Corria o ano de 1845. Era um inverno rigoroso. Diversos homens trabalhavam em Calah (antiga Ninrode) sob a supervisão do arqueólogo britânico Henry Layard. Devido ao frio intenso e ao solo duro, ficava cada vez mais difícil escavar. Para complicar a situação, o dinheiro que financiava a escavação estava acabando!
Layard pediu para seus homens trabalharem apenas mais um dia. Minutos depois de eles terem voltado às escavações, todo esforço foi recompensado. Eles fizeram uma das descobertas mais importantes da arqueologia bíblica! Trata-se do Obelisco* Negro de Salmanasar III, rei assírio que reinou entre os anos 858 até 824 a.C.
Os especialistas em escrita cuneiforme começaram então a traduzir as quase 200 linhas de textos desse rei. Elas falavam de vários governantes de diversos lugares que haviam presenteado Salmanasar III e lhe prestado homenagem, prostrando-se diante dele.
Vários nomes bem diferentes dos nossos estavam no texto: Marduk-apil-usur, rei de Suhi, Qalparunda, rei de Patin, Jeú, rei de Israel... Rei de Israel? Sim, o obelisco encontrado por Layard continha o nome de um rei de Israel que a Bíblia também menciona. E, para surpresa geral, havia uma “foto”, um relevo de Jeú ajoelhado diante do monarca assírio!
O texto, que está logo após o relevo do personagem bíblico, diz: “Tributo de Jeú, filho de Omri. Prata, ouro, vasos de prata... cetros para a mão do rei [e] dardos, [Salmanasar] recebeu dele.” O rei de Israel não deveria reverenciar um ser humano, já que essa é uma prática que a própria Bíblia condena (Êx 20:3). Só essa informação já nos basta para descobrir que Jeú não era um bom servo de Deus. A Bíblia diz que ele “não teve o cuidado de andar de todo o coração na lei do Senhor, Deus de Israel” (2Rs 10:31).
Hoje, o Obelisco Negro de Salmanasar III pode ser visto no Museu Britânico, em Londres. Provavelmente, Jeú nem imaginava que sua atitude errada seria registrada numa “foto” e que ela seria guardada para a posteridade! É por isso que devemos cuidar das nossas atitudes. Nosso caráter é revelado justamente em momentos em que pensamos que ninguém está nos vendo.