O grande engano da “Teologia da Prosperidade”
Jesus não propôs riqueza nem prosperidade aos seus seguidores
Nos últimos anos, tem sido apregoada aos quatro cantos do mundo um ensino exagerado sobre a prosperidade cristã. Segundo este ensinamento, todo crente tem que ser rico, não morar em casa alugada, ganhar bem, além de ter saúde plena, sem nunca adoecer. Caso não seja assim, é porque está em pecado ou não tem fé. Neste estudo, procuraremos examinar o assunto à luz da Bíblia, buscando entender a verdadeira doutrina da prosperidade.
O IBGE trouxe uma constatação chocante para a ideologia dos propagadores da teologia da prosperidade no Brasil... Foi comprovado, no último censo de 2006, que os evangélicos são os que mais contribuem com a sua religião, apesar disso, são os religiosos mais pobres do País. Ou seja, essa teologia na prática não funciona.
A chamada “teologia da prosperidade” parte do princípio de que todos são filhos do Rei (Deus, Jesus) e
que, portanto, recebem os benefícios desta filiação em forma de riqueza, livramento de acidentes e
catástrofes, ausência de doenças, ausência de problemas, posições de destaque, etc. Esta “teologia”
oferece fórmulas para fazer o dinheiro render mais, evitar-se acidentes, livrar-se de doenças e problemas,
aumentar as propriedades, além de viver uma vida sem dificuldades.
A teologia da prosperidade sustenta que nenhum filho de Deus pode adoecer ou sofrer, pois isso seria
uma clara demonstração de ausência de fé e, por outro lado, da presença do diabo.
Jesus nunca ensinou que o Evangelho pudesse ser uma fonte de enriquecimento ou um meio de se levar uma vida "regalada", "em nome de Deus"; ao contrário, o Senhor ofereceu a renúncia e a cruz àqueles que O seguirem:
"Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e me siga. Porque quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á" (Lucas 9,23-24).
Jesus fala de sacrifício, renúncia, de perder a própria vida; e diz que se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, não pode dar fruto (cf. Jo 12, 24). Isto está longe de ser um ensinamento de enriquecimento, porque se faz a vontade de Deus. Ele não é contra a riqueza justa e sabiamente usada para o bem de si mesmo e dos outros, mas isto está longe de justificar a 'Teologia da Prosperidade'.
No entanto, os adeptos dessa teologia baseiam-se no Antigo Testamento para dizer que os homens de Deus foram ricos como Salomão, e que Jesus prometeu que veio para que tenhamos "vida em abundância". (Jo 10,10)
Segundo a 'Teologia da Prosperidade', Deus concede riqueza e bens materiais a quem Lhe é fiel e paga o dízimo com fidelidade. Mas o dízimo não pode ser uma troca com Deus; deve ser uma doação generosa de quem O ama gratuita e desinteressadamente.
A doutrina da prosperidade é uma das doutrinas principais pregada por igrejas e movimentos. Trata-se de uma substituição do Evangelho da Graça, pelo “evangelho” da ganância. Oral Roberts, um dos principais pregadores dessa heresia, chegou a escrever um livro intitulado How i learned Jesus Was Not Poor (“Como aprendi que Jesus Não foi Pobre”) É comum ouvimos da boca dos pregadores da prosperidade coisas do tipo: “Você é filho do Rei, não tem por que levar uma vida derrotada.” A principio uma frase dessas pode até pode parecer ortodoxa. Mas, o que muitos talvez não saibam, é que para esses pregadores, “vida derrotada”=ser pobre, ter dificuldades financeiras, ficar doente etc.T.L Osborn, ensina em seu livro Curai Enfermos e Expulsai Demônios , que Paulo jamais esteve doente contradizendo o seguinte texto:
”E vós sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus”.(Gal.4.13,14). É interessante saber que Osborn no começo de seu ministério se apoiou em líderes heréticos como William Marrion Branham.
A teologia da prosperidade une o fútil ao desagradável, ou seja, é uma mistura de ganância e comodismo. Os adeptos da teologia da prosperidade acham que nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da soberania divina. Cito abaixo alguns textos bíblicos, que refutam esse evangelho falso, que promete ao homem uma vida de prosperidade material, atiçando-lhe a ganância.
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. (Mat.6.19,20)
Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras do nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade,
É soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfemias, ruins suspeitas,
Contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, que cuidam que a piedade seja causa de ganho: aparta-te dos tais.
Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
Porque nada trouxemos para o mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.
Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se trespassaram a si mesmos com muitas dores.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. (1Timóteo.6.4-11)
Jesus não propôs riqueza nem prosperidade aos seguidores d'Ele. Prometeu sim, vida, e vida em abundância, mas não é a vida mortal e sempre ameaçada que o homem conhece na terra, mas a vida imortal em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
"No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." - (Jo 16:33);
"Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades." - (1Tm 5:23);
"Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação." - (Fp 4:11);
"E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades." - (Fp 4:19).
Nas décadas de 60 e 70, espalhou-se pelas igrejas dos Estados Unidos, especialmente aquelas de
tendência pentecostal, um movimento cuja afirmação principal é garantir saúde integral, sucesso total nos
empreendimentos, enfim, prosperidade a todas as pessoas que cumprem a vontade de Deus, através de suas
vidas.
Embora não conheçamos a maioria dos líderes desse movimento, os evangélicos brasileiros conheceram
Jimmy Swegart, um evangelista que freqüentou os nossos televisores à custa de milhões de dólares. Não fossem
os muitos de seus escândalos descobertos, juntamente com outro evangelista, Jim Bakker, hoje ainda teríamos
suas pregações nas emissoras de televisão brasileiras. No final da década de 70, se pode assistir, através da
televisão, o auge desse movimento, quando multidões enchiam imensos templos, estádios, parques públicos, em
busca da orientação e proteção de Deus para alcançar fama, sucesso e dinheiro. Foi no impulso desse movimento
que vieram por exemplo, o contraditório dente de ouro e outras manifestações igualmente estranhas.
Como uma bomba de efeito retardado, a teologia da prosperidade chegou ao Brasil, através de uma
perfeita divulgação. Assim, de repente, as livrarias evangélicas começaram a vender enorme quantidade de
livros e fitas divulgando esta novidade. Foi assim que um dos mentores dessa doutrina, Kenneth Hagin, tornou-se
um sucesso de vendas nas livrarias evangélicas, no Brasil. Daí suas idéias espalharam-se pelas igrejas.
A grande maioria da população (não cristã) brasileira foi criada aprendendo que riqueza era sinônimo da benção de Deus, enquanto que a maioria evangélica não aprendera assim. Isso porque a ênfase da pregação evangélica, principalmente pentecostal era que os cristãos não deveriam se apegar às riquezas, coisas terrenas, e que os problemas da vida (enfermidades, perseguições, falta de dinheiro, etc.) eram provações de Deus para o Seu povo.
O secularismo tem invadido hoje as igrejas, muitos estão mais preocupados com homens poderosos do que homens santos, pregadores que fazem mais sucesso aqui na terra do que no céu.
Ao mesmo tempo em que os evangélicos no Brasil ocupam o 3° lugar no mundo, e o Brasil já por mais de 20 anos é tido como o celeiro missionário para outros países, observamos o crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus (a igreja que mais cresce no Brasil), com uma ênfase exagerada na Teologia da Prosperidade, Saúde e Confissão Positiva, esta igreja tem 5 cultos por dia só falando em dinheiro, demônios e enfermidades, usam de todos os artifícios (fitinha da prosperidade, arruda para dar sorte, sal grosso, incenso, etc.) para arrancar dinheiro do povo, que assolado pelo diabo, crise de desemprego, desintegração da família perdeu a esperança na antiga religião, busca desesperado a solução de seus problemas materiais aqui e agora. Esta igreja não ensina que o sofrimento faz parte da vida do cristão. (Jó 2:9,10)
A Bíblia não ensina a fazermos uma barganha com Deus, não somos ensinados a ter que dar tanto para receber tanto. Deus não se condiciona aos nossos caprichos, quando nos abençoa é pela sua misericórdia e tudo que recebemos é por sua infinita graça, aliás os movimentos da fé, conhecem pouco acerca da doutrina da graça, uma doutrina tão defendida pelos reformadores - o Deus Todo Poderoso, que conhece tudo e que faz infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, está sendo trocado por, Aladim o gênio da lâmpada, que só é buscado quando precisam de algum favor. Um Deus que tem que cumprir com todos pedidos dos pregadores da Fé - Kenneth Hagin diz que: em 45 anos de ministério Deus nunca disse não.
A ênfase demasiada em alguns valores terrenos, conferir:
"Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento" - (1Co 1:26)
"Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; (mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração." - (Mt 6:19-21).
EVANGELHO DA PROSPERIDADE: GRAÇA OU COMÉRCIO.
Na palavra do Senhor, apresentada no Antigo Testamento encontramos inúmeras referências, onde o Senhor prosperava espiritualmente os que o temiam e lhes eram fieis. Também lhes concedia muitas bênçãos e prosperidades materiais, como recompensa pela fidelidade à sua palavra.
Porém, no Novo Testamento do Senhor Jesus, não encontramos mais a promessa de prosperidades materiais, para os que lhes são fieis e buscam a salvação em Cristo.
E a lógica é óbvia, o Senhor Jesus Cristo derramou o seu sangue em sacrifício vivo para remissão dos nossos pecados para alcançarmos a salvação, e nesse caso, as prosperidades materiais tornaram-se coisas insignificantes, pequenas e vãs diante da grandeza de Deus em nos proporcionar a oferta da vida eterna, pois, agora temos uma melhor e mais confortável esperança em Jesus Cristo, encontramos a vida, pela sua morte na cruz. Algo infinitamente superior a todos os bens materiais deste mundo.
Mas alguém poderá refutar, porque no livro de Malaquias 3.10, disse o Senhor: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
Este versículo é o argumento mais usado pelos pregadores, mas que muitos não conseguem visualizar pelos olhos espirituais, é uma grande divisão que há na palavra de Deus, chamada a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo), e Jesus disse: Um Novo Mandamento vos dou. E se não fosse pela misericórdia do Senhor Jesus em nos ofertar um um Novo Testamento pelo seu próprio sangue, até hoje, estaríamos vivendo pela lei, conseqüentemente, mortos na maldição do pecado. E a ordenança para se levar o dízimo à casa do tesouro faz parte de outro mandamento (a.C.), o qual foi sucumbido pela aspersão do sangue do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário.
Mas a TEOLOGIA DA PROSPERIDADE revoluciona isso prometendo prosperidade, bem estar e erradicação da pobreza, porque a inferioridade, segundo o EVANGELHO DA PROSPERIDADE significa falta de fé, algo que desqualifica o sacrifício do Senhor Jesus Cristo para a remissão do pecado e a salvação da vida eterna.
Segundo os pregadores da TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, Jesus veio ao mundo pregar o Evangelho aos pobres justamente para que deixassem de ser pobres. Mas de onde surgiu esse evangelho mentiroso que hoje é predominante na maioria das igrejas, que desvirtua a fé, e afirmam que temos que buscar a felicidade e bens materiais em Deus a qualquer custo?
A palavra de Deus, à luz do Evangelho diz: Quem deu primeiro a Ele para que fosse recompensado? Não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos as humildes (Romanos 11.33 e 12.16).
Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele, mas tendo sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e traspassaram a si mesmos com muitas dores (I Timóteo 6.7-10).
A teoria evocada no EVANGELHO DA PROSPERIDADE propaga que o crente sendo fiel nos dízimos e ofertas, tem o direito perante a Deus em viver uma vida regada de mordomia, com bom emprego, moradia de alto padrão, carros novos, imune as enfermidades, resguardado aos desajustes sociais e familiar, enfim, viver o paraíso aqui na terra mesmo, confrontando a palavra do Senhor Jesus o qual declarou: No mundo tereis aflições (João 16.33).
A palavra de Jesus afirma que enquanto estivermos no mundo vamos ter provações, mas vamos também receber a sua Graça e abundância de paz, o que é de uma grandiosidade incomparável a toda riqueza deste mundo. Mas a grande recompensa pela fidelidade aos mandamentos do Senhor, só virá na eternidade. O Senhor reservou para os seus uma cidade edificada toda em ouro, onde não haverá mais morte, nem pranto, nem dor, nem clamor porque as primeiras coisas já se passaram.
Essa modernidade no meio evangélico chamada TEOLÔGIA DA PROSPERIDADE é um equívoco, uma monstruosidade herética da palavra de Deus, pois induz o coração do homem a renunciar os conselhos de Deus, e a vislumbrar apenas a cobiça e avareza pelos bens desta vida. Exemplo que vem dos pastores de algumas igrejas, os quais amontoam para si riquezas, e dizem que é benção de Deus. E o resultado disso são os escândalos e o descrédito aos verdadeiros evangélicos compromissados com Deus na pregação do Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
No entanto, a palavra de Deus mostra a verdadeira face do Evangelho na vida de Cristo e dos apóstolos, citada nas escrituras que apresentam situações de extrema privação e renúncia aos bens materiais, mas com abundância no amor, nas boas obras e na obediência a vontade de Deus.
Hoje, criaram cursos especialmente direcionados a capacitação de pastores para fazer abarrotar as igrejas, usando métodos que fogem do princípio bíblico, por isso as pregações sobre a prosperidade têm crescido assustadoramente a cada dia nas igrejas evangélicas, substituindo o Evangelho da graça pela doutrina da avareza.
No momento em que a corrupção assola a humanidade, os homens de Deus, que têm o compromisso de levar a paz e a esperança aos oprimidos, ao menos teoricamente deveriam estar invólucros numa blindagem completa dessa desmoralização, mas acabam maculando a pureza do Evangelho e do sacrifício do Senhor Jesus Cristo.
Porque no princípio da igreja primitiva, as coisas não aconteciam assim, a palavra de Deus narrada no livro de Atos e demais escrituras, cita que os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, com grande poder, e em todos eles havia abundante graça.
Todos os que criam, estavam juntos e tinham tudo em comum, e não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. E isso, faziam todos, voluntariamente.
E desde a antiguidade, os homens compromissados com Deus, não se envolviam nessa imoralidade generalizada que ocorre hoje, um exemplo clássico disso foi relatado no capítulo 5 de II Reis, ocasião em que o general Naamã sendo agraciado pela cura da lepra, ofertou a Eliseu, profeta de Deus, grande valor de bens materiais, mas esse recusou, apesar da insistência de Naamã com ele para que a tomasse, mas ele não aceitou.
Porem, Geazi, servo do profeta Eliseu, correu atrás de Naamã, e tomou os bens que o seu senhor havia recusado. E como recompensa pela corrupção herdou a lepra que estava em Naamã.
O capítulo 8 do livro de Atos descreve caso assemelhado ocorrido com os apóstolos Pedro e João quando estavam em Samaria os quais, oravam para os novos convertidos e lhes impunham as mãos, e recebiam o Espírito Santo.
E Simão, que também era novo convertido, lhes ofereceu dinheiro, para receber o mesmo poder do Espírito Santo que fora dado aos apóstolos, porem, Pedro disse-lhe: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus.
Em ambos os casos houve oferta de dinheiro e bens materiais em recompensa pela graça, mas os homens santos de Deus, recusaram, deixando em si mesmo o exemplo para que nós os imitássemos. Porém, nos dias de hoje, a maioria dos pregadores pedem dinheiro aos seus seguidores, comercializam a graça e o sacrifício do Senhor Jesus, sob promessa de prosperidades materiais, cuidando que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Isso é doutrina de homem, que vai na contra mão do Evangelho do Senhor Jesus, o qual advertiu dizendo: Não ajunteis tesouros na terra, mas ajuntai tesouros no céu, porque onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.
Jesus ainda declarou que não tinha lugar pra reclinar a cabeça, e aconselhou o mancebo rico a vender todos os bens e doar aos pobres para receber um tesouro no céu. E alertou que, aquele que não renunciar tudo o que tem, não serve para ser seu discípulo, porque mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.
E no capítulo 6 daprimeiracarta a Timóteo, vem a sustentação da palavra de Deus, que protesta: Se alguém ensina alguma outra doutrina que não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo e nada sabe.
E os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e traspassaram a si mesmos com muitas dores.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, e toma posse da vida eterna, e manda aos ricos deste mundo que não sejam orgulhosos, que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.
Outro exemplo notório, está contido no capítulo 3 de Atos, ocasião em que Pedro e João subiam ao templo à hora da oração, e era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias o punham à porta do templo chamado Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
Ele, vendo Pedro e João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola, e Pedro, fitando os olhos nele, disse-lhe: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.
Observem que os homens designados por Deus, não possuíam bens materiais, porque o Senhor Jesus havia lhes ordenado que nada levassem pelo caminho (Mateus 10.6-11), entretanto, eram cheios das virtudes do Espírito Santo. Ao contrário do que ocorre hoje, muitos pregadores, se depararem com uma situação dessa, vão ter que dar alguma esmola ao pedinte porque a maioria deles só possuem a riqueza material, porque esse é o objetivo desejado.
E o perigo constante, satanás tem exaltado o seu reino no púlpito das igrejas e muito ainda dizem o amém! A palavra adverte que devemos examinar com cuidado se o espírito manifestante é de Deus, porque satanás se transfigura em anjo de luz e engana até os escolhidos.
Na carta aos Romanos 16.17, 18, a palavra de Deus diz: Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles, porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras, enganam o coração dos simples.
E no Evangelho de Mateus 10.16, disse Jesus: Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede simples como as pombas, mas prudentes como as serpentes.
Portanto amados, lembrem-se da palavra do Senhor Jesus Cristo, o qual sempre pregou o amor ao próximo, e sejam de um coração simples, humilde, misericordioso, mas prudente como a serpente, e não se deixem levar por palavras suaves, as quais têm na verdade, alguma aparência de sabedoria, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne.
PORQUE DETERMINAR E NÃO ACEITAR?
Com grande preocupação temos observado muitos pregadores ensinando os fieis à determinar a sua benção, ordenar e exigir de Deus, os desígnios de seus corações.
Orientam os seus seguidores, que quando estiverem com o pagamento do dízimos atualizados, podem cobrar do Senhor, bênçãos, prosperidades, e tudo o que desejarem.
Ensinam ainda a não aceitar as dificuldades, acrescentando doutrina de heresia e blasfêmia ao Evangelho do Senhor Jesus.
A nova criatura nascida da água e do Espírito, só poderá fazer o que é mandamento do Senhor, pois Ele mesmo disse: se me amardes, guardareis os meus mandamentos (João 14.15). Certamente o determinar e não aceitar, não é ensinamento do Senhor. Vamos meditar.
No Evangelho de Mateus 21.22, Jesus declarou: Tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.
O Senhor disse: Tudo o que pedir. Ele nos ensina e nos exorta a exercitar a fé com humildade, que devemos pedir, crendo, que pela fé, o Pai nos ouvirá. Porem, aqueles que passam a determinar, ordenar ou exigem de Deus alguma coisa, deixaram a fé em segundo plano. E a palavra diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6).
Em I Timóteo 6.15 a palavra nos traz a confiança que Jesus Cristo é o Rei dos reis e Senhor de todos os senhores, então, com que autoridade, poderá o servo dirigir-se ao seu Senhor com tamanho desrespeito e arrogância, determinando-lhe ou exigindo d’Ele alguma coisa?
Na 1ª Carta Universal do Apóstolo Pedro 5.5, 6 o Senhor nos ensina, e exemplifica a humildade e o respeito recíproco entre nós mesmo, agora imagine como devemos nos apresenta diante da grandeza do Altíssimo. Vejamos:
Vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte.
A determinação é uma ordem emanada que parte do superior para o subordinado. Em hipótese, o que ocorrerá ao Soldado, que diante do General comandante do seu exército, lhe determinar a concessão de algum benefício? Vai acontecer exatamente isso que você imaginou.
E como o nosso General, o Senhor Jesus Cristo, também não vai ser diferente, porque esse “determinar” que se ouve por aí é doutrina de homem e uma blasfêmia contra o Senhor.
EU NÃO ACEITO...
Esta frase popularizou-se nos meios evangélicos, principalmente quando nos deparamos com algumas situações difíceis, com algumas barreiras que julgamos intransponíveis. Mas afinal, isso tem fundamento bíblico, é correto não aceitar ou recusar a prova ou a tribulação? Precisamos meditar na verdade do Senhor Jesus Cristo e discernir o que é provação etentação.
As provações, que são as tribulações, opressões, dores e sofrimento acontecem na vida do crente por duas razões distintas:
A primeira hipótese podemos estar sendo provados. Neste caso o Senhor nos encoraja a alegrarmo-nos e regozijarmos por sermos dignos de padecer pelo seu nome, porque grande será o galardão no reino do céu (Mateus 5.10-1/ 1 Pedro 3.14/ Tiago 1:3,12/ 1 Pedro 1:7).
A palavra nos conforta que Deus não permitirá que sejamos tentados alem do que possamos suportar (I Coríntios 10.13 e II Pedro 2.9). Assim sendo, não há razão para se desesperar, mas confiar que o Senhor é conosco e não nos deixará desamparados na angústia.
A segunda situação é a tentação, e não vem de Deus, mas é a colheitado fruto da carne e das nossas desobediências. Vejamos:
Tiago 1.13-15: Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
Portanto amados, quando nos depararmos em qualquer das situações, a primeira iniciativa é se humilhar e orar, mergulhar numa profunda reflexão, e aperceber se estamos realmente fazendo a vontade do Senhor Deus, e principalmente se estamos sendo provado ou tentado.
Clamar ao Senhor com paciência, sabedoria, humildade para nos fortalecermos espiritual e superarmos as dificuldades, mas em nenhum momento podemos dizer: Eu não aceito, porque isso é desobediência, e rebeldia, o que é abominação ao Senhor.
Jó, homem de vida farta, repentinamente, perdeu tudo o que possuía, inclusive os dez filhos e foi entregue nas mãos de satanás, o qual lhe feriu com uma chaga maligna. A sua mulher não aceitou, e disse-lhe: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa o teu Deus e morre.
Mas ele lhe respondeu dizendo: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios (Jó 2.6 a 10).
Porventura, não aceitou Jó com paciência todas as provações que lhe fora imposta? E, caso Jó não tivesse aceitado o sofrimento que o Senhor Deus havia permitido? Certamente teria perdido a grande benção que o Senhor havia lhe reservado.
O Apóstolo Paulo narra na 2ª carta aos Coríntios 12.1-9, foi arrebatado ao paraíso e viu coisas inefáveis (inexplicáveis, inexprimíveis) e, para que não se exaltasse, recebeu um espinho na carne, a saber, um mensageiro de satanás a esbofeteá-lo, e, por três vezes orou ao Senhor pedindo a libertação, mas o Senhor lhe respondeu: A minha graça te basta. Paulo, homem temente a Deus, aceitou com humildade todo o sofrimento que lhe fora atribuído. Porque o Senhor Deus disse: Com os humildes está a sabedoria.
A palavra diz que o próprio Jesus Cristo, nos momentos que antecediam ser entregue para que se cumprissem as escrituras, estava muito angustiado, pois Ele já sabia do sofrimento que haveria de passar, mas quando orava ao Senhor Deus Pai dizia: Pai, se possível, passa de mim esse cálice, todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua (Lucas 22.40-42).
Amados, observem, que até o Filho de Deus na hora de sua grande angústia soube pedir com humildade, colocando sempre em primeiro plano a vontade do Pai. E nós, ínfimas criaturas, que só estamos aqui pela misericórdia de Deus, precisamos ser dotados dessa humildade para aprender também qual é a vontade do Deus Pai para conosco, para que a nossa fé não seja vã.
Observe a palavra do Senhor no livro de profecias de Isaias: Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe (29.16). Ai daquele que contende com o seu Criador! (45.9).
Portanto amados, muito zelo quando se dirigir ao Senhor, porque Jesus disse: Pelas suas palavras serás justificado, pelas suas palavras serás condenado.
O mundo tem uma máxima que dizem: Há males que vem para o bem. Esse conceito é para os que não conhecem e nem confiam no Senhor. Mas para os servos de Deus, não há males que vem para o bem, para nós, todas as coisas contribuem para o bem. Vejamos:
Romanos 8.28: Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.
X-TUDO
O SANDUÍCHE DA FÉ
Fast-food, “comida rápida” em inglês, é o nome genérico dado ao consumo de refeições que podem ser preparadas e servidas em um intervalo pequeno de tempo. São comercializados desta maneira os sanduíches, pizzas e pastéis, entre outros. Dos mais saborosos há um que me chama a atenção, o famoso X – TUDO, onde não há limites para se rechear o pobre pão com tudo que aos olhos parece ser bom. Vale carne, lingüiça, batata frita, ovo frito, hambúrguer, queijo derretido, alface, maionese, mostarda, catchup e mais o que couber dentro do pão. Mata a fome psicológica, não atende às necessidades nutricionais do organismo, mas também causa danos podendo levar o guloso a ter sérios problemas com a sua saúde. Convenhamos, é muito gostoso…
Usei o big sanduíche para ilustrar a maneira como os crentes estão se alimentando espiritualmente hoje, onde os lanches rápidos á base de substâncias nocivas á alma, são consumidos livremente dentro de nossas igrejas. Os restaurantes celestes foram aos poucos se moldando á modernidade e às inovações oferecendo nas suas mesas alimentos de qualidade duvidosa que produzem efeitos desastrosos à alma e ao coração do homem. O X-TUDO tornou-se no carro chefe, o prato principal oferecido aos que freqüentam nossas igrejas. São sermões de baixa qualidade voltados para a psicologia atrelada à prosperidade material, músicas copiadas do mundão nos seus mais variados ritmos, roupas, tatuagens, pircings, grupos de dança, festinhas regadas a muito barulho, shows gospel formando o recheio do sanduíche espiritual oferecido como substituto dos alimentos saudáveis preparados conforme a receita do cardápio Divino. A relação entre o sagrado e o profano tomou proporções perigosas colocando em risco a simplicidade e a beleza do culto e da adoração a Deus.
A igreja de Jesus Cristo, que deveria ser um restaurante sério, servindo o simples arroz com feijão espiritual, modernizou-se e agora se encontram nas suas gôndolas todo o tipo de porcaria e o que se vê são muitos com indigestão religiosa tomando antiácidos como paliativo. A obesidade mórbida espiritual é notória, o excesso de gordura saturada na alma e no coração são evidentes. As pessoas engordam por uma simples questão, consomem mais calorias do que gastam. Em outras palavras, não se alimentam de forma equilibrada e muitas levam uma vida sedentária. Se o corpo não usa a energia que ingeriu, por meio de atividades físicas, essa energia se transforma em gordura e se acumula no corpo, causando o aumento de peso. Na questão espiritual, por não existir atividades que permitam a queima constante de calorias, a alma é invadida pelas gorduras consumidas nos alimentos de baixa qualidade, aumentando o peso do pecado na vida da pessoa. Na questão, queimar o excesso de gordura religiosa é um desafio real que exige dieta rigorosa que passa inclusive, na maioria dos casos, pela reeducação alimentar espiritual. A primeira delas é abdicar de todas as guloseimas e dos pratos servidos nos restaurantes do inferno, cortar qualquer relação com as práticas contrárias aos ensinos de Jesus.
Como a perda de peso na vida cristã é algo que requer muita força de vontade e disciplina espiritual, melhor do que combater é prevenir a obesidade. E o cuidado deveria começar já na infância, mas isto não acontece hoje, pois as nossas crianças estão se esbaldando nas prateleiras do mundão e os adultos, pelo costume, não conseguem abandonar tais práticas.
Na redução de estomago, tratamento radical, as cirurgias bariátricas reduziam a absorção dos alimentos, a operação altera os níveis de hormônios que controlam a fome. Cirurgia é atualmente o único tratamento efetivo contra a obesidade… Não apenas ajuda as pessoas a perderem peso ao reduzir fisicamente a qualidade de comida que ingerem, mas também altera seu perfil hormonal, significando que eles sentem menos fome e então passa a ser muito mais fácil manter a perda de peso.
Precisamos conter a fome e os desejos pelas coisas do mundo de nosso povo e só mesmo uma medida drástica, através de um processo cirúrgico espiritual poderá permitir que os crentes de nosso tempo percam o excesso de peso que carregam nas suas práticas religiosas e na relação de intimidade com Deus. A preocupação com as coisas materiais é evidente não só pelas igrejas como pelos fiéis, a busca pela satisfação dos desejos da carne é evidente, todos querem de alguma forma realizarem seus projetos, mesmo que estes não tenham qualquer aprovação de Deus.
Vivemos uma crise de identidade no cristianismo onde cada um, a seu modo, e não segundo a Bíblia, pregam um Evangelho distorcido voltado para satisfazer os prazeres e os desejos da carne onde a alma foi deixada de lado e poucos lembram que ela existe. A palavra pecado foi banida do vocabulário cristão dando lugar a liberdade, que sem limites descambou para a libertinagem com o inimigo sendo tratado com honras e tendo livre acesso no processo de adoração e de culto em nossas comunidades de fé. O X-TUDO é mais fácil de ser consumido, mais atraente além de ser muito mais barato o que é um fator determinante uma vez que pouquíssimos estão dispostos a investir no verdadeiro crescimento espiritual e numa vida de perfeita relação com Deus. Precisamos abandonar o “fast-food” dando lugar a uma dieta balanceada, equilibrada e estabelecida sobre o cardápio da palavra de Deus, com regras claras para a manutenção de nosso corpo espiritual para que não caiamos na obesidade mórbida que destrói as defesas do coração.
BAÚ DA INFELICIDADE
SEMELHANÇAS OU CONVENIÊNCIAS
Há alguns anos atrás havia um programa de auditório no SBT cujo objetivo era divulgar uma marca que hoje está em baixa no mercado, o “Baú da Felicidade”, onde os caçadores de facilidades investiam na compra de um carnê com a promessa de participarem de sorteios onde as portas da riqueza seriam abertas permitindo que os incautos tirassem o pé da lama. Lembro-me dos tempos em que o homem do Baú, com todo o seu poder de persuasão, nos programas dominicais, levava pessoas de todas as partes do Brasil ao palco, colocava-as numa tribuna e então cidadão orgulhoso de estar diante das câmeras de um canal de televisão em rede nacional contava a sua vida, seus sonhos, suas frustrações e seus desejos. No quadro “A PORTA DA ESPERANÇA” o sujeito era convidado a expor o seu maior desejo e com a abertura da tal porta seu sonho poderia se tornar uma realidade. Era interessante ver a ansiedade e a expectativa do candidato, não faltavam emoções nem torcida no auditório para que ele obtivesse sucesso no investimento que ele havia feito no tal carnê do “Baú da Felicidade”. Eu achava interessante, chegava até a me emocionar com algumas histórias e a forma dramática como eram relatadas e quando as pessoas não conseguiam ganhar o que queria, via no olhar delas uma ponta de decepção. Lembro-me de muitas pessoas que se tornaram celebridades por ter passado pela PORTA DA ESPERANÇA e realizado o seu sonho. O Baú fez a felicidade de muita gente, mas outros tantos nunca viram a cor do dinheiro ou do tão sonhado prêmio e seus sonhos viraram pesadelos… A PORTA DA ESPERANÇA engordou a conta do Senhor Abravanel causando anemia psicológica e financeira nos que acreditaram poder, da noite para o dia, mudarem duas vidas.
Mas que relação pode haver entre o CRISTIANISMO e a PORTA DA ESPERANÇA? Não, não há qualquer possibilidade. Pelo menos para nós cristãos que temos um Deus justo e misericordioso, que zela por Sua Palavra, que cuida dos seus e que entregou Seu Filho por amor a nós pecadores, não, não há qualquer afinidade. Mas há quem encontre tais semelhanças nas práticas de ambas as partes, mesmo que muitos não queiram vê-las e eu sou um deles.
Estive pensando esta semana sobre a similaridade entre o animador de auditório e apresentador Silvio Santos e o EVANGELHO DA PROSPERIDADE de nossos dias. Há uma grande semelhança entre ambos e isto não se pode negar. Os dois vivem da exploração da desgraça alheia e de uma proposta irracional que passa pela troca de favores, onde o pagamento em dia das mensalidades pode resultar em benefícios diretos para o cidadão. No caso do Baú era o Banco Panamericano, para os teólogos da prosperidade vale qualquer um banco, conquanto que seja na conta determinada por eles para tais arrecadações. Parece até que a inveja levou os líderes religiosos adeptos da prosperidade a copiarem na sua totalidade as táticas empregadas pelo programa de auditório do Senhor Abravanel para conquistarem e aprisionarem as suas presas. Paga-se o boleto bancário e as coisas tornam-se mais fáceis, a conquista torna-se numa questão de tempo.
Senhor Abravanel, fez fama e dinheiro vendendo o tão conhecido Baú da Felicidade. Era um carnê de pagamento mensal que recompensaria a fidelidade financeira e a pontualidade dos seus clientes com prêmios e mais prêmios. Era a farra dos presentes(?) onde eletrodomésticos, móveis, brinquedos, automóveis e até imóveis eram sorteados entre os que estivessem rigorosamente em dia com o seu carnê.. Sim, bastava adquirir um carnê e pagar todos os meses, RIGOROSAMENTE em dia como fazia questão de frisar o apresentador.
Hoje em dia quantos são aqueles que querem fazer do seu “carnê de dízimo” ou do “boleto bancário” de depósito um carnê do Baú da Felicidade? Quantos são aqueles que, direcionados por seus líderes inescrupulosos e oportunistas, acham que tem algum privilégio ou algum benefício diante de Deus só porque pagam em dia seus dízimos ou suas contribuições? A igreja tem se tornado num clube de investimento, numa espécie de Bolsa de Valores Celestial onde os índices, pelas palavras dos diretores dos pregões religiosos, estão sempre em alta, é lucro certo. Você aplica hoje e pela fidelidade, e somente por ela, amanhã tem bons rendimentos. Sete vezes mais, cem vezes mais, sei lá quanto, tudo depende da sua fé e da sua lealdade (R$). Vale lembrar que a maioria absoluta destes líderes religiosos jamais entraram na fila de um destes bancos para efetuarem qualquer depósito, pelo contrário, só aparecem para sacarem os dividendos de suas promessas duvidosas feitas ao povão. Isto sem falar nos gordos salários que, de uma forma ou de outra, estão garantidos e são os primeiros a serem cobertos pelas ofertas doadas pelos fiéis.
O cristão, motivado pela baixaria que envolve o EVANGELHO DA PROSPERIDADE, tem deixado de lado a adoração, o respeito, a dependência e o amor a Deus para buscar apenas e tão somente bênçãos financeiras, curas, libertação e uma vida fácil. Para alguns Deus deixou de ser Deus e virou mercador, agiota, cambista ou um camelô. Quantos são aqueles que esperam que Deus abra as Portas da Esperança, aguardando ver sua benção, ou seu prêmio ou sua recompensa sendo agraciada. Vão à igreja, servem ao Senhor somente pela gratificação, somente pelas promessas ou pelo prêmio que está em jogo. A morte e o sacrifício de Jesus para nos livrar do pecado e da perdição eterna não tem valor algum, o que querem mesmo são suas “bençãos”, aqui e agora. Sofrimento? Nem pensar!
As pessoas vivem neste mundo materialista de qualquer forma, de acordo com seus desejos, anseios e vontade, desagradando a Deus, dando ouvido a tudo que é besteira que se tem pregado por aí e acham que só pelo fato de freqüentarem uma igreja ou mantiverem a sua fidelidade financeira, Deus tem alguma obrigação em abençoá-los. Tem alguns mais arrogantes e espertalhões que chegam ao cúmulo de “determinar” o agir de Deus. Do alto de seus saltos e de suas prepotências afirmam ter autoridade de Deus para determinarem qualquer coisa na face da terra e o fazem sem o menor pudor, sem qualquer sentimento de humildade. Aliás, orgulham-se do que fazem, e enchem-se de vaidade por terem aos seus pés tantas pessoas desesperadas. Afinal, eles são os donos do BAÚ DA INFELICIDADE ESPIRITUAL, os senhores do poder. O empresário, animador de auditório e apresentador Abravanel tem sim, a obrigação legal de premiar seus clientes, está em contrato. As pessoas pagam para isso. Para ele não importa se o cidadão é um adúltero, um fornicador, um homicida, um corrupto ou sonegador de impostos. Ele quer que eles paguem e para isto ele investe alto nas propagandas. Ele ganha com isso, ficou rico assim. E Deus?
Deus depende de seu dinheiro ou de sua fidelidade financeira? Deus depende de você? De forma alguma. O que Ele quer é o seu coração, seu compromisso, sua santidade e principalmente a salvação de sua alma, pois é ela que irá habitar nas mansões celestiais um dia. Deus não está nem um pouco preocupado se você é rico ou pobre, se mora num casebre ou em uma mansão, pois Ele já proveu um meio de você ter uma vida eterna, livre do pecado, livre da morte, da maldição, do sofrimento. Não aqui, mas na eternidade, com Ele. Deus quer e pode nos abençoar, mas isso por Sua graça e misericórdia, não porque “determinamos”, mereçamos ou “decretamos”, ou fazemos isso ou aquilo. É Ele quem decide. Deus é Deus! É assim que afirma a Bíblia: “Se o Senhor quiser, e vivermos, faremos isto ou aquilo” - Tiago 4:15.
Eu aguardo com ansiedade, como servo de Deus, sim a abertura da PORTA DA ESPERANÇA, mas aquela porta aberta por Jesus, que um dia todo crente salvo, passará para chegar as Mansões Celestes, para uma eternidade com Deus. O meu sonho é de um dia poder encontrar o Mestre e abraçá-lo reconhecendo o seu sacrifício feito por mim na cruz do Calvário. Que Deus, em Cristo, nos abençoe e nos guarde para este grande dia.
A seguir, um comentário de Alderi Souza de Matos. Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e "Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil".
Raízes históricas da teologia da prosperidade
O evangelicalismo brasileiro apresenta características apreciáveis e preocupantes. Entre estas últimas está o gosto por novidades. Líderes e fiéis sentem que, para manter o interesse pelas coisas de Deus, é preciso que de tempos em tempos surja um ensino novo, uma nova ênfase ou experiência. Geralmente tais inovações têm sua origem nos Estados Unidos. Assim como outros países, o Brasil é um importador e consumidor de bens materiais e culturais norte-americanos. Isso ocorre também na área religiosa. Um movimento de origem americana que tem tido enorme receptividade no meio evangélico brasileiro desde os anos 80 é a chamada teologia da prosperidade. Também é conhecida como “confissão positiva”, “palavra da fé”, “movimento da fé” e “evangelho da saúde e da prosperidade”. A história das origens desse ensino revela aspectos questionáveis que devem servir de alerta para os que estão fascinados com ele.
Ao contrário do que muitos imaginam, as idéias básicas da confissão positiva não surgiram no pentecostalismo, e sim em algumas seitas sincréticas da Nova Inglaterra, no início do século 20. Todavia, por causa de algumas afinidades com a cosmovisão pentecostal, como a crença em profecias, revelações e visões, foi em círculos pentecostais e carismáticos que a confissão positiva teve maior acolhida, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. A história de seus dois grandes paladinos irá elucidar as raízes dessa teologia popular e mostrar por que ela é danosa para a integridade do evangelho.
Essek W. Kenyon, o pioneiro
Embora os adeptos da teologia da prosperidade considerem Kenneth Hagin o pai desse movimento, pesquisas cuidadosas feitas por vários estudiosos, como D. R. McConnell, demonstraram conclusivamente que o verdadeiro originador da confissão positiva foi Essek William Kenyon (1867-1948). Esse evangelista de origem metodista nasceu no condado de Saratoga, Estado de Nova York, e se converteu na adolescência. Em 1892 mudou-se para Boston, onde estudou no Emerson College, conhecido por ser um centro do chamado movimento “transcendental” ou “metafísico”, que deu origem a várias seitas de orientação duvidosa. Uma das influências recebidas e reconhecidas por Kenyon nessa época foi a de Mary Baker Eddy, fundadora da Ciência Cristã.
Kenyon iniciou o Instituto Bíblico Betel, que dirigiu até 1923. Transferiu-se então para a Califórnia, onde fez inúmeras campanhas evangelísticas. Pregou diversas vezes no célebre Templo Angelus, em Los Angeles, da evangelista Aimee Semple McPherson, fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular. Pastoreou igrejas batistas independentes em Pasadena e Seattle e foi um pioneiro do evangelismo pelo rádio, com sua “Igreja do Ar”. As transcrições gravadas de seus programas serviram de base para muitos de seus escritos. Cunhou muitas expressões populares do movimento da fé, como “O que eu confesso, eu possuo”. Antes de morrer, em 1948, encarregou a filha Ruth de dar continuidade ao seu ministério e publicar seus escritos.
Quais eram as crenças dos tais grupos metafísicos? Eles ensinavam que a verdadeira realidade está além do âmbito físico. A esfera do espírito não só é superior ao mundo físico, mas controla cada um dos seus aspectos. Mais ainda, a mente humana pode controlar a esfera espiritual. Portanto, o ser humano tem a capacidade inata de controlar o mundo material por meio de sua influência sobre o espiritual, principalmente no que diz respeito à cura de enfermidades. Kenyon acreditava que essas idéias não somente eram compatíveis com o cristianismo, mas podiam aperfeiçoar a espiritualidade cristã tradicional. Mediante o uso correto da mente, o crente poderia reivindicar os plenos benefícios da salvação.
Kenneth Hagin, o divulgador
O grande divulgador dos ensinos de Kenyon, a ponto de ser considerado o pai do movimento da fé, foi Kenneth Erwin Hagin (1917-2003). Ele nasceu em McKinney, Texas, com um sério problema cardíaco. Teve uma infância difícil, principalmente depois dos 6 anos, quando o pai abandonou a família. Pouco antes de completar 16 anos sua saúde piorou e ele ficou confinado a uma cama. Teve então algumas experiências marcantes. Após três visitas ao inferno e ao céu, converteu-se a Cristo. Refletindo sobre Marcos 11.23-24, chegou à conclusão de que era necessário crer, declarar verbalmente a fé e agir como se já tivesse recebido a bênção (“creia no seu coração, decrete com a boca e será seu”). Pouco depois, obteve a cura de sua enfermidade.
Em 1934 Hagin começou seu ministério como pregador batista e três anos depois se associou aos pentecostais. Recebeu o batismo com o Espírito Santo e falou em línguas. No mesmo ano foi licenciado como pastor das Assembléias de Deus e pastoreou várias igrejas no Texas. Em 1949 começou a envolver-se com pregadores independentes de cura divina e em 1962 fundou seu próprio ministério. Finalmente, em 1966 fez da cidade de Tulsa, em Oklahoma, a sede de suas atividades. Ao longo dos anos, o Seminário Radiofônico da Fé, a Escola Bíblica por Correspondência Rhema, o Centro de Treinamento Bíblico Rhema e a revista “Word of Faith” (Palavra da Fé) alcançaram um imenso número de pessoas. Outros recursos utilizados foram fitas cassete e mais de cem livros e panfletos.
Hagin dizia ter recebido a unção divina para ser mestre e profeta. Em seu fascínio pelo sobrenatural, alegou ter tido oito visões de Jesus Cristo nos anos 50, bem como diversas outras experiências fora do corpo. Segundo ele, seus ensinos lhe foram transmitidos diretamente pelo próprio Deus mediante revelações especiais. Todavia, ficou comprovado posteriormente que ele se inspirou grandemente em Kenyon, a ponto de copiar, quase palavra por palavra, livros inteiros desse antecessor. Em uma tese de mestrado na Universidade Oral Roberts, D. R. McConnell demonstrou que muito do que Hagin afirmou ter recebido de Deus não passava de plágio dos escritos de Kenyon. A explicação bastante suspeita dada por Hagin é que o Espírito Santo havia revelado as mesmas coisas aos dois.
Reflexos no Brasil
Os ensinos de Hagin influenciaram um grande número de pregadores norte-americanos, a começar de Kenneth Copeland, seu herdeiro presuntivo. Outros seguidores seus foram Benny Hinn, Frederick Price, John Avanzini, Robert Tilton, Marilyn Hickey, Charles Capps, Hobart Freeman, Jerry Savelle e Paul (David) Yonggi Cho, entre outros. Em 1979, Doyle Harrison, genro de Hagin, fundou a Convenção Internacional de Igrejas e Ministros da Fé, uma virtual denominação. Nos anos 80, os ensinos da confissão positiva e do evangelho da prosperidade chegaram ao Brasil. Um dos primeiros a difundi-lo foi Rex Humbard. Marilyn Hickey, John Avanzini e Benny Hinn participaram de conferências promovidas pela Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno (Adhonep). Outros visitantes foram Robert Tilton e Dave Robertson.
Entre as primeiras manifestações do movimento estavam a Igreja do Verbo da Vida e o Seminário Verbo da Vida (Guarulhos), a Comunidade Rema (Morro Grande) e a Igreja Verbo Vivo (Belo Horizonte). Alguns líderes que abraçaram essa teologia foram Jorge Tadeu, das Igrejas Maná (Portugal); Cássio Colombo (“tio Cássio”), do Ministério Cristo Salva, em São Paulo; o “apóstolo” Miguel Ângelo da Silva Ferreira, da Igreja Evangélica Cristo Vive, no Rio de Janeiro, e R. R. Soares, responsável pela publicação da maior parte dos livros de Hagin no Brasil. Talvez a figura mais destacada dos primeiros tempos tenha sido a pastora Valnice Milhomens, líder do Ministério Palavra da Fé, que conheceu os ensinos da confissão positiva na África do Sul. As igrejas brasileiras sofreram o impacto de uma avalanche de livros, fitas e apostilas sobre confissão positiva. Ricardo Gondim observou em 1993: “Com livros extremamente simples, [Hagin] conseguiu influenciar os rumos da igreja no Brasil mais do que qualquer outro líder religioso nos últimos tempos”.
Conclusão
Além de apresentar ensinos questionáveis sobre a fé, a oração e as prioridades da vida cristã, e de relativizar a importância das Escrituras por meio de novas revelações, a teologia da prosperidade, através dos escritos de seus expoentes, apresenta outras ênfases preocupantes no seu entendimento de Deus, de Jesus Cristo, do ser humano e da salvação. A partir dos anos 80, várias denominações pentecostais norte-americanas se posicionaram oficialmente contra os excessos desse movimento (Assembléias de Deus, Evangelho Quadrangular e Igreja de Deus). Autores como Charles Farah, Gordon Fee, D. R. McConnell e Hank Hanegraaff, todos simpatizantes do movimento carismático, escreveram obras contestando a confissão positiva e suas implicações. Eles destacaram como, embora essa teologia pareça uma maneira empolgante de encarar a Bíblia, ela se distancia em pontos cruciais da fé cristã histórica.
No Brasil, três obras significativas publicadas em 1993 -- “O Evangelho da Prosperidade”, de Alan B. Pieratt; “O Evangelho da Nova Era”, de Ricardo Gondim; e “Supercrentes”, de Paulo Romeiro -- alertaram solenemente as igrejas evangélicas para esses perigos. Tristemente, vários grupos, principalmente os que têm maior visibilidade na mídia, estão cada vez mais comprometidos com essa teologia desconhecida da maior parte da história da igreja. Ao defenderem e legitimarem os valores da sociedade secular (riqueza, poder e sucesso), e ao oferecerem às pessoas o que elas ambicionam, e não o que realmente necessitam aos olhos de Deus, tais igrejas crescem de maneira impressionante, mas perdem grande oportunidade de produzir um impacto salutar e transformador na sociedade brasileira.
Teologia da Prosperidade X Teologia da Miséria
Interessante como o povo de Deus tem se tornado refém de inúmeros rótulos criados pelos homens.
São tantos modismos e teologias disso e daquilo, que a Bíblia parece estar ficando em segundo plano.
E pra justificar o uso da Teologia da Prosperidade, filosofia importada dos EUA para várias Igrejas pelo mundo, tentam rotular quem não segue a mesma como “os adeptos da Teologia da Miséria”.
Inclusive, acusam a Igreja Católica de ter trazido a dita “Teologia da Miséria” para o Brasil, desde o tempo do descobrimento do país.
Ora, a questão crucial que muitos não entendem é que pouco importa quem criou ou o nome que os homens querem dar à suas filosofias ou teologias.
O que realmente importa é a mensagem contida nas palavras do Senhor Jesus Cristo e nas doutrinas imutáveis da Igreja Neotestamentária.Não se trata de riqueza ou pobreza.O evangelho está muito além disso.
Ambas ditas “teologias” são extremistas e nada tem haver com a Bíblia.
A unica Teologia bíblica é a de Deus e não as criadas por católicos, evangélicos ou qualquer religião que seja.
Não precisamos ser pobres materialmente falando, mas também não somos “obrigados” a ter muito dinheiro para sermos Filhos legítimos de Deus ou para “mostrarmos” ao mundo que Deus é conosco.
A beleza do evangelho, que o ímpio não entende e que confunde o mundo, é o fato de vivermos com Jesus Cristo pro “que der e vier”.
Como Jó:
“Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele.”(Jó 13:15)
Como Asafe:
“A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.
A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre.
Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti.
Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras.” (Sl 73:25-28)
Como Paulo:
“Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” (Fl 4:6,12,13)
Isso sim é Bíblia, e não as ditas teologias criadas pelos homens.
Portanto, se Deus me der algo, Ele é Deus e se não me der, continua sendo Deus.
O grande engano da 'Teologia da Prosperidade
Jesus não propôs riqueza nem prosperidade aos seus seguidores
Jesus nunca ensinou que o Evangelho pudesse ser uma fonte de enriquecimento ou um meio de se levar uma vida "regalada", "em nome de Deus"; ao contrário, o Senhor ofereceu a renúncia e a cruz àqueles que O seguirem:
"Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e me siga. Porque quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á" (Lc 9,23-24).
Jesus fala de sacrifício, renúncia, de perder a própria vida; e diz que se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, não pode dar fruto (cf. João 12, 24). Isto está longe de ser um ensinamento de enriquecimento, porque se faz a vontade de Deus. Ele não é contra a riqueza justa e sabiamente usada para o bem de si mesmo e dos outros, mas isto está longe de justificar a 'Teologia da Prosperidade'.
No entanto, os adeptos dessa teologia baseiam-se no Antigo Testamento para dizer que os homens de Deus foram ricos como Salomão, e que Jesus prometeu que veio para que tenhamos "vida em abundância". (Jo 10,10)
Segundo a 'Teologia da Prosperidade', Deus concede riqueza e bens materiais a quem Lhe é fiel e paga o dízimo com generosidade; mas esta concepção está mal fundamentada. Todos os cristãos devem dar a sua contribuição material à Igreja para que ela possa prover suas necessidades materiais; isto é ensinado pelo bíblia.
Como é possível crer que o significado da vida é feito de bens e posses; de poderes e cargos importantes; de superioridade sobre os demais por se ser “filho do Rei”; crer que Deus responde ao dinheiro muito mais do que a uma oração quebrantada; e entender prosperidade como algo a ser medido por conquistas materiais - e não colocar o coração em poder-ter e em “ser-alguém” porque se tem poderes ou posses?
Simplesmente é impossível confessar tais coisas, e pensar que o resultado e o significado podem ser diferentes.
A tal “Teologia da Prosperidade”, é uma perversão da mensagem e sentido do Evangelho Eterno.
Enquanto os “evangélicos” não pararem de ouvir somente os “pastores”, e passarem a ler de fato a Bíblia que apenas carregam como amuleto divino em baixo do braço, o paganismo reinará na “igreja”. O povo perece sempre por falta de conhecimento de Deus e da Palavra! Essa tal “teologia” é o conteúdo espiritual de um deus pagão. Sim, um deus que responde à mecânica ritual das campanhas de prosperidade, e que se deixa mandar pelas ordens e caprichos dos pastores; e que, além disso, faz acepção de pessoas, pois, apenas é bom para os que dão dinheiro à “ele”; e também só é bom para aqueles que não faltam os encontros com “ele” nos horários predefinidos pelos “seus” donos na terra: os sacerdotes da religião.
O EVANGELHO DA CRUZ E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A chamada “Teologia da Prosperidade”, propagada hoje no Brasil por alguns segmentos evangélicos, tem enfatizado que seguir a Jesus é automaticamente candidatar-se a uma vida de sucesso financeiro, de projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento.
Na verdade, até mais do que isto, segundo tal proposta, todo cristão tem o direito de reivindicar e até exigir de Deus a satisfação de seus desejos pessoais. Esta mensagem pode ser resumida nas seguintes palavras: A “teologia da prosperidade” está trazendo o celeste porvir para o terrestre presente. Para comermos a melhor comida, para vestirmos as melhores roupas, para dirigirmos os melhores carros, para termos o melhor de todas as coisas, para adquirirmos muitas riquezas, para não adoecermos nunca, para não sofrermos qualquer acidente, para morrermos entre 70 e 80 anos, para experimentarmos uma morte suave. Basta crermos no coração e decretarmos em voz alta a posse de tudo isso. Basta usar o nome de Jesus com a mesma liberdade com que usamos nosso talão de cheques. Tais aspectos suscitam uma inevitável questão: que lugar existe para a mensagem da cruz neste modelo de cristianismo?
A Base Bíblica da Teologia da Prosperidade
O "versículo-chave", verdadeiro carro-chefe desta doutrina, encontra-se no Evangelho de João, mas precisamente na passagem sobre o Bom Pastor: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." (João 10:10)
Versículos como este são interpretados no sentido de que Deus deseja ardentemente que seus filhos possuam muitas riquezas nesta vida: dinheiro, saúde, bem-estar... e em abundância, ou seja, bem mais que o necessário.
Quando na verdade Jesus estava falando de vida eterna, vida plena em Deus.
Passagens bíblicas, como a citada a seguir, são devidamente esquecidas:
"Observai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam. Mas eu vos digo que nem Salomão com toda a sua glória se vestiu como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, gente de pouca fé! Por isso não vos preocupeis, dizendo: ?O que vamos comer? O que vamos beber? Com que nos vamos vestir?? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas de acréscimo." (Mt 6,28-33)
O trecho acima bem demonstra que a preocupação primordial do fiel deve ser o Reino de Deus ("Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus"). De fato, todos podem servir a Deus, não sendo o acúmulo de riquezas uma condição essencial. Todos possuem bens que devem ser usados em favor da comunidade, do próximo. Do contrário, Cristo deveria ter procurado os seus seguidores única e exclusivamente entre a elite judaica, e não no meio dos pescadores.