. para estes o importante são as doações para “o reino de deus” a ganância eclesiástica, a busca pelo poder, fazem do culto um show onde o emocionalismo é perene, o convidado é levado a doar até o ultimo centavo ou mesmo objeto pessoal tudo isto com a promessa de cura, restauração de casamento, emprego, melhoria financeira e multiplicação de doação, fazem da oferta voluntária um jogo de loteria onde a promessa é quanto mais se dar, mais se recebe.


 Mas não foi esse evangelho que o apostolo Paulo pregava “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" Gl 1:8. E qual era o evangelho que Paulo e demais apóstolos pregavam? Era um evangelho simples da cruz, da ressurreição de Jesus, arrependimento e salvação para todo aquele que crer.

Na carta aos filipenses 3:17-20 Paulo diz:“Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim anda. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.”


"Inimigos da cruz de Cristo" são aqueles que corrompem o evangelho com falsos ensinos e vive uma vida imoral, é lamentável que a palavra de Deus seja pregada e interpretada conforme o interesse do pregador. Os neo-pentecostais e grandes pregadores não pregam o arrependimento e salvação, parece não se incomodar da condições miseráveis que se encontra o homem sem Deus, os crentes estão adormecidos com uma nova onde de promessas de bênçãos e vitórias e mudança de statussocial, até mesmo nas igrejaspentecostais tradicionais aos poucos temos notado que as pregações de domingo já não são como no passado, os pregadores leigos influenciados pelos tele-pregadores, imitando-os com gesto e bordões “olhe para seu irmão” “socote o seu irmão” “segure o anjo meu irmão” e dizem ver anjos voando sobre a igreja.  Deixam de aproveitar o precioso tempo de levar um evangelho simples de regeneração, preferindo “alegrar” a igreja. Esqueceram do evangelho da cruz, do sofrimento e missão de Jesus e o por quê da sua paixão e morte.


Vivem hoje como fossem viver uma vida terrena eterna, serve a um Deus onde o desejo do ser humano tem que ser obedecido, um Deus marionete, um Deus escravo. O apostolo Pedro escreveu em sua carta: “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”. 2º Pe 2:3. Me recuso a aceitar e viver esse falso evangelho pregado por alguns, prosperidade sim como está escrito:“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça e essas coisas vos serão acrescentada”mt 6:33. “Essas coisas” no texto  entendemos que é a verdadeira prosperidade material, ela não deve ser o principal objetivo na vida do crente, mas sim a consequência na vida do crente. Quem está alicerçada na pedra de esquina, jamais será confundido.

Alertas bíblicos para a alteração dos objetivos do Evangelho

Enquanto Pedro predizia que as ovelhas se tornariam “comércio” com “palavras fingidas” (leia 2º Pe 2,3), Cristo argumentava: Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. (Mt 7,15).

Alertou também:

-“no mundo tereis aflição” (João 16 : 33) e

- "se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim."  (João 15 : 18)

-“E sereis odiados de todas as nações por causa do Meu Nome”  (Mt 24,9)

Todas essas frases apontam para realidade oposta à atual: que a Palavra de Deus seria pregada a risco da própria vida, e que pregar o evangelho nos “marcaria” com o ódio da sociedade, como resposta às ofensas recebidas. Sim, pois o “evangelho verdadeiro” afirma que todos pecaram, seja um presidente de uma nação, ou um grande advogado, médico ou professor, ou estadista ou um simples ajudante: TODOS PECARAM e necessitam da Salvação de Jesus Cristo.

Porém vemos na igreja do século 21, uma outra realidade: o evangelho se expande e atinge o mundo utilizando-se de todos os meios de comunicação disponíveis: internet, rádio, TV, jornais, panfletos, músicas, etc., baseado em promessas que Jesus nunca fez.

 São mensageiros chamando as massas para as igrejas com promessas de prosperidade financeira, solução dos problemas materiais....conjugais, etc.

Em João  6,26, encontramos o versículo: “Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.”

É uma advertência para todos aqueles que dEle (Cristo) se aproximam. Após a multiplicação dos pães e dos peixes, os seguidores de Cristo queriam fazê-lo rei porque com Ele no trono não lhes faltaria alimento. Objetivo errado, alvo errado: foram repreendidos por Jesus, em duro discurso, e sentindo-se ofendidos, deixaram de seguí-lo.

As igrejas cristãs atuais sofrem com a banalização da pregação, porque a partir do momento que o evangelho vira um negócio,como já foi na idade média com o poder das indulgências, é preciso de muito entretenimento nos púlpitos, para satisfazer os questionamentos de uma massa de cristãos confusos que precisam e uma lógica para enfrentar a complexidade da vida moderna.
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