sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Espírito Santo
"Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar." João 16.13,14
Com exceção das Epístolas 2 e 3 de João, todos os livros do Novo Testamento contêm referências à obra do Espírito. No entanto, é reconhecida como a doutrina mais negligenciada. O formalismo e um medo indevido do fanatismo têm produzido uma reação contra a ênfase na obra do Espírito na experiência pessoal.
Naturalmente, este fato resultou em decadência espiritual, pois não pode haver um Cristianismo vivo sem o Espírito. Somente ele pode fazer real o que a obra de Cristo possibilitou.
A natureza do Espírito Santo
QUEM É O ESPÍRITO SANTO?
Pode-se estabelecer a veracidade de que, o Espírito Santo é Deus, com base na Escritura segundo uma linha de comprovações:
(1) São-lhe dados nomes divinos, Êxodo 17.7 (compare com Hebreus 3.7-9); Atos 5.3,4; 1 Co 3.16; 2 Tim 3.16; 2 Pe 1.21.
(2) São lhe atribuídas perfeições divinas, como onipresença, Sl 139.7-10; onisciência, Is 40.13,14 (compare com Romanos 11.34); 1 Co 2.10,11; onipotência, 1 Co 12.11; Romanos 15.19, e eternidade, Heb 9.14.
(3) Ele realiza obras divinas, como a criação, Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; renovação providencial; Salmos 104.30; regeneração,
João 3.5,6, Tito 3.5; e a ressurreição dos mortos, Romanos 8.11.
(4) É-lhe prestada honra divina, Mateus 28.19; Romanos 9.1; 2 Co 13.13.
Todas as informações disponíveis na Bíblia apontam para o fato de que o Espírito Santo é uma pessoa divina.
Ele tem as mesmas características pessoais que o Pai e o Filho.
Na qualidade de Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo é Deus e possui, é óbvio, os mesmos atributos de Deus. Com Deus Pai e Deus Filho participou da Criação. É Ele quem distribui os dons espirituais e ministeriais, segundo a Sua soberana vontade. O Espírito Santo habita no crente. (Gênesis 1.2; Salmos 139.7; Atos 5.3-4; Romanos 15.19; l Coríntios 2.10; Jó 33.4).
Quem é o Espírito Santo? A resposta a esta pergunta encontrar-se-á no estudo dos nomes que lhe foram dados, os símbolos que ilustram suas obras.
Espírito de Deus. O Espírito é o executivo da Divindade, operando tanto na esfera física como na moral. Por intermédio do Espírito, Deus criou e preserva o universo. Por meio do Espírito — "o dedo de Deus" (Lucas. 11:20) — Deus opera na esfera espiritual, convertendo os pecadores, santificando e sustentando os crentes.
É o Espírito Santo divino, Deus?
Sim. Prova-se sua divindade pelos seguintes fatos: Atributos divinos lhe são aplicados; ele é eterno, onipresente, onipotente, e onisciente (Heb. 9:14; Sal. 139:7-10; Lucas. 1:35; 1 Cor. 2:10,11). Obras divinas lhe são atribuídas, como sejam: criação, regeneração e ressurreição (Gen. 1:2; Jo 33:4; João 3:5-8; Romanos. 8:11). é classificado junto com o Pai e o Filho (1 Cor. 12:4-6; 2 Cor. 13:13; Mat. 28:19; Apoc. 1:4).
O Espírito Santo é uma pessoa ou é apenas uma influência, ou poder?
Muitas vezes descreve-se o Espírito duma maneira impessoal — como o Sopro que preenche, a Unção que unge, e o Fogo que ilumina e aquece, a Água que é derramada e o Dom do qual todos participam. Contudo, esses nomes são meramente descrições das suas operações. Descreve-se o Espírito duma maneira que não deixa dúvida quanto à sua personalidade.
Se o Espírito Santo é uma pessoa Divina, e portanto é desconhecido ou ignorado como tal, está sendo privado do amor e da adoração que Lhe são devidos. Se, por outro lado, entretanto, Ele é apenas uma influência, uma força ou um poder que emana de Deus, estaríamos praticando idolatria ou falsa adoração.
É necessário decidirmos se o Espírito Santo é um poder ou força que nos compete obter e usar, ou se Ele é uma Pessoa da Divindade, que tem o direito de controlar-nos e usar-nos. O primeiro conceito leva à auto-exaltação e à altivez, mas o segundo conceito nos conduz à auto-humilhação e à auto-renúncia.
O Espírito Santo veio, aos discípulos e a nós, para ser aquilo que Jesus Cristo foi para aqueles durante os dias de Seu contato pessoal com eles (João 14:16,17)
Ele exerce os atributos de personalidade:
mente (Romanos. 8:27); vontade (1 Cor. 12:11); sentimento (Efés 4:30). Atividades pessoais lhe são atribuídas: Ele revela (2 Pedro 1:21); ensina (João 14:26); clama (Gál. 4:6); intercede (Romanos. 8:26); fala (Apo. 2:7); ordena (Atos 16:6,7); testifica (João 15:26). Ele pode ser entristecido (Efés. 4:30); contra ele se pode mentir (Atos 5:3), e blasfemar (Mat. 12:31,32). Sua personalidade é indicada pelo fato de que se manifestou em forma visível de pomba (Mat. 3:16) e pelo fato de que ele se distingue dos seus dons (1 Cor. 12:11). Alguns talvez tenham negado a personalidade do Espírito porque ele não é descrito como tendo corpo ou forma.
Mas é preciso distinguir a personalidade e a forma corpórea (possuir corpo). A personalidade é aquilo que possui inteligência, sentimento e vontade; ela não requer necessariamente um corpo. Além disso, a falta duma forma definida não é argumento contra a realidade. O vento é real apesar de não possuir forma. (João 3:8.) Uma rocha, pedra ou árvore tem forma, contundo não é uma pessoa. Não é difícil formar um conceito de Deus Pai ou do Senhor Jesus Cristo, mas alguns têm confessado certa dificuldade em formar um conceito claro do Espírito Santo. A razão é dupla: Primeiro, nas Escrituras as operações do Espírito são invisíveis, secretas, e internas; segundo, o Espírito Santo nunca fala de si mesmo nem apresenta a si mesmo. Ele sempre vem em nome de outro.
Ele se oculta atrás do Senhor Jesus Cristo e nas profundezas do nosso homem interior. Ele nunca chama a atenção para si próprio, mas sempre para a vontade de Deus e para a obra salvadora de Cristo. "não falará de si mesmo" (João 16:13).
É o Espírito Santo uma personalidade distinta e separada de Deus?
Sim; o Espírito procede de Deus, é enviado de Deus, é dom de Deus aos homens. No entanto, o Espírito não é independente de Deus. Ele sempre representa o único Deus operando nas esferas do pensamento, da vontade, da atividade. O fato de o Espírito poder ser um com Deus e ao mesmo tempo ser distinto de Deus é parte do grande mistério da Trindade.
Espírito de Cristo. (Romanos. 8:9.) não há nenhuma distinção especial entre as expressões Espírito de Deus, Espírito de Cristo, e Espírito Santo. Há somente um Espírito Santo, da mesma maneira como há somente um Deus e um Filho. Mas o Espírito Santo tem muitos nomes que descrevem seus diversos ministérios. Por que o Espírito é chamado o Espírito de Cristo?
1) Porque ele é enviado em nome de Cristo (João 14:26).
2) Porque ele é o Espírito enviado por Cristo. O Espírito é o princípio da vida espiritual pelo qual os homens são nascidos no reino de Deus. Essa nova vida é comunicada e mantida por Cristo (João 1:12,13; 4:10; 7:38), que também batiza com o Espírito Santo (Mat. 3:11). (3) O Espírito Santo é chamado Espírito de Cristo porque sua missão especial nesta época é a de glorificar a Cristo (João 16:14). Sua obra especial acha-se em conexão com aquele que viveu, morreu, ressuscitou e ascendeu ao céu. Ele torna real nos crentes o que Cristo fez por eles.
O Cristo glorificado está presente na igreja e nos crentes pelo Espírito Santo. Ouve-se sempre que o Espírito veio tomar o lugar de Cristo, mas é mais correto dizer que ele veio tornar real a Cristo. O Espírito Santo torna possível e real a onipresença de Cristo no mundo (Mat. 18:20) e sua habitação nos crentes. A conexão entre Cristo e o Espírito é tão íntima, que se diz que tanto Cristo como também o Espírito habitam no crente (Gal. 2:20; Romanos. 8:9,10); e o crente está tanto "em Cristo" como "no Espírito".
O Consolador. Esse é o título dado ao Espírito no Evangelho de João, capítulos 14 a 17.
O Espírito Santo é chamado "outro" Consolador porque seria ele, em forma invisível aos discípulos, justamente o que Jesus lhes havia sido em forma visível. A palavra "outro" faz distinção entre o Espírito Santo e Jesus; no entanto, coloca-os no mesmo nível. Jesus enviou o Espírito; mas, Jesus vem espiritualmente a seus discípulos pelo Espírito.
Cristo, cuja esfera de ação é no céu, defende os discípulos contra as acusações do "acusador dos irmãos". Ao mesmo tempo o Espírito, cuja esfera de ação é na terra, faz calar os adversários da igreja pela vitória da fé que vence o mundo.
Espírito Santo. Ele é chamado santo, porque é o Espírito do Santo, e porque sua obra principal é a santificação. Necessitamos dum Salvador por duas razões: para fazer alguma coisa por nós, e alguma coisa em nós. Jesus fez o primeiro ao morrer por nós; e pelo Espírito Santo ele habita em nós, transmitindo às nossas almas a sua vida divina. O Espírito Santo veio para reorganizar a natureza do homem e para opor-se a todas as suas tendências más.
Espírito da verdade. O propósito da Encarnação foi revelar o Pai; a missão do Consolador é revelar o Filho. Ao contemplar-se um quadro a óleo, qualquer pessoa notará muita beleza de cor e forma; mas para compreender o significado intrínseco do quadro e apreciar o seu verdadeiro propósito precisará de um intérprete experiente. O Espírito Santo é o Intérprete de Jesus Cristo. Ele não oferece uma nova e diferente revelação, mas abre as mentes dos homens para verem o mais profundo significado da vida e das palavras de Cristo. Como o Filho não falou de si mesmo, mas falou o que recebeu do Pai, assim o Espírito não fala de si mesmo, como se fosse fonte independente de conhecimento, mas declara o que ouviu daquela vida íntima da Divindade.
Origem do Espírito Santo
Registra as sagradas escrituras, que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Isto se testemunha com tanta frequencia no Novo Testamento, que não o pode¬mos pôr em dúvida. Assim Ele é chamado de Espírito do Pai como também de Espírito de Cristo. (Romanos 8:9 / Felip 1:19 / 1 Pedro 1:11/ João 16: 13-15 / Gal 4:6) outras referencias (1 Cor 2:11 / João 20:22 / João 14:18).
O Espírito Santo procede do Pai (João 15:26-27). Cristo por ser filho de Deus, e de natureza igual a do Pai, O Espírito Santo também procedeu de filho.
Deus de nada teve origem. Jesus teve origem em Deus; foi gerado. O Espírito Santo veio a existência pelo Deus Pai e Deus Filho. Não são vários Espíritos Santos, mas um só Espírito. Um único ser procedeu de dois; Pai e Filho. Por isso é chamado nas escrituras sagradas de Espírito de Deus e Espírito de Cristo. Esse é um mistério que a mente humana e limitada não pode alcançar. Tão misterioso e incompreensivo é a origem de Deus Pai , Deus filho e também de Deus Espírito Santo.
O CRENTE E O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
Vamos ler Gálatas 5.22,23.
AMOR – Este é o amor de Deus, o ágape. ( João 3.16) o amor altruísta. Ele pode amar até os inimigos. Este amor é concedido ao crente no ato da conversão e recebimento do Espírito de Deus. (Romanos 5.5) Esse amor é Vertical (Deus) e Horizontal (Próximo). (Mc 12.30,31) “O amor é a base de todo relacionamento perfeito no céu e na terra.”2 (I João 4.7-12)
ALEGRIA – Esta é a alegria que vem do Senhor, independente das circunstâncias. (Jo 16.22) É experimentada na vida do Crente, através da certeza que ele tem de que foi liberto pela Graça de Deus. (Jo 8.32; 8.36).
PAZ – O que é Paz? “Paz é uma atitude de serenidade, calma e força, tranqüilidade e quietude de espírito, produzida pelo Espírito santo, mesmo na adversidade e nas tribulações.”3 Esta paz é prometida ao Crente por Cristo. (Jo 14.27) Ela vem do amor a Palavra de Deus. (Sl 119.165) O crente precisa buscar esta paz. (Sl 34.14)
LONGANIMIDADE – É a qualidade vivida pelo Crente que produz o Fruto do Espírito, onde Deus lhe concede a perseverança necessária diante das pessoas que erram e pecam lutando contra este servo de Deus. A longanimidade leva o crente a esperar que estas vidas sejam transformadas pelo poder de Deus. O Crente deve andar com longanimidade (Ef.4.2) e revestir-se de longanimidade. (Cl 3.12).
BENIGNIDADE – A palavra benignidade está associada a idéia de bondade, brandura; está ligadas também ao amor, compaixão e misericórdia. (Ef. 4.32) Deus é Benigno (Lucas 6.35).
BONDADE – Bondade é a qualidade de bom. Deus é o maior exemplo de bondade. Esta qualidade que ó Espírito concede ao servo de Deus, é exercida através da generosidade em ação em relação ao seu semelhante. (Ef. 4.32).
FIDELIDADE – Fidelidade vem da palavra “fiel”, que quer dizer leal, honrado, verdadeiro, que não falha. Daí também, pensarmos na confiabilidade total, na lealdade absoluta. Aquele que é digno de confiança. Devemos ser fieis a Deus, Sua Palavra e ao nosso próximo. Deus é Fiel. (Sl 119.90), a fidelidade do Crente deve ser até a morte. ( Ap. 2.10).
MANSIDÃO – Na mansidão a força e a brandura estão juntas. Traz a idéia de serenidade, tranqüilidade. A Bíblia diz que “os mansos herdarão a terra”... (Sl 37.11). O Crente deve andar em “toda a humildade e mansidão”. (Ef. 4.1,2). Deve também estar revestido de mansidão. (Cl 3.12)
DOMÍNIO PRÓPRIO – Ao exercer o Crente o domínio próprio, evidencia-se o autocontrole. A autodisciplina, a temperança e a moderação. Nos momentos conflitantes onde normalmente onde se perderia o controle, todo o querer pessoal deste crente fica sob o domínio de Cristo. (Fl 4.5)
Para sabermos se na vida do Crente a Plenitude do Espírito é real, é necessário que se observe se nesta vida há a manifestação do Fruto do Espírito. Em Gálatas 2.20, lemos que já não é mais o Crente que vive, mas Cristo vivendo nele. Quando Cristo reina soberanamente na vida do Crente, sem dúvida ele produzirá o Fruto do Espírito.
O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
A atuação do Espírito Santo não se limita ao período do Novo Testamento. Ele está presente e atuante na história da humanidade desde a criação. "No princípio criou Deus os céus e a terra. (...) e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas" (Gn 1.1,2). Mas, no Antigo Testamento o Espírito Santo era dado a pessoas especiais para tarefas especiais. Ele era dado, mas também podia ser retirado dessas pessoas. Ele atuava nas pessoas que Deus escolhia para tarefas especiais, capacitando e equipando-as para a obra que deviam realizar.
Ele estava sobre Moisés e Josué, quando eles guiavam o povo de Israel para a terra prometida. Foi ele quem deu habilidade a Bezalel para fazer as obras de artes para o tabernaculo (Êxodo 35.31). Foi ele quem capacitou os setenta anciãos para ajudarem a Moisés (Nm 11.16-25). Foi ele quem revestiu os juízes de poder e autoridade para libertar e julgar o povo de Israel (Juízes 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 14.6,19; 15.14). Quando Saul e Davi foram ungidos reis, o Espírito Santo veio sobre eles para qualificá-los para a importante missão (1Sm 10.6,10; 16.13,14).
O Espírito Santo falou através dos profetas (Ne 9.30). Inspirou os escritores da Bíblia Sagrada (2Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Mas foi no dia de Pentecostes que Ele veio para ficar para sempre com o povo de Deus. "É importante notar a linguagem empregada no Antigo e Novo Testamentos. No Antigo se diz que o Espírito Santo vinha sobre indivíduos. No Novo – e a partir do
Pentecostes – o espírito Santo habita nas pessoas. No Antigo Testamento o Espírito Santo vinha sobre seres humanos e fazia uso deles. No Novo, o Espírito Santo habita no crente e estimula-o a realizar de coração a vontade de Deus.
O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DE JESUS
O Espírito Santo agiu e sempre agirá em função do pacto da redenção. Ele preparou o caminho para a vinda do Salvador, esteve com ele em sua vida, morte e ressurreição. Ele está conosco como selo e "penhor da nossa redenção" (Ef 1.14). O Espírito Santo exerceu um papel de grande importância na vida e no ministério de Jesus. Ele foi gerado no ventre da virgem Maria pelo Espírito Santo. Quando o anjo disse a Maria: "Eis que (tu) conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus" (Lc 1.31). Ela respondeu: "Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o anjo:
Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lc 1.34,35). Jesus, como Segunda Pessoa da Santíssima Trindade sempre existiu; mas como homem ele passou a existir a partir do momento em que foi gerado pelo Espírito Santo. João Batista veio como precursor de Jesus, para preparar-lhe o caminho. Ele foi preparado para isto, sendo cheio do Espírito Santo desde o ventre materno (Lc 1.15).
Toda a vida terrena de Jesus foi vivida sob a ação do Espírito Santo. Quando ele foi batizado por João Batista, o Espírito Santo desceu sobre ele em forma de pomba (MATEUS 3.13-17). "A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito, ao deserto, para ser tentado pelo diabo" (Mateus 4.1). E, com a assistência do Espírito Santo, ele venceu o tentador. Quando expulsava demônios, Jesus o fazia pelo poder do Espírito (Mateus 12.28). Seus milagres eram feitos pela unção do Espírito (Lc 4.18; At 10.38). Jesus se ofereceu como sacrifício por nós, sob a assistência do Espírito Santo (Hb 9.14). E por fim, o Pai, por intermédio do Espírito Santo. "ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos" (Romanos 8.11). Jesus declarou: "O Filho nada pode fazer de si mesmo" (João 5.19). Quando disse isso, ele se referia ao seu relacionamento com o Pai. Mas essas mesmas palavras lançam luz
sobre a dependência que o Filho tinha do Espírito Santo.
O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DOS APÓSTOLOS
A atuação do Espírito Santo sobre os apóstolos, antes do dia de Pentecostes, é bem semelhante à atuação do Espírito no Antigo Testamento. Quando Jesus prometeu aos discípulos o Consolador, disse-lhes: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós" (Jo 14.16,17). Embora o Espírito Santo habitasse com os apóstolos, ele ainda não estava para sempre com eles. Como no Antigo Testamento, a presença do Espírito ainda não era uma dádiva permanente. Embora o Espírito Santo já habitasse com os apóstolos, logo após a ressurreição Jesus "soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22). Mas essa ainda não era a posse definitiva do Espírito. Jesus havia acabado de comissioná-los para pregar o evangelho e exercer autoridade espiritual. E, a seguir, deu-lhes o Espírito Santo como equipamento para realizarem a tarefa que haviam recebido. O Espírito Santo só habitaria permanentemente nos apóstolos após a glorificação de Jesus (Jo 7.39). Ele precisaria ir para o Pai para que o Espírito viesse. Ele disse aos discípulos: "Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei" (Jo 16.7).
A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO NO PENTECOSTES
No dia de Pentecostes o Espírito Santo veio para ficar para sempre com os servos de Jesus Cristo, conforme ele havia prometido (Jo 14.16). O livro de Atos dos Apóstolos registra que "ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um som como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem" (At 2.1-4).
Como era um dia especial para os judeus, Jerusalém estava cheia de pessoas de diferentes países. Alguns eram judeus nascidos fora da Palestina. Outros eram prosélitos do judaísmo. Uma enorme multidão dirigiu-se para o local onde os apóstolos estavam. E o maravilhoso é que os apóstolos receberam o dom de falar línguas que não conheciam, e assim cada pessoa ouvia a pregação do evangelho em sua própria língua materna. "Estavam, pois, atônitos, e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna ... as grandezas de Deus? (At 2.7,8,12). As "línguas como de fogo" que pousaram sobre cada um deles pode ter sido um
meio que Deus usou para dissipar a desconfiança que, possivelmente, existia no grupo. Judas Iscariotes tinha traído o Mestre; Pedro o negara; e Tomé a princípio descreu da sua ressurreição.
Por isto, podia haver um clima de desconfiança dentro do grupo. Sem um sinal visível de que cada um recebera o Espírito Santo, um poderia questionar se o outro também o tinha recebido. Com aquela manifestação visível ficou patente que todos receberam o Espírito. E as línguas que passaram a falar eram símbolo da universalização do evangelho. Em Babel, Deus havia confundido a linguagem do povo; por causa da rebeldia contra o Criador, cada um passou a falar uma língua que o outro
não entendia; e assim foram dispersos pela terra (Gn 11.1-9). Mas agora estava sendo inaugurada uma nova era de salvação, e todos podiam ouvir as grandezas de Deus em sua própria língua.
O QUE SIGNIFICA BLASFEMAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO? O CRENTE
PODE FAZER ISTO?
Primeiramente, entenda-se como blasfemar: insultar, afrontar, injuriar, difamar. Noutras palavras, é uma ofensa extremamente grave. O versículo que fala do assunto está em Mateus 12.31: ‘PORTANTO, EU VOS DIGO: TODO PECADO E BLASFÊMIA SE PERDOARÁ AOS HOMENS, MAS A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO NÃO SERÁ PERDOADA AOS HOMENS.”
A Bíblia de Estudo Pentecostal explica: “A blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição contínua e deliberada do testemunho que o Espírito Santo dá de Cristo, da sua Palavra e da sua obra de convencer o homem, do pecado (cf. João 16.7-11). Aquele que rejeita a voz do Espírito se opõe a ela, afasta de si mesmo o único recurso que pode levá-lo ao perdão; o Espírito Santo”. A blasfêmia contra o Espírito se caracteriza por uma posição de rejeição - de forma intencional, proposital e
deliberada do perdão oferecido por Cristo. O simples fato de o crente ficar a meditar se alguma vez cometeu esse
pecado é uma evidência de que não o cometeu. Aquele que blasfema está com o coração endurecido e não se arrepende de seus atos.
O ESPIRITO SANTO PODE SER TIRADO DO CRENTE?
O Espírito Santo jamais se afasta do crente fiel (Romanos 8.9; 1 Coríntios 3.16; 6.19). Todavia, o Espírito se retira quando a fé é abandonada; quando a voz do Espírito não mais é ouvida; quando os corações ficam endurecidos a tal
ponto que não há mais possibilidade de arrependimento (Romanos 8.7-19). O Espírito Santo não se retira por qualquer pecado. Ele está em nós justamente para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo, e nos levar ao arrependimento. Mas se continuarmos na rebeldia, sem sincero propósito de deixarmos o pecado, já não seremos membros do Corpo de Cristo: “SE PECARMOS VOLUNTARIAMENTE, DEPOIS DE TERMOS RECEBIDO O CONHECIMENTO DA VERDADE, JÁ NÃO RESTA MAIS SACRIFÍCIOS PELOS PECADOS, MAS UMA CERTA EXPECTAÇÃO HORRÍVEL DE JUÍZO E ARDOR DE
FOGO, QUE HÁ DE DEVORAR OS ADVERSÁRIOS” (Hebreus 10.26-27; Juízes 16.20).O rei Davi, após cometer o terrível pecado de adultério, e tendo sido co-autor de um homicídio, clamou a Deus: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmo 51.11). Perder o Espírito Santo significa perder a salvação. Para não perdermos a salvação devemos continuar ligados à Videira Verdadeira. Leiam: João 15.6; Colossenses 1.23; 1 Coríntios 15.2; Hebreus 2.3; 3.14; 10.38; 1 João 1.7.
BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
A SALVAÇÃO DEPENDE DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?
Não. Somos salvos pela graça de Deus, mediante a nossa fé (Efésios 2.8). O crente, quando verdadeiramente se converte ao evangelho de Jesus Cristo e se volta para Deus, ele recebe instantaneamente o Espírito Santo, selo da Salvação em Jesus Cristo. O batismo com O Espírito Santo é um revestimento de poder (atos 1:8), que segue dons espirituais; embora, uma pessoa cheia do Espírito Santo possa ser usada por Deus em dons, tais como: cura, revelação, visão, etc. Porém, não como uma pessoa batizada com Espírito Santo, que possuí dons que não são dados a pessoas não batizadas no Espírito, tais como: falar em línguas, profetizar, interpretação de línguas, etc. (1 Coríntios 12:1-11)
O novo nascimento é o único ato pelo qual alguém pode entrar no reino de Deus (Jo.3:5). Trata-se de um ato
sobrenatural, espiritual, que é levado a efeito pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus.
Quem batiza com Espírito Santo?
Jesus Cristo: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mateus
3.11-c). Leia Atos 2.32-33.
O batismo com Espírito Santo depende do esforço e do mérito humano? Não. O Batismo é uma dádiva de Deus. O ser humano evidentemente precisa estar em processo de comunhão com Deus. Deus não vai batizar ninguém com Espírito Santo que esteja vivendo no pecado ou que não queira. Então é necessário que se peça e queira, que se busque o batismo no Espírito Santo, mas não depende do esforço pessoal e muito menos da vontade do pastor. Vemos às vezes pastores dizendo: Vem hoje que você vai receber o Espírito Santo. O Espírito Santo é um dom de Deus, não é por merecimento. Existem evidencias de pessoas que foram batizadas com Espírito Santo, antes mesmo de aceitar a Cristo ou se converter, provando mais uma vez que o batismo com Espírito Santo é um dom e não é por merecimento. Porém, esses casos de batismo em pessoas que não eram ainda convertidas, foram obras especificas realizadas por Deus para um determinado propósito e em todos os casos, essas pessoas se converteram instantaneamente a Jesus Cristo, largando o pecado e obedecendo a Palavra de Deus. Porém não é regra geral esses acontecimentos, são casos raros.
Falar em línguas é evidência de ser batizado com Espírito Santo?
A Bíblia nos dá exemplos de que o falar em línguas estranhas é uma evidência física e audível da plenitude do Espírito em nós, o que é confirmado pela experiência de milhões de batizados.
Há três passagens no livro de Atos que falar em línguas era acompanhado pelo recebimento do Espírito Santo (Atos 2:4; 10:44-46; 19:6). A história da Igreja desde seu inicio e a experiência dos crentes, provam que o sinal do batismo com Espírito é o falar em línguas estranhas.
HÁ DIFERENÇA ENTRE BATISMO EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO
SANTO, E O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?
Há. O batismo no Espírito Santo é diferente de Novo Nascimento, Regeneração, batismo nas águas ou em nome de Jesus. O exemplo mais claro dessa distinção está em Atos 8. Vejamos:
• "Ouvindo os apóstolos que estavam em Jerusalém que Samaria recebera a
palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João;
• "Quando chegaram, oraram por eles para que recebessem o Espírito
Santo";
• "Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram
batizados em nome do Senhor Jesus".
• "Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo".
DONS DO ESPÍRITO SANTO
OS DONS SÃO PARA HOJE OU NÃO?
PARA OS GRUPOS CARISMÁTICOS E PENTECOSTAIS, A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS É UM FATO INCONTESTÁVEL. MAS NÃO OCORRE A MESMA COISA NAS IGREJAS CHAMADAS DE HISTÓRICAS OU TRADICIONAIS. NESTAS, A NÃO-ACEITAÇÃO DA ATUALIDADE DOS DONS SEMPRE FOI MOTIVO DE DISCUSSÕES E DIVISÕES.
Para alguns teólogos, os dons eram apenas para os dias apostólicos, para a igreja primitiva. Quem pensa dessa maneira toma por base o texto de 1Co 13: 8-10. A expressão “quando vier o que é perfeito”, no v. 10, significaria que, ao cessar a era apostólica, ou quando estivesse completo o cânon do Novo Testamento, também cessariam os dons. Contudo, a crença de que os dons eram apenas para o primeiro século da era cristã não é unanimidade nem mesmo dentro das igrejas históricas. Os argumentos favoráveis à existência dos dons para os nossos dias são muito mais convincentes. Há em 1Co 13: 8-10 uma clara referência à volta de Cristo. Só após a segunda vinda de Cristo é que não mais precisaremos usar os dons.
Jesus prometeu capacitar os crentes para a pregação da Palavra, Lc 10: 19. A história da Igreja confirma o uso dos dons.
A diversidade de dons
Os dons têm sua origem na ação do Espírito Santo, 1Co 12: 1-11. Ele é quem os distribui soberanamente aos crentes, com objetivos específicos, 1Co 12: 7, 11. Geralmente, ao estudarmos os dons espirituais nos prendemos àqueles mencionados em 1Co 12.
Mas há diferentes listas de dons no Novo Testamento: Romanos 12: 6-8: profetizar, ministrar, exortar, contribuir, presidir e exercer misericórdia. O contexto desses versículos enfatiza que todos somos membros do Corpo de Cristo e dependemos uns dos outros. Cada crente contribui para o crescimento do Corpo, usando o dom específico que tem recebido. Efésios 4: 11-16: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores-mestres. Através desses ministérios os crentes são equipados para o serviço. À proporção que cada um presta sua contribuição, todo o corpo vai sendo edificado, v. 12, e cada membro em particular vai crescendo e adquirindo maturidade espiritual, vv. 13-16.
1Coríntios 12: 4-10: palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas, interpretação de línguas. Essa passagem, juntamente com os vv. 28 a 31, se complementa ao narrar os dons do Espírito Santo. No v. 7 o apóstolo ensina duas grandes lições. A primeira é de que o Espírito concede dons a cada crente: “a manifestação do Espírito é concedida a cada um...”. Outra lição é a do fim proveitoso dos dons. Não há distribuição de dom sem finalidade específica.555551Coríntios 12: 28: apóstolos, profetas, mestres, operadores de milagres, dons de curar, socorros, governar, variedades de línguas. 1Pedroro 4: 10-11: falar, servir. O objetivo dessa passagem é acentuar que, se o crente recebe um dom espiritual, deve empregá-lo a serviço dos outros membros, conforme o poder de Deus e para a glória do Senhor.
JESUS CRISTO
JESUS CRISTO
QUEM É JESUS?
No espiritismo, Ele era um reformador da Judéia, com a missão de ensinar aos homens uma elevada moral, foi a segunda revelação de Deus (a primeira teria sido Moisés, e a terceira, o espiritismo); foi um médium de primeira grandeza, um espírito iluminado. Para as Testemunhas de Jeová, Ele é um ser criado por Jeová, poderoso, mas não Todo-Poderoso. No budismo, Jesus foi um grande Mestre. No mormonismo, Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo, e viveu em poligamia: Marta e Maria, irmãs de Lázaro, teriam sido suas esposas.
No islamismo, Jesus teria sido um mensageiro de Deus, porém menor que Maomé. Na Nova Era, Jesus não é Deus porque todos somos deuses; a Era de Peixes, de Jesus, está se expirando, e um novo Avatar surgirá para conduzir a humanidade à Era de Aquários, que colocará o mundo em ordem e estabelecerá a paz.
Negar a divindade de Jesus é uma das características das seitas. Para nós, cristãos, Jesus Cristo é Deus. A prova disso não é apenas a nossa fé. Contamos com a Bíblia Sagrada, livro escrito por cerca de 40 escritores, divinamente inspirados.
Contamos também com o testemunho de apóstolos que caminharam com Jesus, ouviram suas palavras e viram seus milagres, a exemplo de Pedro que declarou enfático: “TU ÉS O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO” (Mateus 16.16). Temos as palavras do próprio Jesus que afirmou: “EU E O PAI SOMOS UM” (João 10.30). Temos o testemunho do profeta Isaías que, 700 anos de o Verbo habitar entre nós, chamou-O de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade” (Isaías 9.6).
Contamos, também, com o testemunho de milhões de vidas transformadas pelo poder que há no Seu nome.
Tratar-se-ia de apenas um espírito evoluído, um homem com poderes mediúnicos como desejam os kardecistas? Se Jesus é apenas um espírito iluminado, por que não “baixa” nas sessões espíritas? Se Jesus foi igual a Buda e Maomé, onde estão seus ossos? Em lugar nenhum iremos encontrá-los porque Jesus ressuscitou, e vive e reina para sempre. Aleluia! Vejamos o que dizem as Escrituras sobre a divindade de Jesus.
Jesus Cristo, O Criador
“Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez... estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu (João 1.3, 10)). “Pois nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades, tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1.16). “...a nós falou-nos [Deus] nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez o mundo (Hebreus 1.2).
JESUS CRISTO o filho de DEUS e DEUS POR NATUREZA
Da mesma forma como "filho do homem" significa um nascido do homem, assim também Filho de Deus significa um nascido de Deus. Por isso dizemos que esse título proclama a Deidade de Cristo. Jesus nunca é chamado um Filho de Deus, como os homens santos são chamados filhos de Deus (Jo 2:1). Ele é o Filho de Deus no sentido único. Jesus é descrito mantendo uma relação para com Deus não participada por nenhuma outra pessoa no universo.
“A virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus conosco” (Mateus 1.23). “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... e o Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1.1,14). Atenção: “O Verbo era Deus”, e não “o Verbo era um deus”, como desejam as testemunhas de Jeová. “Eu e o Pai somos um” (João 10.30); “Quem me vê, vê o Pai” (João 14.9). “O Pai está em mim, e eu nele” (João 10.38).
“Disse-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu” (João 20.28); “Deles são os patriarcas, e deles descende Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. (Romanos 9.5). “Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Colossenses 2.9). “Porque um filho nos nasceu...o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6). “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5.20). Outras referências: João 1.15,18,30; Colossenses 1.15; 2 Coríntios; 4.4; 5.19.
Jesus Cristo é filho de Deus por geração, não foi criado como os anjos e homens. Sua origem foi de forma única. Ele procede de dentro do próprio Deus Pai. Por isso o título de único filho de DEUS:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
“Deus nunca foi visto por alguém; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer.” (João 1:18)
“Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos.” (1 João 4:9)
“E, outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” (Hebreus 1:6)
Jesus Cristo nunca é chamado de "UM filho" de Deus, como os homens e anjos são (Jó 2.1). Ele exigia uma rendição e uma lealdade que somente Deus por direito podia reivindicar, insistia em uma absoluta rendição da parte dos seus seguidores. Eles deviam estar prontos a cortar os laços mais íntimos e mais queridos, porque qualquer que amasse mais o pai ou a mãe do que a ele, não era digno dele (Mat. 10:37; Luc. 14:25-33).
Nos ensinos de Jesus nota-se a total ausência de expressões como estas: "pode ser", "penso que", "podemos supor", etc.
Colocando-se acima de toda autoridade, um humilde mestre afirmando autoridade suprema sobre toda a conduta humana; um reformador moral pondo de lado todos os demais fundamentos, dizendo: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha... (Mat.7.24)
Ele reivindicava uma comunhão e um conhecimento divinos. (Mat. 11:27; João 17:25.) Alegava revelar a essência do Pai em si mesmo. (João 14:9-11.) Ele assumiu prerrogativas divinas: Onipresença (Mat. 18:20); poder de perdoar pecados (Mat. 2:5-10); poder de ressuscitar os mortos. (João 6:39, 40, 54; 11:25; 10:17, 18.) Proclamou-se Juiz e árbitro do destino do homem. (João 5:22; Mat. 25:31-46.) Ele exigia uma rendição e uma lealdade que somente Deus por direito podia reivindicar; insistia em uma absoluta rendição da parte dos seus seguidores. Eles deviam estar prontos a cortar os laços mais íntimos e mais queridos, porque qualquer que amasse mais o pai ou a mãe do que a ele, não era digno dele. (Mat. 10:37; Luc. 14:25-33.)
Nos ensinos de Cristo nota-se a completa ausência de expressões como estas: "é minha opinião"; "pode ser"; "penso que..."; "bem podemos supor", etc. Um erudito judeu racionalista admitiu que ele falava com a autoridade do Deus Poderoso. O Dr. Henry Van Dyke assinala que no Sermão da Montanha, por exemplo, temos: a preponderante visão de um hebreu crente colocando-se a si mesmo acima da autoridade de sua própria fé; um humilde Mestre afirmando autoridade suprema sobre toda a conduta humana; um Reformador moral pondo de lado todos os demais fundamentos, dizendo: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha... (Mat. 7:24)" Quarenta e nove vezes, nesse breve registro do discurso de Jesus, repete-se a solene frase com a qual ele autentica a verdade: "Em verdade vos digo."
Filho do homem (humanidade)
Quem? De acordo com o hebraico a expressão "filho de" denota relação e participação. Por exemplo: "Os filhos do reino" (Mat. 8:12) são aqueles que hão de participar de suas verdades e bênçãos. "Os filhos da ressurreição" (Luc. 20:36) são aqueles que participam da vida ressuscitada. Um "filho de paz" (Luc. 10:6) é um que possui caráter pacifico. Um "filho da perdição" (João 17:12) é um destinado a sofrer a ruína e a condenação. Portanto, "filho do homem" significa, principalmente, um que participa da natureza humana e das qualidades humanas. Dessa maneira, "filho do homem" vem a ser uma designação enfática para o homem em seus atributos característicos de debilidade e impotência. (Num. 23:19; Jo 16:21; 25:6.) Neste sentido o título é aplicado oitenta vezes a Ezequiel, como uma recordação de sua debilidade e mortalidade, e como um incentivo à humanidade no cumprimento da sua vocação profética. Aplicado a Cristo, "Filho do homem" designa-o como participante da natureza e das qualidades humanas, e como sujeito às fraquezas humanas. No entanto, ao mesmo tempo, esse título implica sua deidade, porque, se uma pessoa enfaticamente declarasse: "Sou filho de homem", a ele dir-se-ia: "Todos sabem disso." Porém, a expressão nos lábios de Jesus significa uma Pessoa celestial que se havia identificado definitivamente com a humanidade como seu representante e Salvador. Notemos também que é: o — e não um — Filho do homem.
O título está relacionado com a sua vida terrena (Mar. 2:10; 2:28; Mat. 8:20; Luc. 19:10), com seus sofrimentos a favor da humanidade (Mar. 8:31), e com sua exaltação e domínio sobre a humanidade (Mat. 25:31; 26:24. Vide Dan. 7:14). Ao referir-se a si mesmo como "Filho do homem", Jesus desejava expressar a seguinte mensagem: "Eu, o Filho de Deus, sou Homem, em debilidade, em sofrimento, mesmo até à morte. Todavia, ainda estou em contato com o Céu de onde vim, e mantenho uma relação com Deus que posso perdoar pecados (Mat. 9:6), e sou superior aos regulamentos religiosos que somente tem significado temporal e nacional. (Mat. 12:8.) Esta natureza humana não cessará quando eu tiver passado por estes últimos períodos de sofrimento e morte que devo suportar para a salvação do homem e para consumar a minha obra. Porque subirei e a levarei comigo ao céu, de onde voltarei para reinar sobre aqueles cuja natureza "tornei sobre mim". A humanidade do Filho de Deus era real e não fictícia Ele nos é descrito como realmente padecendo fome, sede, cansaço, dor, e como estando sujeito em geral às debilidades da natureza, porém sem pecado.
Por que o Filho de Deus se fez Filho do homem, ou quais foram os propósitos da encarnação?
1) Como já observamos, o Filho de Deus veio ao mundo para ser o Revelador de Deus. Ele afirmou que as suas obras e suas palavras eram guiadas por Deus (João 5:19, 20; 10:38); sua própria obra evangelizadora foi uma revelação do coração do Pai celestial, e aqueles que criticaram sua obra entre os pecadores demonstraram assim sua falta de harmonia com o espírito do céu. (Luc. 15:1-7.)
2) Ele tomou sobre si nossa natureza humana para glorificá-la e desta maneira adaptá-la a um destino celestial. Por conseguinte, formou um modelo, por assim dizer, pelo qual a natureza humana poderia ser feita à semelhança divina. Ele, o Filho de Deus, se fez Filho do homem, para que os filhos dos homens pudessem ser feitos filhos de Deus (João 1:2), e um dia serem semelhantes a ele (1 João 3:2); até os corpos dos homens serão "conforme o seu corpo glorioso" (Fil. 3:21). "O primeiro homem (Adão), da terra, é terreno: o segundo homem, o Senhor é do céu" (1Cor. 15:47); e assim, "como trouxemos a imagem do terreno (vide Gên. 5:3), assim traremos também a imagem do celestial" (verso 49), porque "o último Adão foi feito em espírito vivificante" (verso 45).
3) Porém, o obstáculo a impedir a perfeição da humanidade era o pecado — o qual, ao princípio, privou Adão da glória da justiça original. Para resgatar-nos da culpa do pecado e de seu poder, o Filho de Deus morreu como sacrifício expiatório.
JESUS CRISTO É ETERNO COMO DEUS
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim” (Apocalipse 22.13).
“Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão nascesse, eu sou” (João 8.58).
“Eu e o Pai somos um” (João 10.30,38).
“Há tanto tempo estou convosco e não me conheces Filipe? Quem me vê, vê o Pai... crede-me quando digo que estou no Pai e o Pai está em mim” (João 14.9-11,20; 17.21).
“Vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai” (João 16.28) Outras ref.: João 1.18; 6.57; 8.19
“E, ao anjo da igreja que está em Laodicéia, escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:” (Apocalipse 3:14)
JESUS CRISTO O SALVADOR
“Mas quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou ricamente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador”(Tito 3.4-6).
“E em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4.12). Vejam a ênfase: “Em nenhum outro nome”. Não sobra para Buda, para Allan Kardec, para Maomé, para Confúcio, para Lao-Tsé, para Osíris, Vishnu, Brama, Shiva, Zoroastro, Maytreia. O nome de Jesus está acima de todos e de tudo. Outras referências: João 3.16; Lucas 4.18; Isaías 61.1.
Jesus não foi um simples fundador de uma religião. Os afamados fundadores de seitas que surgiram na história da humanidade estão todos mortos e devidamente enterrados; seus corpos foram comidos pelos vermes, e seus ossos, se ainda restam, estão em algum lugar.
Se Jesus era Deus, como é que Ele podia orar? Jesus estava orando a Si mesmo?
Resposta: Para entender Jesus como Deus na terra orando ao Seu Pai que era Deus no céu, precisamos entender que o Pai eterno e o Filho eterno tinham um relacionamento eterno antes de Jesus tornar-se humano. Por favor leia João 5:19-27, especialmente 5:23, onde Jesus ensina que o Pai enviou o Filho (leia também João 15:10). Jesus não se tornou o Filho de Deus quando nasceu em Belém muitos anos atrás. Ele sempre tem sido o Filho de Deus desde a eternidade passada, ainda é, e sempre será. Oração nada mais é que, falar com Deus. E se Jesus era submisso a vontade de Deus Pai, por uma questão de hierarquia familiar de Pai e Filho, sendo ele Deus Filho, isso não diminui sua Divindade em nada. A submissão de Jesus, o Deus filho a Deus pai, não é como uma submissão de Senhor e Servo, mas uma submissão de Pai pra Filho.
Isaías 9:6 nos diz que “um menino nos nasceu, um filho se nos deu”. Jesus (juntamente com o Espírito Santo) sempre fez parte do relacionamento trino. A trindade sempre existiu: Deus Pai, Deus Filho e o Espírito de Deus. Não três Deuses, mas um Deus que existe em três pessoas distintas. Jesus ensinou que Ele e o Seu Pai são um (João 10:30). Jesus quis dizer que Ele e Seu Pai, e o Espírito Santo também, eram da mesma substância, da mesma essência, o mesmo Deus ou divindade. Três pessoas semelhantes e distintas que existem como Deus. Esses três tinham e continuam a ter um relacionamento eterno.
O que aconteceu quando Jesus, o eterno Filho de Deus, passou a ser um homem perfeito, Ele também passou a ser um servo, deixando de lado Sua glória celestial (leia Filipenses 2:5-11). Como o Deus-homem, Ele teve que aprender obediência (Hebreus 5:8) ao Pai ao ser tentado por Satanás, falsamente acusado pelos homens, rejeitado por Seu povo e eventualmente crucificado. Sua oração ao Pai Celestial era para pedir por poder (João 11:41-42) e sabedoria (Marcos 1:35; 6:46). Sua oração mostrou Sua dependência no Pai em Sua humanidade para poder cumprir o plano de redenção de Deus Pai (note a oração de Cristo como o grande sacerdote em João 17); e então completamente se submeter à vontade do Pai no Jardim para enfrentar a cruz e pagar pela penalidade (a morte) por termos quebrado a lei de Deus (Mateus 26:31-46). Como se sabe, Ele ressuscitou dos mortos corporalmente, ganhando por nós perdão e vida eterna que podemos ter agora mesmo se nós O aceitarmos como nosso Salvador pessoal.
Há problema nenhum com o Deus Filho orando ou falando com o Deus Pai. Como mencionado anteriormente, eles tinham um relacionamento eterno antes de Cristo se tornar humano. Em Sua humanidade, esse relacionamento foi descrito nos Evangelhos para que possamos ver como o Filho de Deus em Sua humanidade realizou a vontade de Seu Pai para que redenção fosse alcançada para todos (João 6:38). A contínua submissão de Cristo ao Seu Pai Celestial foi fortificada e focalizada através de sua vida de oração. O exemplo de Cristo na área de oração nos foi deixado para que sigamos Seu modelo.
Jesus Cristo não foi menos Deus na terra quando orava a Deus Pai no Céu. Ele estava descrevendo como até em humanidade perfeita é necessário ter uma vida de oração vigorosa para cumprir a vontade de Seu Pai. Quando Jesus orou ao Pai, Ele estava fazendo uma demonstração do relacionamento dentro da Trindade, com o Pai, como um exemplo para nós, que precisamos depender de Deus, através de oração, para obter a força e sabedoria das quais precisamos. Se Cristo, como Deus-homem, precisava ter uma vigorosa vida de oração, quanto mais o seguidor de Cristo hoje!
Havia perdão de pecados antes da morte de Jesus?
O Novo Testamento afirma que Jesus Cristo é o único caminho à salvação. Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Pedro acrescentou: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).
Antes de Jesus, houve pecado e condenação. Todos pecaram (Romanos 3:23) e mereceram a morte espiritual (Romanos 6:23). Paulo diz que a lei do Antigo Testamento mostrou o problema (Romanos 3:20; Gálatas 3:22), e que a fé em Jesus Cristo é a solução (Gálatas 3:23-27; Romanos 3:24-26). Nesta última citação, ele comenta sobre a necessidade do sangue de Jesus para fazer propriciação pelos nossos pecados.
Como, então, pode se falar de perdão antes da morte de Jesus? Quando Moisés revelou as instruções sobre holocaustos e outros sacrifícios, ele disse que os pecados do povo seriam perdoados por meio dessas ofertas (Levítico 4:20,26,31,35; 5:10,13,16,18; 6:7; etc.). João Batista, alguns anos antes do derramamento do sangue de Jesus, pregou “batismo de arrependimento para remissão de pecados” (Marcos 1:4).
Se já existiam meios para perdoar pecados, por que Jesus se sacrificou na cruz? O livro de Hebreus esclarece esta questão. Ele nos ensina que:
Os sacrifícios anteriores não foram suficientes para perdoar pecados: “Nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (10:3-4).
Os pecados cometidos sob o Velho Testamento foram perdoados pela morte de Jesus: “Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados” (9:15).
Para ilustrar o significado destes trechos, podemos usar a prática comum de pagar dívidas com cheques pré-datados. Os sacrifícios do Antigo Testamento foram como cheques pré-datados assinados com a confiança que o sangue de Jesus seria “depositado na conta” na data certa. Foram condicionados no sacrifício futuro de Jesus.
Desde a queda do homem, a base da salvação sempre foi a morte de Cristo. Ninguém, mesmo antes da cruz ou desde a cruz, poderia ser salvo sem este acontecimento indispensável na história do mundo. A morte de Cristo pagou a pena por pecados do passado, cometidos pelos “santos” do Velho Testamento e também de pecados futuros, dos “santos” do Novo Testamento.
A condição para a salvação sempre foi a fé. O alvo da fé de alguém para a salvação sempre foi Deus. Escreveu o salmista: “.bem-aventurados todos aqueles que nele confiam” (Salmos 2:12). Gênesis 15:6 nos diz que Abraão creu em Deus e que isto foi suficiente para Deus imputar-lhe isto por justiça (veja também Romanos 4:3-8). O sistema sacrificial do Velho Testamento não tirava o pecado, como claramente ensina Hebreus 9:1-10; 10:4, mas apontava para o dia em que o Filho de Deus verteria Seu sangue pela pecaminosa raça humana.
Hoje, temos mais revelações do que tinham as pessoas que viveram antes da ressurreição de Cristo, pois nós sabemos por completo. “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hebreus 1:1-2). Nossa salvação ainda é baseada na morte de Cristo, nossa fé ainda é condição para salvação, e o alvo de nossa fé ainda é Deus. Hoje, para nós, o conteúdo de nossa fé é que Cristo morreu por nossos pecados, que Ele foi sepultado, e que Ele se levantou no terceiro dia (I Coríntios 15:3-4).
Jesus realmente existiu? Há alguma evidência histórica de Jesus Cristo?
Um primeiro ponto a ser observado, é reconhecer que no ano 70 d.C. os Romanos invadiram e destruíram Jerusalém e a maior parte de Israel, chacinando seus habitantes. Cidades inteiras foram literalmente incendiadas e desapareceram! Não deveríamos nos surpreender, então, que muitas das provas da existência de Jesus tenham sido destruídas. Muitas das testemunhas oculares de Jesus teriam sido mortas. Estes fatos provavelmente limitaram a quantidade de relatos vindos de testemunhas oculares de Jesus.
Considerando o fato de que o ministério de Jesus foi altamente confinado a um lugar culturalmente atrasado e isolado, uma pequena vila do grande Império Romano, uma grande e surpreendente quantidade de informações sobre Jesus ainda pode ser extraída de fontes históricas seculares. Algumas das mais importantes provas históricas de Jesus Cristo incluem:
Tácito, romano do primeiro século, que é considerado um dos mais precisos historiadores do mundo antigo, mencionou “cristãos” supersticiosos (“nomeados a partir de Christus”, palavra latina para Cristo), que sofreram nas mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Seutônio, secretário chefe do Imperador Adriano, escreveu que houve um homem chamado Chrestus (ou Cristo) que viveu durante o primeiro século (“Anais” XV,44).
Flávio Josefo é o mais famoso historiador judeu. Em seu Antiguidades Judaicas, se refere a Tiago: “o irmão de Jesus, que era chamado Cristo.” Há um verso polêmico (XVIII,3) que diz: “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas" (Josefo, "Antiguidades Judaicas" XVIII,3,2).
Plínio, o Jovem, em Epístolas 10:96, registrou práticas primitivas de adoração, incluindo o fato de que os cristãos adoravam Jesus como Deus e eram muito éticos, e inclui uma referência ao banquete do amor e a Santa Ceia.
O Talmude da Babilônia (Sanhedrin 43 a) confirma a crucificação de Jesus na véspera da Páscoa, e as acusações contra Cristo de usar magia e encorajar a apostasia dos judeus.
Luciano de Samosata foi um escritor grego do segundo século que admite que Jesus foi adorado pelos cristãos, introduziu novos ensinamentos e foi por eles crucificado. Ele disse que os ensinamentos de Jesus incluíam a fraternidade entre os crentes, a importância da conversão e de negar outros deuses. Os Cristãos viviam de acordo com as leis de Jesus, criam que eram imortais, e se caracterizavam por desdenhar da morte, por devoção voluntária e renúncia a bens materiais.
Suetônio (70-128) (falando da vida do imperador Cláudio)
“O Imperador expulsou de Roma os judeus que viraram causa permanente de desordem pela pregação de Cristo” (Vida de Cláudio, cap 25, p. 4)
De fato, podemos quase reconstruir o evangelho somente a partir de primitivas fontes não-cristãs: Jesus foi chamado Cristo (Josefo), praticou “magia”, conduziu Israel a novos ensinamentos, por eles foi pendurado na Páscoa (O Talmude da Babilônia) na Judéia (Tácito), mas afirmou ser Deus e que retornaria (Eliezar), no que seus seguidores creram – O adorando como Deus (Plínio, o Jovem).
Concluindo, há provas devastadoras da existência de Jesus Cristo, tanto na história secular quanto bíblica. Talvez a maior prova que Jesus realmente existiu seja o fato de que literalmente milhares de cristãos no primeiro século d.C., incluindo os 12 apóstolos, se desprenderam a ponto de dar suas vidas como mártires por Jesus Cristo. As pessoas morrerão pelo que crêem ser verdade, mas ninguém morrerá pelo que sabe ser uma mentira.
O Aspecto Físico de Jesus
Como era Jesus fisicamente? Não há relatos bíblicos suficientes para se ter uma idéia de Sua aparência. Há somente uma profecia de como ele seria quando estivesse sofrendo na cruz (Isaías 52.14 e 53.2-3). Porém, políticos e historiadores do primeiro século descreveram não só a Sua aparência bem como o Seu comportamento, confirmando o que está escrito no Novo Testamento.
Entre várias personalidades da Roma antiga estão Públio Lêntulo, Pôncio Pilatos e Cornélio Tácito que deixaram registros sobre a presença de Cristo na Galiléia.
A Epístola de Publius Lentullus ao Senado
Esta descrição foi retirada de um manuscrito da biblioteca de Lord Kelly, anteriormente copiada de uma carta original de Públio Lêntulo em Roma. Era costume dos governadores romanos relatar ao Senado e ao povo coisas que ocorriam em suas respectivas províncias no tempo do imperador Tiberio César. Públio Lêntulo, que governou a Judéia antes de Pôncio Pilatos, escreveu a seguinte epístola ao Senado relativo ao Nazareno chamado Yeshua (Jesus), no princípio das pregações:
"Apareceu nestes nossos dias um homem, da nação Judia, de grande virtude, chamado Yeshua, que ainda vive entre nós, que pelos Gentios é aceito como um profeta de verdade, mas os seus próprios discípulos chamam-lhe o Filho de Deus - Ele ressuscita o morto e cura toda a sorte de doenças. Um homem de estatura um pouco alta, e gracioso, com semblante muito reverente, e os que o vêem podem amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho, cheio, liso até as orelhas, ondulado até os ombros onde é mais claro. No meio da cabeça os cabelos são divididos, conforme o costume dos Nazarenos. A testa é lisa e delicada; a face sem manchas ou rugas, e avermelhada; o nariz e a boca não podem ser repreendidos; a barba é espessa, da cor dos cabelos, não muito longa, mas bifurcada; a aparência é inocente e madura; seus olhos são acinzentados, claros, e espertos - reprovando a hipocrisia, ele é terrível; admoestando, é cortês e justo; conversando é agradável, com seriedade. Não se pode lembrar de alguém tê-lo visto rir, mas muitos o viram lamentar. A proporção do corpo é mais que excelente; suas mãos e braços são delicados ao ver. Falando, é muito temperado, modesto, e sábio. Um homem, pela sua beleza singular, ultrapassa os filhos dos homens".
A carta de Pontius Pilate para Tiberius Caesar
A carta de Pontius Pilate (Pôncio Pilatos) para Tiberius Caesar (Tibério César)
Este é um reimpresso de uma carta de Pôncio Pilatos para Tibério César que descreve a aparência física de Jesus. As cópias estão na Biblioteca Congressional em Washington, D.C. É bem provável que tenha sido escrita nos dias que antecederam a crucificação.
Um jovem homem apareceu na Galiléia que prega com humilde unção, uma nova lei no nome do Deus que o teria enviado. No princípio estava temendo que seu desígnio fosse incitar as pessoas contra os romanos, mas meus temores foram logo dispersados. Jesus de Nazaré falava mais como um amigo dos romanos do que dos judeus. Um dia observava no meio de um grupo um homem jovem que estava encostado numa árvore, para onde calmamente se dirigia a multidão. Me falaram que era Jesus. Este eu pude facilmente ter identificado tão grande era a diferença entre ele e os que estavam lhe escutando. Os seus cabelos e barba de cor dourada davam a sua aparência um aspecto celestial. Ele aparentava aproximadamente 30 anos de idade. Nunca havia visto um semblante mais doce ou mais sereno. Que contraste entre ele e seus portadores com as barbas pretas e cútis morenas! Pouco disposto a lhe interromper com a minha presença, continuei meu passeio mas fiz sinal ao meu secretário para se juntar ao grupo e escutar. Depois, meu secretário informou nunca ter visto nos trabalhos de todos os filósofos qualquer coisa comparada aos ensinos de Jesus. Ele me contou que Jesus não era nem sedicioso nem rebelde, assim nós lhe estendemos a nossa proteção. Ele era livre para agir, falar, ajuntar e enviar as pessoas. Esta liberdade ilimitada irritou os judeus, não o pobre mas o rico e poderoso.
Depois, escrevi a Jesus lhe pedindo uma entrevista no Praetorium. Ele veio. Quando o Nazareno apareceu eu estava em meu passeio matutino e ao deparar com ele meus pés pareciam estar presos por uma mão de ferro no pavimento de mármore e tremi em cada membro como um réu culpado, entretanto ele estava tranqüilo. Durante algum tempo permaneci admirando este homem extraordinário. Não havia nada nele que fosse rejeitável, nem no seu caráter, contudo eu sentia temor na sua presença. Eu lhe falei que havia uma simplicidade magnética sobre si e que a sua personalidade o elevava bem acima dos filósofos e professores dos seus dias.
Agora, ó nobre soberano, estes são os fatos relativos a Jesus de Nazaré e eu levei tempo para lhe escrever em detalhes estes assuntos. Eu digo que tal homem que podia converter água em vinho, transformar morte em vida, doença em saúde; tranqüilizar os mares tempestuosos, não é culpado de qualquer ofensa criminal e como outros têm dito, nós temos que concordar - verdadeiramente este é o filho de Deus.
Seu criado mais obediente,
Pôncio Pilatos
Flavio Josefo, historiador judeu
Esta é uma citação de Flavio Josefo, em suas escritas históricas do primeiro século intituladas, "Antiguidades dos Judeus" Livro 18, Capítulo 2, seção 3:
"Agora havia sobre este tempo Jesus, um homem sábio, se for legal chamá-lo um homem; porque ele era um feitor de trabalhos maravilhosos, professor de tais homens que recebem a verdade com prazer. Ele atraiu para si ambos, muitos judeus e muitos Gentios. Ele era o Cristo. E quando Pilatos, à sugestão dos principais homens entre nós, o tinha condenado à cruz, esses que o amaram primeiramente não o abandonaram; pois ele lhes apareceu vivo novamente no terceiro dia, como os profetas divinos tinham predito estas e dez mil outras coisas maravilhosas relativas a ele. E a tribo de cristãos, assim denominada por ele, não está extinta neste dia".
Cornélio Tácito, historiador romano
Cornélio Tácito foi um historiador romano que viveu entre aproximadamente 56 e 120 DC. Acredita-se que tenha nascido na França ou Gália numa família aristocrática provinciana. Ele se tornou senador, um cônsul, e eventualmente o governador da Ásia. Tácito escreveu pelo menos quatro tratados históricos. Por volta de 115 DC, publicou Anais nos quais declara explicitamente que Nero perseguiu os cristãos para chamar atenção para longe de si do incêndio de Roma em 64 DC. Naquele contexto, ele menciona Cristo que foi pôsto a morte por Pôncio Pilatos:
Christus: Anais 15.44.2-8
"Nero fixou a culpa e infligiu as torturas mais primorosas em uma classe odiada para as suas abominações, chamados pela plebe de cristãos. Cristo, de quem o nome teve sua origem, sofreu a máxima penalidade durante o reinado de Tibério às mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos, e uma superstição mais danosa, assim conferidas para o momento, novamente falida não só na Judéia, a primeira fonte do mal, mas até mesmo em Roma..."
QUEM É JESUS?
No espiritismo, Ele era um reformador da Judéia, com a missão de ensinar aos homens uma elevada moral, foi a segunda revelação de Deus (a primeira teria sido Moisés, e a terceira, o espiritismo); foi um médium de primeira grandeza, um espírito iluminado. Para as Testemunhas de Jeová, Ele é um ser criado por Jeová, poderoso, mas não Todo-Poderoso. No budismo, Jesus foi um grande Mestre. No mormonismo, Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo, e viveu em poligamia: Marta e Maria, irmãs de Lázaro, teriam sido suas esposas.
No islamismo, Jesus teria sido um mensageiro de Deus, porém menor que Maomé. Na Nova Era, Jesus não é Deus porque todos somos deuses; a Era de Peixes, de Jesus, está se expirando, e um novo Avatar surgirá para conduzir a humanidade à Era de Aquários, que colocará o mundo em ordem e estabelecerá a paz.
Negar a divindade de Jesus é uma das características das seitas. Para nós, cristãos, Jesus Cristo é Deus. A prova disso não é apenas a nossa fé. Contamos com a Bíblia Sagrada, livro escrito por cerca de 40 escritores, divinamente inspirados.
Contamos também com o testemunho de apóstolos que caminharam com Jesus, ouviram suas palavras e viram seus milagres, a exemplo de Pedro que declarou enfático: “TU ÉS O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO” (Mateus 16.16). Temos as palavras do próprio Jesus que afirmou: “EU E O PAI SOMOS UM” (João 10.30). Temos o testemunho do profeta Isaías que, 700 anos de o Verbo habitar entre nós, chamou-O de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade” (Isaías 9.6).
Contamos, também, com o testemunho de milhões de vidas transformadas pelo poder que há no Seu nome.
Tratar-se-ia de apenas um espírito evoluído, um homem com poderes mediúnicos como desejam os kardecistas? Se Jesus é apenas um espírito iluminado, por que não “baixa” nas sessões espíritas? Se Jesus foi igual a Buda e Maomé, onde estão seus ossos? Em lugar nenhum iremos encontrá-los porque Jesus ressuscitou, e vive e reina para sempre. Aleluia! Vejamos o que dizem as Escrituras sobre a divindade de Jesus.
Jesus Cristo, O Criador
“Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez... estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu (João 1.3, 10)). “Pois nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades, tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1.16). “...a nós falou-nos [Deus] nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez o mundo (Hebreus 1.2).
JESUS CRISTO o filho de DEUS e DEUS POR NATUREZA
Da mesma forma como "filho do homem" significa um nascido do homem, assim também Filho de Deus significa um nascido de Deus. Por isso dizemos que esse título proclama a Deidade de Cristo. Jesus nunca é chamado um Filho de Deus, como os homens santos são chamados filhos de Deus (Jo 2:1). Ele é o Filho de Deus no sentido único. Jesus é descrito mantendo uma relação para com Deus não participada por nenhuma outra pessoa no universo.
“A virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus conosco” (Mateus 1.23). “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... e o Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1.1,14). Atenção: “O Verbo era Deus”, e não “o Verbo era um deus”, como desejam as testemunhas de Jeová. “Eu e o Pai somos um” (João 10.30); “Quem me vê, vê o Pai” (João 14.9). “O Pai está em mim, e eu nele” (João 10.38).
“Disse-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu” (João 20.28); “Deles são os patriarcas, e deles descende Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. (Romanos 9.5). “Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Colossenses 2.9). “Porque um filho nos nasceu...o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6). “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5.20). Outras referências: João 1.15,18,30; Colossenses 1.15; 2 Coríntios; 4.4; 5.19.
Jesus Cristo é filho de Deus por geração, não foi criado como os anjos e homens. Sua origem foi de forma única. Ele procede de dentro do próprio Deus Pai. Por isso o título de único filho de DEUS:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
“Deus nunca foi visto por alguém; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer.” (João 1:18)
“Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos.” (1 João 4:9)
“E, outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” (Hebreus 1:6)
Jesus Cristo nunca é chamado de "UM filho" de Deus, como os homens e anjos são (Jó 2.1). Ele exigia uma rendição e uma lealdade que somente Deus por direito podia reivindicar, insistia em uma absoluta rendição da parte dos seus seguidores. Eles deviam estar prontos a cortar os laços mais íntimos e mais queridos, porque qualquer que amasse mais o pai ou a mãe do que a ele, não era digno dele (Mat. 10:37; Luc. 14:25-33).
Nos ensinos de Jesus nota-se a total ausência de expressões como estas: "pode ser", "penso que", "podemos supor", etc.
Colocando-se acima de toda autoridade, um humilde mestre afirmando autoridade suprema sobre toda a conduta humana; um reformador moral pondo de lado todos os demais fundamentos, dizendo: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha... (Mat.7.24)
Ele reivindicava uma comunhão e um conhecimento divinos. (Mat. 11:27; João 17:25.) Alegava revelar a essência do Pai em si mesmo. (João 14:9-11.) Ele assumiu prerrogativas divinas: Onipresença (Mat. 18:20); poder de perdoar pecados (Mat. 2:5-10); poder de ressuscitar os mortos. (João 6:39, 40, 54; 11:25; 10:17, 18.) Proclamou-se Juiz e árbitro do destino do homem. (João 5:22; Mat. 25:31-46.) Ele exigia uma rendição e uma lealdade que somente Deus por direito podia reivindicar; insistia em uma absoluta rendição da parte dos seus seguidores. Eles deviam estar prontos a cortar os laços mais íntimos e mais queridos, porque qualquer que amasse mais o pai ou a mãe do que a ele, não era digno dele. (Mat. 10:37; Luc. 14:25-33.)
Nos ensinos de Cristo nota-se a completa ausência de expressões como estas: "é minha opinião"; "pode ser"; "penso que..."; "bem podemos supor", etc. Um erudito judeu racionalista admitiu que ele falava com a autoridade do Deus Poderoso. O Dr. Henry Van Dyke assinala que no Sermão da Montanha, por exemplo, temos: a preponderante visão de um hebreu crente colocando-se a si mesmo acima da autoridade de sua própria fé; um humilde Mestre afirmando autoridade suprema sobre toda a conduta humana; um Reformador moral pondo de lado todos os demais fundamentos, dizendo: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha... (Mat. 7:24)" Quarenta e nove vezes, nesse breve registro do discurso de Jesus, repete-se a solene frase com a qual ele autentica a verdade: "Em verdade vos digo."
Filho do homem (humanidade)
Quem? De acordo com o hebraico a expressão "filho de" denota relação e participação. Por exemplo: "Os filhos do reino" (Mat. 8:12) são aqueles que hão de participar de suas verdades e bênçãos. "Os filhos da ressurreição" (Luc. 20:36) são aqueles que participam da vida ressuscitada. Um "filho de paz" (Luc. 10:6) é um que possui caráter pacifico. Um "filho da perdição" (João 17:12) é um destinado a sofrer a ruína e a condenação. Portanto, "filho do homem" significa, principalmente, um que participa da natureza humana e das qualidades humanas. Dessa maneira, "filho do homem" vem a ser uma designação enfática para o homem em seus atributos característicos de debilidade e impotência. (Num. 23:19; Jo 16:21; 25:6.) Neste sentido o título é aplicado oitenta vezes a Ezequiel, como uma recordação de sua debilidade e mortalidade, e como um incentivo à humanidade no cumprimento da sua vocação profética. Aplicado a Cristo, "Filho do homem" designa-o como participante da natureza e das qualidades humanas, e como sujeito às fraquezas humanas. No entanto, ao mesmo tempo, esse título implica sua deidade, porque, se uma pessoa enfaticamente declarasse: "Sou filho de homem", a ele dir-se-ia: "Todos sabem disso." Porém, a expressão nos lábios de Jesus significa uma Pessoa celestial que se havia identificado definitivamente com a humanidade como seu representante e Salvador. Notemos também que é: o — e não um — Filho do homem.
O título está relacionado com a sua vida terrena (Mar. 2:10; 2:28; Mat. 8:20; Luc. 19:10), com seus sofrimentos a favor da humanidade (Mar. 8:31), e com sua exaltação e domínio sobre a humanidade (Mat. 25:31; 26:24. Vide Dan. 7:14). Ao referir-se a si mesmo como "Filho do homem", Jesus desejava expressar a seguinte mensagem: "Eu, o Filho de Deus, sou Homem, em debilidade, em sofrimento, mesmo até à morte. Todavia, ainda estou em contato com o Céu de onde vim, e mantenho uma relação com Deus que posso perdoar pecados (Mat. 9:6), e sou superior aos regulamentos religiosos que somente tem significado temporal e nacional. (Mat. 12:8.) Esta natureza humana não cessará quando eu tiver passado por estes últimos períodos de sofrimento e morte que devo suportar para a salvação do homem e para consumar a minha obra. Porque subirei e a levarei comigo ao céu, de onde voltarei para reinar sobre aqueles cuja natureza "tornei sobre mim". A humanidade do Filho de Deus era real e não fictícia Ele nos é descrito como realmente padecendo fome, sede, cansaço, dor, e como estando sujeito em geral às debilidades da natureza, porém sem pecado.
Por que o Filho de Deus se fez Filho do homem, ou quais foram os propósitos da encarnação?
1) Como já observamos, o Filho de Deus veio ao mundo para ser o Revelador de Deus. Ele afirmou que as suas obras e suas palavras eram guiadas por Deus (João 5:19, 20; 10:38); sua própria obra evangelizadora foi uma revelação do coração do Pai celestial, e aqueles que criticaram sua obra entre os pecadores demonstraram assim sua falta de harmonia com o espírito do céu. (Luc. 15:1-7.)
2) Ele tomou sobre si nossa natureza humana para glorificá-la e desta maneira adaptá-la a um destino celestial. Por conseguinte, formou um modelo, por assim dizer, pelo qual a natureza humana poderia ser feita à semelhança divina. Ele, o Filho de Deus, se fez Filho do homem, para que os filhos dos homens pudessem ser feitos filhos de Deus (João 1:2), e um dia serem semelhantes a ele (1 João 3:2); até os corpos dos homens serão "conforme o seu corpo glorioso" (Fil. 3:21). "O primeiro homem (Adão), da terra, é terreno: o segundo homem, o Senhor é do céu" (1Cor. 15:47); e assim, "como trouxemos a imagem do terreno (vide Gên. 5:3), assim traremos também a imagem do celestial" (verso 49), porque "o último Adão foi feito em espírito vivificante" (verso 45).
3) Porém, o obstáculo a impedir a perfeição da humanidade era o pecado — o qual, ao princípio, privou Adão da glória da justiça original. Para resgatar-nos da culpa do pecado e de seu poder, o Filho de Deus morreu como sacrifício expiatório.
JESUS CRISTO É ETERNO COMO DEUS
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim” (Apocalipse 22.13).
“Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão nascesse, eu sou” (João 8.58).
“Eu e o Pai somos um” (João 10.30,38).
“Há tanto tempo estou convosco e não me conheces Filipe? Quem me vê, vê o Pai... crede-me quando digo que estou no Pai e o Pai está em mim” (João 14.9-11,20; 17.21).
“Vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai” (João 16.28) Outras ref.: João 1.18; 6.57; 8.19
“E, ao anjo da igreja que está em Laodicéia, escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:” (Apocalipse 3:14)
JESUS CRISTO O SALVADOR
“Mas quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou ricamente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador”(Tito 3.4-6).
“E em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4.12). Vejam a ênfase: “Em nenhum outro nome”. Não sobra para Buda, para Allan Kardec, para Maomé, para Confúcio, para Lao-Tsé, para Osíris, Vishnu, Brama, Shiva, Zoroastro, Maytreia. O nome de Jesus está acima de todos e de tudo. Outras referências: João 3.16; Lucas 4.18; Isaías 61.1.
Jesus não foi um simples fundador de uma religião. Os afamados fundadores de seitas que surgiram na história da humanidade estão todos mortos e devidamente enterrados; seus corpos foram comidos pelos vermes, e seus ossos, se ainda restam, estão em algum lugar.
Se Jesus era Deus, como é que Ele podia orar? Jesus estava orando a Si mesmo?
Resposta: Para entender Jesus como Deus na terra orando ao Seu Pai que era Deus no céu, precisamos entender que o Pai eterno e o Filho eterno tinham um relacionamento eterno antes de Jesus tornar-se humano. Por favor leia João 5:19-27, especialmente 5:23, onde Jesus ensina que o Pai enviou o Filho (leia também João 15:10). Jesus não se tornou o Filho de Deus quando nasceu em Belém muitos anos atrás. Ele sempre tem sido o Filho de Deus desde a eternidade passada, ainda é, e sempre será. Oração nada mais é que, falar com Deus. E se Jesus era submisso a vontade de Deus Pai, por uma questão de hierarquia familiar de Pai e Filho, sendo ele Deus Filho, isso não diminui sua Divindade em nada. A submissão de Jesus, o Deus filho a Deus pai, não é como uma submissão de Senhor e Servo, mas uma submissão de Pai pra Filho.
Isaías 9:6 nos diz que “um menino nos nasceu, um filho se nos deu”. Jesus (juntamente com o Espírito Santo) sempre fez parte do relacionamento trino. A trindade sempre existiu: Deus Pai, Deus Filho e o Espírito de Deus. Não três Deuses, mas um Deus que existe em três pessoas distintas. Jesus ensinou que Ele e o Seu Pai são um (João 10:30). Jesus quis dizer que Ele e Seu Pai, e o Espírito Santo também, eram da mesma substância, da mesma essência, o mesmo Deus ou divindade. Três pessoas semelhantes e distintas que existem como Deus. Esses três tinham e continuam a ter um relacionamento eterno.
O que aconteceu quando Jesus, o eterno Filho de Deus, passou a ser um homem perfeito, Ele também passou a ser um servo, deixando de lado Sua glória celestial (leia Filipenses 2:5-11). Como o Deus-homem, Ele teve que aprender obediência (Hebreus 5:8) ao Pai ao ser tentado por Satanás, falsamente acusado pelos homens, rejeitado por Seu povo e eventualmente crucificado. Sua oração ao Pai Celestial era para pedir por poder (João 11:41-42) e sabedoria (Marcos 1:35; 6:46). Sua oração mostrou Sua dependência no Pai em Sua humanidade para poder cumprir o plano de redenção de Deus Pai (note a oração de Cristo como o grande sacerdote em João 17); e então completamente se submeter à vontade do Pai no Jardim para enfrentar a cruz e pagar pela penalidade (a morte) por termos quebrado a lei de Deus (Mateus 26:31-46). Como se sabe, Ele ressuscitou dos mortos corporalmente, ganhando por nós perdão e vida eterna que podemos ter agora mesmo se nós O aceitarmos como nosso Salvador pessoal.
Há problema nenhum com o Deus Filho orando ou falando com o Deus Pai. Como mencionado anteriormente, eles tinham um relacionamento eterno antes de Cristo se tornar humano. Em Sua humanidade, esse relacionamento foi descrito nos Evangelhos para que possamos ver como o Filho de Deus em Sua humanidade realizou a vontade de Seu Pai para que redenção fosse alcançada para todos (João 6:38). A contínua submissão de Cristo ao Seu Pai Celestial foi fortificada e focalizada através de sua vida de oração. O exemplo de Cristo na área de oração nos foi deixado para que sigamos Seu modelo.
Jesus Cristo não foi menos Deus na terra quando orava a Deus Pai no Céu. Ele estava descrevendo como até em humanidade perfeita é necessário ter uma vida de oração vigorosa para cumprir a vontade de Seu Pai. Quando Jesus orou ao Pai, Ele estava fazendo uma demonstração do relacionamento dentro da Trindade, com o Pai, como um exemplo para nós, que precisamos depender de Deus, através de oração, para obter a força e sabedoria das quais precisamos. Se Cristo, como Deus-homem, precisava ter uma vigorosa vida de oração, quanto mais o seguidor de Cristo hoje!
Havia perdão de pecados antes da morte de Jesus?
O Novo Testamento afirma que Jesus Cristo é o único caminho à salvação. Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Pedro acrescentou: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).
Antes de Jesus, houve pecado e condenação. Todos pecaram (Romanos 3:23) e mereceram a morte espiritual (Romanos 6:23). Paulo diz que a lei do Antigo Testamento mostrou o problema (Romanos 3:20; Gálatas 3:22), e que a fé em Jesus Cristo é a solução (Gálatas 3:23-27; Romanos 3:24-26). Nesta última citação, ele comenta sobre a necessidade do sangue de Jesus para fazer propriciação pelos nossos pecados.
Como, então, pode se falar de perdão antes da morte de Jesus? Quando Moisés revelou as instruções sobre holocaustos e outros sacrifícios, ele disse que os pecados do povo seriam perdoados por meio dessas ofertas (Levítico 4:20,26,31,35; 5:10,13,16,18; 6:7; etc.). João Batista, alguns anos antes do derramamento do sangue de Jesus, pregou “batismo de arrependimento para remissão de pecados” (Marcos 1:4).
Se já existiam meios para perdoar pecados, por que Jesus se sacrificou na cruz? O livro de Hebreus esclarece esta questão. Ele nos ensina que:
Os sacrifícios anteriores não foram suficientes para perdoar pecados: “Nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (10:3-4).
Os pecados cometidos sob o Velho Testamento foram perdoados pela morte de Jesus: “Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados” (9:15).
Para ilustrar o significado destes trechos, podemos usar a prática comum de pagar dívidas com cheques pré-datados. Os sacrifícios do Antigo Testamento foram como cheques pré-datados assinados com a confiança que o sangue de Jesus seria “depositado na conta” na data certa. Foram condicionados no sacrifício futuro de Jesus.
Desde a queda do homem, a base da salvação sempre foi a morte de Cristo. Ninguém, mesmo antes da cruz ou desde a cruz, poderia ser salvo sem este acontecimento indispensável na história do mundo. A morte de Cristo pagou a pena por pecados do passado, cometidos pelos “santos” do Velho Testamento e também de pecados futuros, dos “santos” do Novo Testamento.
A condição para a salvação sempre foi a fé. O alvo da fé de alguém para a salvação sempre foi Deus. Escreveu o salmista: “.bem-aventurados todos aqueles que nele confiam” (Salmos 2:12). Gênesis 15:6 nos diz que Abraão creu em Deus e que isto foi suficiente para Deus imputar-lhe isto por justiça (veja também Romanos 4:3-8). O sistema sacrificial do Velho Testamento não tirava o pecado, como claramente ensina Hebreus 9:1-10; 10:4, mas apontava para o dia em que o Filho de Deus verteria Seu sangue pela pecaminosa raça humana.
Hoje, temos mais revelações do que tinham as pessoas que viveram antes da ressurreição de Cristo, pois nós sabemos por completo. “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hebreus 1:1-2). Nossa salvação ainda é baseada na morte de Cristo, nossa fé ainda é condição para salvação, e o alvo de nossa fé ainda é Deus. Hoje, para nós, o conteúdo de nossa fé é que Cristo morreu por nossos pecados, que Ele foi sepultado, e que Ele se levantou no terceiro dia (I Coríntios 15:3-4).
Jesus realmente existiu? Há alguma evidência histórica de Jesus Cristo?
Um primeiro ponto a ser observado, é reconhecer que no ano 70 d.C. os Romanos invadiram e destruíram Jerusalém e a maior parte de Israel, chacinando seus habitantes. Cidades inteiras foram literalmente incendiadas e desapareceram! Não deveríamos nos surpreender, então, que muitas das provas da existência de Jesus tenham sido destruídas. Muitas das testemunhas oculares de Jesus teriam sido mortas. Estes fatos provavelmente limitaram a quantidade de relatos vindos de testemunhas oculares de Jesus.
Considerando o fato de que o ministério de Jesus foi altamente confinado a um lugar culturalmente atrasado e isolado, uma pequena vila do grande Império Romano, uma grande e surpreendente quantidade de informações sobre Jesus ainda pode ser extraída de fontes históricas seculares. Algumas das mais importantes provas históricas de Jesus Cristo incluem:
Tácito, romano do primeiro século, que é considerado um dos mais precisos historiadores do mundo antigo, mencionou “cristãos” supersticiosos (“nomeados a partir de Christus”, palavra latina para Cristo), que sofreram nas mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Seutônio, secretário chefe do Imperador Adriano, escreveu que houve um homem chamado Chrestus (ou Cristo) que viveu durante o primeiro século (“Anais” XV,44).
Flávio Josefo é o mais famoso historiador judeu. Em seu Antiguidades Judaicas, se refere a Tiago: “o irmão de Jesus, que era chamado Cristo.” Há um verso polêmico (XVIII,3) que diz: “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas" (Josefo, "Antiguidades Judaicas" XVIII,3,2).
Plínio, o Jovem, em Epístolas 10:96, registrou práticas primitivas de adoração, incluindo o fato de que os cristãos adoravam Jesus como Deus e eram muito éticos, e inclui uma referência ao banquete do amor e a Santa Ceia.
O Talmude da Babilônia (Sanhedrin 43 a) confirma a crucificação de Jesus na véspera da Páscoa, e as acusações contra Cristo de usar magia e encorajar a apostasia dos judeus.
Luciano de Samosata foi um escritor grego do segundo século que admite que Jesus foi adorado pelos cristãos, introduziu novos ensinamentos e foi por eles crucificado. Ele disse que os ensinamentos de Jesus incluíam a fraternidade entre os crentes, a importância da conversão e de negar outros deuses. Os Cristãos viviam de acordo com as leis de Jesus, criam que eram imortais, e se caracterizavam por desdenhar da morte, por devoção voluntária e renúncia a bens materiais.
Suetônio (70-128) (falando da vida do imperador Cláudio)
“O Imperador expulsou de Roma os judeus que viraram causa permanente de desordem pela pregação de Cristo” (Vida de Cláudio, cap 25, p. 4)
De fato, podemos quase reconstruir o evangelho somente a partir de primitivas fontes não-cristãs: Jesus foi chamado Cristo (Josefo), praticou “magia”, conduziu Israel a novos ensinamentos, por eles foi pendurado na Páscoa (O Talmude da Babilônia) na Judéia (Tácito), mas afirmou ser Deus e que retornaria (Eliezar), no que seus seguidores creram – O adorando como Deus (Plínio, o Jovem).
Concluindo, há provas devastadoras da existência de Jesus Cristo, tanto na história secular quanto bíblica. Talvez a maior prova que Jesus realmente existiu seja o fato de que literalmente milhares de cristãos no primeiro século d.C., incluindo os 12 apóstolos, se desprenderam a ponto de dar suas vidas como mártires por Jesus Cristo. As pessoas morrerão pelo que crêem ser verdade, mas ninguém morrerá pelo que sabe ser uma mentira.
O Aspecto Físico de Jesus
Como era Jesus fisicamente? Não há relatos bíblicos suficientes para se ter uma idéia de Sua aparência. Há somente uma profecia de como ele seria quando estivesse sofrendo na cruz (Isaías 52.14 e 53.2-3). Porém, políticos e historiadores do primeiro século descreveram não só a Sua aparência bem como o Seu comportamento, confirmando o que está escrito no Novo Testamento.
Entre várias personalidades da Roma antiga estão Públio Lêntulo, Pôncio Pilatos e Cornélio Tácito que deixaram registros sobre a presença de Cristo na Galiléia.
A Epístola de Publius Lentullus ao Senado
Esta descrição foi retirada de um manuscrito da biblioteca de Lord Kelly, anteriormente copiada de uma carta original de Públio Lêntulo em Roma. Era costume dos governadores romanos relatar ao Senado e ao povo coisas que ocorriam em suas respectivas províncias no tempo do imperador Tiberio César. Públio Lêntulo, que governou a Judéia antes de Pôncio Pilatos, escreveu a seguinte epístola ao Senado relativo ao Nazareno chamado Yeshua (Jesus), no princípio das pregações:
"Apareceu nestes nossos dias um homem, da nação Judia, de grande virtude, chamado Yeshua, que ainda vive entre nós, que pelos Gentios é aceito como um profeta de verdade, mas os seus próprios discípulos chamam-lhe o Filho de Deus - Ele ressuscita o morto e cura toda a sorte de doenças. Um homem de estatura um pouco alta, e gracioso, com semblante muito reverente, e os que o vêem podem amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho, cheio, liso até as orelhas, ondulado até os ombros onde é mais claro. No meio da cabeça os cabelos são divididos, conforme o costume dos Nazarenos. A testa é lisa e delicada; a face sem manchas ou rugas, e avermelhada; o nariz e a boca não podem ser repreendidos; a barba é espessa, da cor dos cabelos, não muito longa, mas bifurcada; a aparência é inocente e madura; seus olhos são acinzentados, claros, e espertos - reprovando a hipocrisia, ele é terrível; admoestando, é cortês e justo; conversando é agradável, com seriedade. Não se pode lembrar de alguém tê-lo visto rir, mas muitos o viram lamentar. A proporção do corpo é mais que excelente; suas mãos e braços são delicados ao ver. Falando, é muito temperado, modesto, e sábio. Um homem, pela sua beleza singular, ultrapassa os filhos dos homens".
A carta de Pontius Pilate para Tiberius Caesar
A carta de Pontius Pilate (Pôncio Pilatos) para Tiberius Caesar (Tibério César)
Este é um reimpresso de uma carta de Pôncio Pilatos para Tibério César que descreve a aparência física de Jesus. As cópias estão na Biblioteca Congressional em Washington, D.C. É bem provável que tenha sido escrita nos dias que antecederam a crucificação.
Um jovem homem apareceu na Galiléia que prega com humilde unção, uma nova lei no nome do Deus que o teria enviado. No princípio estava temendo que seu desígnio fosse incitar as pessoas contra os romanos, mas meus temores foram logo dispersados. Jesus de Nazaré falava mais como um amigo dos romanos do que dos judeus. Um dia observava no meio de um grupo um homem jovem que estava encostado numa árvore, para onde calmamente se dirigia a multidão. Me falaram que era Jesus. Este eu pude facilmente ter identificado tão grande era a diferença entre ele e os que estavam lhe escutando. Os seus cabelos e barba de cor dourada davam a sua aparência um aspecto celestial. Ele aparentava aproximadamente 30 anos de idade. Nunca havia visto um semblante mais doce ou mais sereno. Que contraste entre ele e seus portadores com as barbas pretas e cútis morenas! Pouco disposto a lhe interromper com a minha presença, continuei meu passeio mas fiz sinal ao meu secretário para se juntar ao grupo e escutar. Depois, meu secretário informou nunca ter visto nos trabalhos de todos os filósofos qualquer coisa comparada aos ensinos de Jesus. Ele me contou que Jesus não era nem sedicioso nem rebelde, assim nós lhe estendemos a nossa proteção. Ele era livre para agir, falar, ajuntar e enviar as pessoas. Esta liberdade ilimitada irritou os judeus, não o pobre mas o rico e poderoso.
Depois, escrevi a Jesus lhe pedindo uma entrevista no Praetorium. Ele veio. Quando o Nazareno apareceu eu estava em meu passeio matutino e ao deparar com ele meus pés pareciam estar presos por uma mão de ferro no pavimento de mármore e tremi em cada membro como um réu culpado, entretanto ele estava tranqüilo. Durante algum tempo permaneci admirando este homem extraordinário. Não havia nada nele que fosse rejeitável, nem no seu caráter, contudo eu sentia temor na sua presença. Eu lhe falei que havia uma simplicidade magnética sobre si e que a sua personalidade o elevava bem acima dos filósofos e professores dos seus dias.
Agora, ó nobre soberano, estes são os fatos relativos a Jesus de Nazaré e eu levei tempo para lhe escrever em detalhes estes assuntos. Eu digo que tal homem que podia converter água em vinho, transformar morte em vida, doença em saúde; tranqüilizar os mares tempestuosos, não é culpado de qualquer ofensa criminal e como outros têm dito, nós temos que concordar - verdadeiramente este é o filho de Deus.
Seu criado mais obediente,
Pôncio Pilatos
Flavio Josefo, historiador judeu
Esta é uma citação de Flavio Josefo, em suas escritas históricas do primeiro século intituladas, "Antiguidades dos Judeus" Livro 18, Capítulo 2, seção 3:
"Agora havia sobre este tempo Jesus, um homem sábio, se for legal chamá-lo um homem; porque ele era um feitor de trabalhos maravilhosos, professor de tais homens que recebem a verdade com prazer. Ele atraiu para si ambos, muitos judeus e muitos Gentios. Ele era o Cristo. E quando Pilatos, à sugestão dos principais homens entre nós, o tinha condenado à cruz, esses que o amaram primeiramente não o abandonaram; pois ele lhes apareceu vivo novamente no terceiro dia, como os profetas divinos tinham predito estas e dez mil outras coisas maravilhosas relativas a ele. E a tribo de cristãos, assim denominada por ele, não está extinta neste dia".
Cornélio Tácito, historiador romano
Cornélio Tácito foi um historiador romano que viveu entre aproximadamente 56 e 120 DC. Acredita-se que tenha nascido na França ou Gália numa família aristocrática provinciana. Ele se tornou senador, um cônsul, e eventualmente o governador da Ásia. Tácito escreveu pelo menos quatro tratados históricos. Por volta de 115 DC, publicou Anais nos quais declara explicitamente que Nero perseguiu os cristãos para chamar atenção para longe de si do incêndio de Roma em 64 DC. Naquele contexto, ele menciona Cristo que foi pôsto a morte por Pôncio Pilatos:
Christus: Anais 15.44.2-8
"Nero fixou a culpa e infligiu as torturas mais primorosas em uma classe odiada para as suas abominações, chamados pela plebe de cristãos. Cristo, de quem o nome teve sua origem, sofreu a máxima penalidade durante o reinado de Tibério às mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos, e uma superstição mais danosa, assim conferidas para o momento, novamente falida não só na Judéia, a primeira fonte do mal, mas até mesmo em Roma..."
Interpretação da Bíblia
Princípios de Interpretação Bíblica
Uma grande responsabilidade do cristão é interpretar corretamente a Palavra de Deus. Esta é a base da obra de ensino e pregação. De nada adianta sermos excelentes comunicadores, sabermos utilizar muito bem as modernas técnicas didáticas, se entendermos mal os ensinos bíblicos, e os passarmos adiante de forma inadequada. O objetivo desse estudo é transmitir noções básicas de interpretação das Escrituras.
Minha posição quanto a essa questão é que não precisamos nos preocupar com estes pormenores acadêmicos. A título de simplificação utilizarei a expressão "Interpretação Bíblica ou IB" como significando todo o trabalho de interpretação, do início da análise gramatical até a aplicação final do texto para a nossa realidade atual.
Na verdade, todos nós praticamos a interpretação bíblica em nossas vidas diárias. Todos lemos a Bíblia e deciframos subjetivamente o que ela significa para nós. Cremos que qualquer cristão pode entender o conteúdo básico das Escrituras. Apesar disso, existem alguns princípios gerais que precisam ser conhecidos e utilizados na interpretação, principalmente pelos professores e pregadores.
Trazendo para hoje uma palavra de ontem
Um dos grandes desafios da interpretação é cultural. A Bíblia foi escrita para pessoas de outro tempo. Isso pode parecer estranho, mas vou já explicar. Quando, por exemplo, o apóstolo Paulo sentou-se para escrever a sua carta aos Efésios, ele não estava pensando nos cristãos brasileiros. Sua atenção estava voltada para pessoas do século I, que viviam dentro da cultura greco-romana-judaica.
Porém, isso não significa que não é para todos os cristãos o que está escrito. Devemos separar mandamentos de orientações. A desobediência de um quanto do outro, levam a conseqüências desastrosas.
Hoje, quando lemos a Epístola aos Efésios ou o Apocalipse, ficamos às vezes desnorteados com algumas expressões e, pior ainda, podemos compreendê-las mal. Daí podemos inferir que a primeira tarefa do intérprete bíblico é entender o que as Escrituras significaram para os seus primeiros destinatários. A partir desse ponto, é que podemos estabelecer qual a aplicação da mesma para hoje.
Serão válidos para hoje o ósculo santo, o véu no rosto para a oração (1Coríntios 11:13, 16:20)? Para respondermos isso precisamos primeiro saber: "o que significava o ósculo e o véu na sociedade daquele tempo?" Somente a partir daí é que poderemos transpor essa barreira cultural, e fazer das Escrituras algo vivo para o homem do século vinte. Para isso existem vários instrumentos disponíveis já em língua portuguesa: dicionários e manuais, introduções e comentários, livros dedicados a reconstruir os tempos bíblicos e Atlas que permitem-nos visualizar o arranjo político-geográfico dos tempos do Velho e Novo Testamentos. Além disso, todo esse conhecimento introdutório pode ser conseguido em um só volume. Se o professor ou pregador não tem como adquirir uma biblioteca completa, poderá economizar bastante comprando uma Bíblia de Estudo.
Oração
Todo o trabalho de interpretação deve começar com a oração. É necessário que nos cubramos com a proteção de Deus e convidemos o Espírito Santo a ser o nosso Mestre. O Espírito Santo tem uma tarefa de ensinar-nos acerca de Cristo (Jo 16:13-14).
Do mesmo modo, é ele quem nos mostra as profundas revelações de Deus: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito, porque o Espírito a todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus... Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim, o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente" (1Co 2:10, 12).
Em outro lugar a Escritura afirma que nosso conhecimento advém do fato de possuir uma unção do Espírito: "E vós possuís unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento" (1Jo 2:20).
O verdadeiro entendimento da Palavra advém, em primeiro lugar, desse contato íntimo e freqüente entre o intérprete e o Deus que inspirou as Escrituras.
Descrição ou Prescrição?
É preciso distinguir entre texto descritivo e texto prescritivo. Descritivo é o texto que descreve algo, narra um acontecimento. O fato de algo ser contado na Bíblia não significa que o mesmo é regra para hoje. Os relatos históricos, por exemplo, transmitem-nos preciosas lições espirituais. No entanto, não devemos tirar deles doutrinas absolutas para nós hoje. Só podemos tirar doutrina de história se houver concordância dos textos bíblicos doutrinários, principalmente nas epístolas do Novo Testamento. Prescritivo é o texto que traz regras, ensinamentos e mandamentos para nós hoje. Vemos nas Escrituras passagens destinadas claramente à instrução e doutrinamento.
Ir do simples ao complexo
Pergunte sempre qual o significado mais simples, mais claro, mais singelo. A Bíblia é um livro que pode ser entendido por todo cristão, do erudito até o semi-analfabeto. As verdades, e vontades de Deus mais preciosas e básicas são nítidas a qualquer leitor da bíblia. Como por exemplo:
“Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.” (LUCAS 10:27)
Essas palavras são claras de se entender por qualquer leigo da bíblia.
Isso não significa que todo o conteúdo bíblico seja fácil de entender. Em algumas partes, precisaremos de auxílio adicional, e aqui entra a contribuição das boas introduções, manuais e comentários. E não apenas isso. Algumas passagens, ficarão simplesmente sem interpretação, por completa falta de informação. Mesmo o maior estudioso não sabe tudo sobre a Bíblia. Por isso mesmo devemos fugir de interpretações que exijam verdadeiras ginásticas mentais. Como por exemplo, o livro de Apocalipse, que possui muitas profecias futuras e de difícil interpretação. No máximo, podemos dar algumas suposições de certas profecias e revelações de João. Muitas revelações de Apocalipse são de fácil interpretações, outras não. Só devemos ir ao complexo se houver indício de revelação progressiva.
Cuidado com os textos "misteriosos"
Não dê atenção a textos obscuros. Pode parecer estranho, mas esse é um princípio que eu considero dos mais importantes. Alguns indivíduos tem o prazer em escarafunchar curiosidades inócuas tais como quem era o jovem nu do final do Evangelho de Marcos (Mc 14:51-52), os detalhes do batismo pelos mortos citados por Paulo em 1Co 15:29, acerca da pregação de Cristo aos espíritos em prisão, citada em 1Pe 3:18-20. Assim, perde-se tempo analisando detalhes irrelevantes. Essas questões podem parecer um "prato cheio" para os eruditos e técnicos textuais do Novo Testamento, mas, na maioria das vezes, dizem pouco ao cristão comum.
Partamos do princípio que todas as principais doutrinas e ensinamentos para a nossa vida prática estão expostos de modo claro na Bíblia. Os textos complicados, porquanto bíblicos, e por isso, valiosos, não são fundamentais para a nossa fé.
Ninguém vai deixar de ser salvo, por exemplo, se desconhecer o significado do número da besta, 666, de Ap 13. O trabalho do intérprete é aprender os ensinos claros e passá-los adiante.
Não devemos buscar decifrar mistérios, especializarmo-nos em uma espécie de esoterismo cristão. Tal insistência produz obsessão por posicionamentos que não são nitidos, que não são saudáveis para a Igreja de Cristo.
“E tende por salvação a longanimidade do nosso Senhor, como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os Incautos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.”
(2 PEDRO 3:15,16)
Considere a revelação progressiva
"A terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga e, por fim, o grão cheio na espiga" Mc 4:28
Algumas verdades foram reveladas em semente no Velho Testamento, e só no Novo Testamento encontramos sua plena expressão, como por exemplo o ministério de Cristo, a Igreja, santa ceia, a situação pós-morte, etc.
Deve-se considerar a revelação progressiva no processo de interpretação. Alguém pode ler Ecl 9:5 e concluir uma doutrina errônea, afirmando que "os mortos não sabem cousa nenhuma". alguns creem, por exemplo, ensinando que depois da morte a pessoa fica inconsciente, no túmulo, aguardando o dia da ressurreição. Essa é uma interpretação que desconsidera claramente a revelação progressiva. O texto de Eclesiastes não pode ser interpretado sem considerarmos as passagens do Novo Testamento que falam sobre o estado intermediário, quando estaremos com Cristo no céu aguardando a ressurreição. Nesse caso, houve uma progressão da revelação.
Compare Escritura com Escritura
O melhor comentário sobre a Bíblia é a própria Bíblia. Compare os princípios encontrados com o restante das Escrituras. Se houver reafirmação da verdade, principalmente no Novo Testamento, devemos ensiná-la com convicção. Essa regra é chamada pelos intérpretes de "analogia das Escrituras", e, bem utilizada, evita uma série de erros grosseiros de interpretação.
O intérprete realiza o seu trabalho convicto de que a Escritura não se contradiz. Algumas verdades são difíceis de conciliar, mas isso não significa que sejam excludentes.
Um exemplo disso é a questão da responsabilidade humana e da soberania divina. Alguns afirmam que Deus é quem decreta e dirige todas as coisas. Ele domina sobre tudo, e todas as coisas ocorrem segundo o plano predeterminado pelo Senhor (Sl 139:16; Pv 21:1; Is 46:9-11; Mt 10:29; At 2:23, 4:24, 28, 13:48; Romanos 8:28-30, 9:8-24; Ef 1:5, 11; I Ts 5:9; 1Pe 5:11; Ap 1:6). Outros afirmam que, na verdade, o homem é responsável diante de Deus por seus atos. A existência do mal no mundo, e as conseqüências ruins provenientes do pecado são responsabilidade dos anjos e dos homens e não de Deus (Ez 18:29). Os homens são responsáveis diante de Deus pela sua rejeição ao Evangelho de Cristo, e quem não crer no Filho de Deus trará sobre si a justa condenação (Jo 5:24, 40, 6:29, 47-51).
Os cristãos bíblicos aceitam ambos os ensinos como expressão da mais pura verdade de Deus. Aqui encontramos uma antinomia. Antinomia, conforme o Dicionário Aurélio, é o "conflito entre duas afirmações demonstradas ou refutadas aparentemente com igual rigor". O problema, nas antinomias, não está na Bíblia, e sim na finitude de nossa compreensão. O fato de não entendermos alguma coisa não significa que ela esteja errada. O professor ou pregador deve ensinar tanto a soberania divina quanto a responsabilidade humana. Algumas respostas a tais questões só nos serão fornecidas na eternidade.
Cuidado com as "novas revelações"
Quando falamos de interpretação, o Espírito Santo não concede nova revelação, e sim iluminação. Não há nova verdade a ser acrescentada sobre o texto bíblico. Há nova iluminação, ou seja, são-nos mostrados novos aspectos da verdade que são relevantes para a nossa situação atual. A verdade é apenas uma. As aplicações dessa verdade é que são diversas. Somos incumbidos de entender a verdade e, sob a unção do Espírito de Cristo aplicá-la. Não fomos chamados para descobrir novas coisas, mas para ensinar as velhas e maravilhosas verdades de forma nova, pois elas são sempre necessárias em nossa geração.
Observe o Contexto
Para interpretar contextualmente, há de se levar em conta o conteúdo geral de todo o documento, se ele é um discurso unificado. A multidão de imaginações do pensamento sobre uma passagem, mui freqüentemente afeta ele o sentido dos termos a interpretar-se. Em algumas ocasiões, como por exemplo, numa interpretação de uma epístola, o seu "teor geral dita o sentido real da passagem".
Quando desconsideramos o contexto, estamos sujeitos a errar a nossa interpretação. Um exemplo clássico é Ap 3:20: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo". Tenho ouvido muitos pregadores que usam a passagem como uma espécie de apelo evangelístico. O convite do Senhor, no entanto, neste caso, não é dirigido aos pecadores para que eles se arrependam e creiam no evangelho. O convite de Cristo aqui dirige-se aos crentes orgulhosos. O versículo em questão faz parte da carta de Jesus à Igreja de Laodicéia (Ap 3:14).
Um modo eficaz de olharmos os textos contextualmente é os observarmos em blocos, conforme o exemplo abaixo:
Evangelho de João.
21 Capítulos, divididos em duas partes:
- Caps. 1-13: O Livro dos Sinais.
- Caps. 14-21: O Livro da Glória.
Objetivo do livro: Gerar fé nos leitores, de que Jesus Cristo é o Filho de Deus (João 20:31).
Seção é uma divisão maior do livro. No caso do Ev. de João, podemos afirmar que existem duas grandes seções: Sinais e Glória.
Capítulo é uma unidade menor dentro de uma seção. É interessante dividirmos os parágrafos dentro dos capítulos para entendermos melhor o texto.
É importante estabelecer a relação do versículo ou texto com o capítulo e com o restante do livro. Essa análise ampla permite uma interpretação harmoniosa e equilibrada.
A interpretação deve levar em conta toda essa estrutura textual. Chamamos de contexto imediato tudo aquilo que está próximo ao texto estudado (parágrafo e capítulo).
Chamamos de contexto remoto tudo aquilo que está distante, mas ao mesmo tempo abrange o texto estudado (seção— divisões maiores da obra, e o livro como um todo).
Devemos sempre perguntar ao texto: qual o contexto próximo? O parágrafo está tratando de que tema? E o capítulo? E a seção? Aqui estabeleceremos uma relação entre os elementos textuais, e estaremos mais aptos a discernir o significado da passagem. Todo texto deve ser interpretado dentro do seu contexto. Como diz um ditado da Interpretação Biblica, "texto tirado de contexto é pretexto". Muitos usam textos deslocados para provar as suas doutrinas preferidas. Não caiamos nesse ardil!
Ou seja. Texto sem contexto é pretexto para heresia.
Interpretação alegórica ou literal?
Ao interpretarmos um texto, fujamos da interpretação alegórica. O texto normalmente significa aquilo que está escrito mesmo. Em ocasiões iremos nos defrontar com figuras de linguagem. Cristo diz, por exemplo, que ele é "a porta" (João 10:7). Nesse caso, o bom senso nos diz que cabe aqui uma interpretação simbólica. Em outras situações, porém, devemos cuidar para não alegorizar aquilo que é literal.
Ouvi certa vez uma pregação sobre o casamento de Isaque relatado em Genesis 24. O pregador disse que o servo de Abraão era um "tipo" do Espírito Santo, e que Rebeca é um símbolo da Igreja. Se formos utilizar tais artifícios em nossa interpretação, poderemos transformar o texto bíblico naquilo que quisermos. Devemos levar a Bíblia a sério. Os casos onde não estiver clara uma figura de linguagem, ou onde o estilo de literatura não for claramente figurativo, tais como nos Salmos e no Apocalipse, devemos sempre interpretar literalmente. O bom senso e a liderança do Espírito Santo nos garantirão bom resultado nessa empreitada.
A Fé Salvadora
FÉ
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura.
Quem crer e for batizado será salvo: mas quem não crer será condenado.”
(Marcos 16:15,16)
A Fé Salvadora
Mt 18.3; Rm 10.5-13; Ef 2.4-10; 1 Ts 2.13; Tg 2.14-26
Certa vez Jesus destacou que, a menos que tivéssemos fé como uma criança, de maneira alguma entraríamos no Reino do céu. A fé como de uma criança é um pré-requisito para sermos membros do Reino de Deus. Há certa diferença, contudo, entre ter fé como de uma criança e ter uma fé infantil. A Bíblia nos chama a sermos crianças quanto ao mal, mas maduros em nosso entendimento. A fé salvadora é simples, mas não simplista.
Visto que a Bíblia ensina que a justificação é somente pela fé, e que a fé é uma condição necessária para a salvação, é imperativo que entendemos o que compreende a fé salvadora. Thiago explica claramente o que a fé salvadora não é: "De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?" (Tiago 2.14). Aqui Thiago faz distinção entre uma confissão de fé e a realidade da fé. Qualquer um pode dizer que tem fé. Embora certamente sejamos chamados a professar nossa fé, a simples profissão de fé por si mesma não salva ninguém. A Bíblia deixa claro que as pessoas são capazes de honrar a Cristo com seus lábios enquanto seus corações estão longe dele. Aquilo que os lábios dizem, sem nenhuma manifestação do fruto da fé, não é a fé salvadora.
Thiago prossegue e diz: "Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta."(Tiago 2.17). A fé morta é descrita por Thiago como algo sem proveito. É fútil, vã e não justifica ninguém.
Quando Lutero e os reformadores declararam que justificação é pela fé somente, perceberam que era preciso apresentar uma declaração cuidadosa de fé salvadora. Definiram a fé salvadora como incluindo os elementos constituintes necessários. A fé salvadora se compõe de informações, assentimento intelectual e confiança pessoal.
A fé salvadora envolve um conteúdo. Não somos justificados por simplesmente crermos em qualquer coisa. Alguns dizem: "Não importa no que você creia, desde que seja sincero". Este sentimento é radicalmente oposto ao ensino da Bíblia, a qual ensina que aquilo em que cremos é profundamente importante. A justificação não ocorre simplesmente por meio da sinceridade. Podemos estar sinceramente errados. A doutrina certa, nas verdades essenciais do evangelho, é um ingrediente necessário da fé salvadora. Cremos no evangelho, na pessoa e obra de Cristo. Isso é parte integrante da fé salvadora. Se nossa doutrina é herética quanto à essência, não seremos salvos. Se, por exemplo, dissermos que cremos em Cristo, mas negamos sua divindade, não possuímos a fé que justifica.
Embora seja necessário termos um entendimento correto das verdades essenciais do evangelho para sermos salvos, sabemos que uns conhecem as verdades do Cristianismo, sem que ele próprio afirme que são verdadeiras. A fé salvadora inclui o conhecimento da verdade, o assentimento mental da verdade dos evangelhos e sua obediência aos evangelhos.
Mesmo que uma pessoa entenda o evangelho e afirme ou concorde que seja verdade, ainda pode estar longe da fé salvadora. O diabo sabe que o evangelho é verdade, mas o odeia. Existe um elemento de confiança e sentimento na fé salvadora. Envolve a confiança pessoal e a dependência do evangelho. Podemos crer que uma cadeira suportará nosso peso, mas não demonstramos confiança pessoal na cadeira até que nos sentemos nela.
A confiança envolve a vontade tanto quanto a mente. Ter fé salvadora exige que amemos a verdade e desejamos viver de acordo com ela. (Salmos 119:97,113,163)
Tecnicamente falando, a confiança pessoal pode ser considerada um sub-ponto ou um acréscimo do assentimento intelectual. O diabo pode assentir quanto à verdade de certos fatos sobre Jesus, mas não assente a todos eles. Ele não assente ao amor ou à aspiração de Cristo. Entretanto, quer distingamos ou combinamos assentimento intelectual com confiança pessoal, o fato que permanece é que a fé salvadora requer o que Lutero chamou de fé viva - uma vital e pessoal confiança em Cristo como Salvador e Senhor.
A fé salvadora envolve sentimento por aquele que temos fé e cremos. Envolve aproximação e comunhão com Deus e amor a Deus. Ter fé em Deus não é suficiente para a salvação. Temos que ter fé em Deus e unirmos a ele, pois Deus é o único ser que possui vida em si mesmo e distante dele toda vida esta morta. A volta do homem a comunhão com Deus é a principal vontade de Deus.
A fé que salva é mais do que simples assentimento ou consentimento intelectual, é mais que um exercício intelectual; é também um exercício da afeição. A fé que está ligada a salvação não é mero consentimento ou exercício intelectual. Diz Calvino: “Mas é preciso que notemos bem que a sede da fé não está na cabeça, e, sim, no coração. Não me proponho a argumentar sobre a parte do corpo na qual a fé se acha localizada; mas, visto que a palavra coração geralmente significa um afeto sério e sincero, mantenho a tese de que a fé é uma confiança firme e eficaz, e não uma mera idéia oriunda da razão”.
O que é fé? Fé não é meramente certo conhecimento, pelo qual eu recebo verdadeiro tudo o que Deus nos revelou em sua palavra, mas também um sincera confiança, a qual o Espírito Santo opera em mim por meio do evangelho, para que, não só para outros, mas também para mim, nos seja dado por Deus, de sua graça, o perdão do pecado, a justiça e a vida eterna, somente por causa da obra de Cristo na cruz. Na fé salvadora ocorre o arrependimento (Atos 2:38/ 3:19), e no arrependimento há a necessidade de um despertamento intelectual de nós mesmos como pecadores, da santidade de Deus, de sua lei santa, e de sua misericórdia em Cristo; há uma desaprovação moral de nosso caráter e conduta; um sentimento de tristeza, vergonha e remorso; e um propósito de abandonar o pecado e viver uma vida santa em conformidade com a Palavra de Deus. Ao sermos instruídos a crer em Jesus Cristo como salvador, não se nos exige meramente consentir de que ele salva os pecadores, mas também receber somente ele para nossa salvação. A fé que se requer para a salvação, é um ato de toda a alma, de todo o entendimento, de todo coração e toda a vontade.
A fé salvadora produz amor.
O amor é o acompanhante necessário e inseparável e conseqüente da fé salvadora. (Gálatas 5:6)
“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.
Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou... Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escandalo.
Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1 João 2:4-6, 9-11).
A fé salvadora produz santificação.
A relação da fé com a santificação é amplamente apresentada na bíblia. (Romanos 6:19,22/ 1Tess 4:3,7)
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)
Alguém pode crer no evangelho sem estar arrependido?
A bíblia parece falar de fé em duas formas, uma fé salvífica (que leva à salvação – cf. At 16:31) e uma fé que até os demônios tem (cf. Tg 2:19). Esta, é só crer que Deus existe, já a outra envolve confiar que Deus “existe e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6). A fé de demônios não está acompanhada de arrependimento, já a que salva, por confiar exclusivamente em Cristo, abandona toda outra confiança, ou seja, se arrepende de confiar no pecado.
As aplicações disso são muitas e profundas. Vamos pensar só em duas:
Confissão de pecados
Quando confessamos um pecado estamos virando nossas costas para ele e nos voltando para Cristo em fé. São dois lados de uma mesma moeda. Sendo assim, quando você afirma ter confessado seu pecado, mas não se arrependeu de seu pecado e creu em Cristo, você está se enganando.
Sim, algumas vezes nosso coração estará duro feito uma pedra e qualquer “Senhor, quero confessar meu pecado” parece altamente hipócrita. Nesses casos, não tente apaziguar sua consciência religiosa com uma oração que nem passa do teto (cf. Sl 66:18). Abra sua bíblia em salmos de confissão, como o Salmo 32, 51, etc., ore para o Espírito Santo quebrantar seu coração, e permaneça aí até que o arrependimento venha. Outra boa coisa a se fazer é pedir ajuda para um irmão mais maduro. Lembre-se do aviso de Hebreus 3:13: “encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado”.
Evangelismo
Entendendo que fé e arrependimento andam juntos, fazer alguém repetir uma oração para receber a Cristo sem a pessoa estar arrependida é a mesma coisa que fazê-la exercer fé dos demônios. Ela não será salva, assim como os demônios não o são. Então, não seja precipitado em achar (ou pior, afirmar) que alguém foi salvo simplesmente porque repetiu uma oração. Se a pessoa não despreza seu pecado e se volta para Cristo (mesmo que imperfeitamente), então ela não foi salva. Portanto, um evangelismo que não fala da necessidade de arrependimento transforma o evangelho em uma crença barata, uma decisão vazia e pode enganar a pessoa de seu estado eterno.
Transcrição
O evangelho é uma mensagem de que podemos nos desviar da morte, deixar a rebelião contra Deus e receber perdão e nova vida com Deus. De fato, imagine só como seria se voltar para Deus sem, ao mesmo tempo, virar as costas para o pecado. Nenhum de nós, que seguimos a Cristo, afirmamos que nos arrependemos perfeitamente, mas não há como aceitar o dom gratuito da salvação em Cristo que também não implique em virar as costas para todas as coisas em que buscamos salvação. As duas coisas não podem existir ao mesmo tempo. Você não pode amar o pecado, amar sua rebelião contra Deus e, ao mesmo tempo, ter a Deus como o seu Pai amoroso. A Bíblia diz que se você realmente entende sobre o que é o evangelho, o que significa confiar em Cristo, que isso envolverá se arrepender dos seus pecados e se voltar para Ele. Então, o evangelho exige que viremos as costas para o pecado e nos voltemos para Cristo em fé.
A FÉ QUE JUSTIFICA NÃO ESTÁ SÓ
(Tiago 2:21-26)
Esta seção começou com o verso 14. Seu ponto central, é que a fé que salva, produz boas obras na vida do crente.
Tiago fez antes, a observação que se tudo que você tem, for uma fé que é apenas uma declaração doutrinal e nada além disso; você tem o mesmo tipo de fé que os demônios têm.
Isto torna claro que este tipo de fé morta, é inútil. Não pode salvar; o que se comprova pelo fato de não produzir obras em Deus, como as que foram realizadas por Abraão e Raabe, por exemplo. Enfim, as obras que são realizadas por todos os crentes genuínos, que têm a mesma fé de Abraão e Raabe, que é a fé verdadeira, que salva (v 20).
Tiago destaca a fé de Abraão e de Raabe como fé verdadeira, que justifica, porque tinha as obras, que acompanham a fé viva.
Tiago 2:21 Abraão nosso pai – Especialmente os leitores judeus da epístola apreciariam esta identificação, porém, o Novo Testamento identifica Abraão como "o pai dos que crêem" (Rom. 4:11).
Justificação por obras – Tiago destaca, que Abraão se dispôs a oferecer o próprio filho Isaque, sobre o altar, em obediência a Deus. Ora, esta obediência à ordem de Deus era a prova patente da sua fé verdadeira.
No verso 22, Tiago diz literalmente:
“Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou”.
Em outras palavras, a fé de Abraão estava acompanhada pelas obras que sempre acompanham uma fé viva. Uma fé que justifica, faz com que aquele que é justificado, produza obras de justiça, tal como Abraão.
Isto é o que se confirma no verso 24:
“Verificais que uma pessoa é justificada por obras, e não por fé somente”.
Tiago destaca que a fé sincera é sempre acompanhada de obras, segundo a vontade de Deus. O argumento de Jesus contra a fé morta e falsa dos judeus, que alegavam serem filhos de Deus, por serem descendentes de Abraão, não foi assentado na fé de Abraão, pois ficaria no mesmo lugar comum dos judeus, que o confrontavam.
O argumento usado foi que se eram de fato, filhos de Abraão, deviam fazer as mesmas obras de Abraão, tal como Abraão, que era obediente a Deus.
O ponto aqui destacado por Tiago, não é, portanto:
1) nem que somente as obras podem salvar, tanto quanto apenas ter fé em Deus e Cristo salva;
2) nem ainda que, o somatório de fé mais obras.
Thiago revela que, a fé produz frutos, prossegue dando frutos, como uma semente que brota uma arvore e dar frutos. A fé não pode estacionar. Não podemos ter uma crença em Deus, sem produzirmos amor, boas obras e renuncia do pecado.
A fé que salva, inclui muito mais que apenas concordar com as verdades que Jesus e as escrituras sagradas dizem, mas também a obediência a todas essas verdades.
“Vós, também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência,
E à ciência, temperança, e à temperança, paciência, e à paciência, piedade,
E à piedade, amor fraternal, e ao amor fraternal, amor.
Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo.” (2Pedro 1:5-8)
O primeiro ponto é totalmente descabível, porque a Palavra ensina claramente, desde o Velho Testamento, que o justo viverá pela fé, isto é, quem justifica é a fé e não as obras.
Paulo afirma expressamente em Rom 3.28:
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei”. E em Efésios 2.8,9:
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.
As afirmações de Paulo estão baseadas nas Palavras do próprio Jesus, especialmente as de João 3.16-18, onde se destaca:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.
A essência da boa nova da salvação, do evangelho, é justamente esta verdade; que o pior dos pecadores pode ser justificado somente por sua fé em Cristo, independentemente de ter que fazer algo de bom para Deus, a fim de poder pagar o preço por todos os seus pecados.
Ele recebe este perdão gratuitamente, em razão da obra que Jesus fez em seu favor.
Quanto ao segundo ponto, de que não é somente a fé que salva, mas o somatório de fé mais obras; temos para destacar o exemplo daqueles, que aceitam a Cristo no leito de enfermidade e morrem logo em seguida, não tendo tempo para fazer qualquer obra.
O ladrão que se converteu na cruz, também ilustra bem esta verdade, que não é o somatório de fé mais obras que salva, mas somente a fé.
Quando dizemos somente a fé, não contradizemos Tiago. Ele não quer afirmar que as obras podem salvar independentemente da fé, ou mesmo que se tem que praticar obras juntamente com a fé, para que haja salvação. Não é a isto que Tiago quer se referir, mas que uma verdadeira fé, naqueles que afirmam pertencer a Cristo, sempre revelará evidências em obras, desta união do crente com Cristo. Ela será acompanhada das obras de Deus naqueles que de fato, passaram a pertencer a Cristo, pela fé nEle.
Uma afirmação de que se tem fé em Cristo, sem a evidência destas obras, é de fato a fé de alguém que não conhece a Cristo. Uma fé morta.
A fé de um filho de Deus, sempre produzirá alguma evidência de que a pessoa pertence a Cristo, porque a fé verdadeira que Ele dá ao crente, é viva, indestrutível, e operante de boas obras.
Este verso 24, é realmente uma resposta à pergunta do verso 14:
“Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salva-lo?”
Veja que Tiago está se referindo a quem não foi salvo por Cristo, por ter a fé que não tem obras. Não está em foco portanto, na condição alinhada neste trecho da carta de Tiago, autênticos crentes, quando fala de fé morta, que não tem obras; porque como já dissemos antes, não pode de fato salvar, já que não é a fé verdadeira que Cristo dá àqueles que nEle crêem.
Certamente aproveita a ilustração e o fato, para exortar os crentes à prática das boas obras, posto que podem e devem fazê-las; já que o poder e a vida de Cristo opera neles, por graça.
O assunto desta porção de Tiago, não é colocado de maneira técnica ou teológica, com vistas a discutir o assunto justificação pela fé, e justificação pelas obras.
Não era de modo nenhum a intenção de Tiago debater sobre o assunto, para fazer uma reflexão teológica da possibilidade de alguém poder ser justificado por boas obras, sem a fé; ou ser justificado pela fé sem as obras. O que ele quer enfatizar é que a verdadeira fé, que justifica, nunca está sozinha, pois sempre é acompanhada por obras.
Ele quer enfatizar as evidências, os resultados da fé verdadeira.
Já o apóstolo Paulo, quando afirma que o pecador é salvo pela graça, mediante a fé, e não pelas obras; não quer de modo algum dizer, que o crente não deve praticar boas obras. Ele recomenda isto abundantemente, em suas epístolas.
Mas, a sua ênfase recai exatamente, sobre a reflexão teológica da salvação pela fé, e não pelas obras que alguém pratique para tal fim, sem que tenha a fé salvadora.
Obras sem a fé que salva, não pode realmente justificar a quem quer que seja, por melhores e maiores que sejam estas boas obras.
Não é de modo algum, o que de bom um crente autêntico possa fazer, que lhe faz receber a justificação, mas a obra de Cristo em seu favor; cujo benefício se recebe somente pela fé. Mas, o crente que assim foi justificado terá para si mesmo, a prova disto em razão de verificar, que esta fé o capacita e o conduz à prática das boas obras designadas por Deus, para serem praticadas por aqueles que são assim justificados, e tornados Seus filhos por meio desta justificação.
No versículo 25, é destacada a ação de Raabe, provando que de fato se convertera a Deus. Ela possuía uma fé sincera e genuína; a fé que salva.
Realmente, Tiago tem razão no que afirma, porque o evangelho produz mudança de vida. Novo nascimento, pelo Espírito Santo.
De nada serve alguém afirmar, que crê que Jesus é o Salvador e Senhor; e não tiver uma vida transformada, que comprove que sua fé é verdadeira.
Uma fé que não transformou a vida é morta, e não poderá produzir as obras de Deus.
Assim, se não houver nenhuma obra, a fé alegada é um consentimento meramente intelectual. Isto até mesmo os demônios fazem.
"Somente a fé justifica, mas a fé que justifica não está só" (Calvino).
A FÉ QUE SALVA PRODUZ OBRAS
(Tiago 2:18-20)
Há dois fatos básicos e importantes que sempre devem ser se lembrados, ao se estudar o assunto da fé e obras relacionado à salvação:
1. A salvação sempre é pela fé, à parte de obras.
2. A salvação por fé, sempre resulta em obras.
Tiago se preocupa em enfatizar o segundo destes dois pontos. Se você tiver a fé que salva, haverá obras em sua vida. Se não há nenhuma obra, então, sua fé não é a que salva.
O fato que há alguns incrédulos que parecem ser crentes, ou alguns crentes que parecem estar vivendo como incrédulos, não muda a verdade básica que a verdadeira fé muda a vida, e resulta em obras.
O fato de que um verdadeiro crente produzirá boas obras, não significa que podemos discernir ou ver isto em todas as situações. Às vezes, nós nos enganaremos, porque o joio e o trigo estão juntos. Apesar de Jesus ter dito, que pelos frutos conheceremos aqueles que não são seus, nem sempre somos hábeis o bastante para identificar o joio no meio do trigo.
Tiago parece querer demonstrar que uma boa confissão doutrinal, não significa necessariamente que a pessoa que a faz, tem a fé que salva.
No verso 18, através de um desafio genérico, Tiago afirma que uma verdadeira fé pode ser vista, pelas obras que a acompanham; mas, uma fé morta e falsa, não tem obras.
No verso 19, Tiago afirma que crer que há somente um Deus verdadeiro é quase um dever para toda e qualquer pessoa. Até os próprios demônios crêem nesta verdade, e tremem.
No contexto das coisas que ele afirma, está bastante claro que uma fé deste tipo não é suficiente para salvar, se não houver evidência na vida dos frutos da única e verdadeira fé que salva.
A palavra “inútil”, “inoperante”, do verso 20, é “arge”, no grego, que tem a idéia de "estéril", “ocioso”, “não funcional”, ou "ineficaz".
O ponto é que este tipo de fé, não pode produzir a salvação (cf. v. 14).
Jesus ensinou uma verdade bem parecida em João 8:33-47. Estes judeus acreditavam que eram de Deus, em razão da confiança de sua posição como descendentes de Abraão (cf. v. 33,39).
Note a resposta de Jesus à reivindicação deles no verso 39:
"Se vocês fossem filhos de Abraão fariam as obras de Abraão".
Ele diz que o pai deles era o diabo porque faziam as suas obras (cf. v. 41,44).
Jesus relaciona assim, as obras da fé à salvação, como que mostrando que um verdadeiro crente, não é conhecido simplesmente por aquilo em que afirma crer, mas pelas suas ações e suas obras, que evidenciam uma vida transformada por Deus mediante a fé.
SALVAÇÃO - UM DOM DE DEUS
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus".
(Efésios 2:8)
A maioria dos homens tenta colocar Deus numa posição de débito com relação a sua salvação. Eles trabalham para serem salvos, ao invés de trabalharem por serem salvos. Eles vão "procurando estabelecer a sua própria justiça" (Rm. 10:3). Deste modo, pessoas mundanas procuram vida eterna - "Que faremos para realizar as obras de Deus?" (Jo. 6:28). Embora em palavras renunciem toda pretensão de qualquer mérito neles mesmos ou em suas obras, eles acalentam uma esperança secreta de serem recomendados a Deus por sua decência, sobriedade e performance religiosa. Deste modo, aqueles que tem uma pequena preocupação com suas almas, como o jovem rico, buscam a vida eterna - "Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?" (Mt. 19:16). Seu maior desejo era parecer justo diante de Deus. Assim também, aqueles que experimentam uma inquietação mais profunda, freqüentemente vagueiam buscando perdão e paz. Talvez haja traços deste sentimento na pergunta ansiosa do pobre carcereiro - "Senhores, que devo fazer para que seja salvo?" (At. 16:30); e no grito lancinante do prostrado Saulo - "Senhor, que queres que eu faça?" (At.9:6). Certamente esta justiça própria é o pior e mais duradouro veneno do coração humano. A maioria dos homens, debaixo de convicção, se mostra relutante em abandonar a confiança que depositam em si mesmos. Eles não estão dispostos a tirar suas esperanças das suas "boas" obras. Eles se assustam com a idéia de estarem perdidos, a despeito de qualquer coisa que façam. Eles não gostam do perigo de jazer sem socorro e sem justificativa, aos pés da soberania de Deus. Quão solene estas palavras deveriam ser, para um pecador neste estado "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus".
O que é fé?
Qual é a natureza psicológica do ato ou estado da mente ao qual designamos fé ou crença?
Fé, no sentido mais amplo do termo, é o assentimento à verdade, ou a persuasão da mente de que algo é certo. Em linguagem popular ordinária, dizemos que cremos naquilo que consideramos certo. O elemento primário da fé é confiança.
Definição de FÉ
1)- Secularmente: Confiança, crença, crédito; convicção; ( Invoca a idéia de: Fidelidade; lealdade; honestidade, religião)
2)- Teologicamente : Uma firme convicção, efetuada no coração pelo Espírito Santo, quanto a verdade do evangelho, e uma confiança sincera e entusiástica nas promessas de Deus em Cristo. Fé é crer, acreditar.
3)- Bíblicamente: “Ora, a fé é: A CERTEZA de cousas que se esperam A CONVICÇÃO de fatos que se não vêem”- Hb.11:1
DIFERENTES “TIPOS” DE FÉ
A Bíblia não fala de fé sempre no mesmo sentido, existem várias distinções, destacaremos as seguintes:
1. Fé Histórica - Pode ser definida como a aceitação intelectual da verdade da Escritura sem qualquer resposta moral ou espiritual (João.3:29-Nicodemos) Ela aceita as verdades bíblicas, como aceita as verdades históricas, sem nenhum envolvimento mais profundo (At.26:27 - Agripa)
2. Fé para Milagres - Consiste na convicção de alguém de que um milagre será efetuado através dele crer
(Mateus 17:20/ 9:19-22/ 9:27-30/ 13:58/ Marc.16:17,18/ Mat.8:13/ João11:23-27) Esta fé para milagres pode ou não ser acompanhada da fé salvadora.
3. Fé Temporal - Consiste na crença das verdades religiosas acompanhadas de algum despertamento de consciência e um excitamento de emoções, mas que não está enraizada em um coração regenerado (Mateus 13:20,21). É óbvio que não é uma fé hipócrita, quem a possui, enquanto dura, acha que é a fé verdadeira e pode até mesmo parecer ser. Uma das maneiras de distinguir Fé temporal de Fé salvadora é: A fé temporal se baseia na emoção e procura antes o gozo pessoal; A fé salvadora se baseia na Palavra e procura antes a glória de Deus. Não há nada mais comum do que o fato de o evangelho produzir uma impressão temporal, mais ou menos profunda e duradoura. Os que recebem essa impressão, crêem. Mas, por não terem raiz em si mesmo, mais cedo ou mais tarde apostatam. É igualmente uma experiência comum é que homens totalmente indiferentes ou descrentes, em tempos de perigo, ou ao avizinhar-se da morte, se convencem profundamente da certeza daquelas verdades religiosas previamente conhecidas, porem ate então negligenciadas ou rejeitadas. Essa fé temporal se deve à graça comum; ou seja, àquelas influencias do Espírito Santo comuns em maior ou menor medida a todos homens, que operam na alma sem renová-la, e que revelam a verdade à consciência, e fazem com que produza convicção.
4. Fé Morta ou Especulativa - Há muitos que crêem que a bíblia é a palavra de Deus; que recebem tudo o que ela ensina; e que são perfeitamente ortodoxos em sua crenças doutrinarias. Caso lhes seja indagado por que crêem, talvez nem saibam o que responder. A reflexão poderia levá-los a dizer que crêem porque outros crêem. Recebem sua fé por herança. Foram ensinados a crer assim desde a mais tenra idade. A igreja à qual pertence inculca esta fé, que lhes é ensinada como verdadeira e necessária. Outros de maior cultura podem dizer que a evidência da origem divina da bíblia, tanto externa quanto interna, satisfaz sua mente e lhes produz a convicção racional de que as Escrituras são uma revelação de Deus, e recebem seu conteúdo com base nessa autoridade. Essa fé, tal como ensina a experiência, é perfeitamente compatível com a uma vida mundana. Isso é o que Bíblia chama de fé morta.
5- Fé Salvífica – A fé que assegura a vida eterna; que nos une a Cristo como membros vivos de seu corpo; que nos converte em filhos de Deus; que nos faz participantes de todos os benefícios da redenção; que opera através do amor e é frutífera em boas obras, fundamenta-se não apenas na evidencia externa ou moral da verdade, mas no testemunho do Espírito Santo com a verdade e através da verdade na alma renovada.
ELEMENTOS BÁSICOS DA FÉ SALVADORA
1. O elemento intelectual - (Conhecimento) O reconhecimento positivo da verdade, na qual se aceita a Palavra de Deus como realmente sendo a palavra de Deus.
É um conhecimento seguro - A certeza deste conhecimento, como “a certeza do que se espera...”
Este conhecimento, que se transforma em reconhecimento, leva a pessoa a desejar “conhecer cada vez mais a Deus e quanto mais O conhece, mais o ama – Oséias.6:3
2- O elemento emocional – ( Assentimento) O conhecimento intelectual apenas não é suficiente em relação á verdadeira fé. É necessário o assentimento, ou seja, alguma coisa no sentimento acontece também:
A alma fica impressionada com a verdade salvadora, causando-lhe um interesse pessoal, um envolvimento, um santo entusiasmo. Poderíamos chamar de um sentir-se bem, ou seja, um assentimento sincero.
3. O elemento volitivo (Confiança) É o que os téologos chamam de o elemento coroador da fé. A fé salvadora não é apenas uma questão intelectual, nem emocional, mas é também uma questão da vontade que determina a direção da vida, um ato da alma pelo qual ela vai ao encontro de seu objeto e o abraça. Na fé salvadora, este terceiro elemento é chamado de CONFIANÇA PESSOAL e inabalável na pessoa de JESUS CRISTO, como Senhor e Salvador, que inclui uma rendição voluntária e completa diante de Jesus Cristo, nEle apropriando-se da fonte de perdão e da vida espiritual, recebendo como recompensa a segurança e garantia de gratidão e alegria.
Ilustração : O Filho pródigo
1= Intelecto - Lembrou-se de seu pai, pelo conhecimento que tinha dele;
2=Emocional - Preparou-se para ir de encontro a ele, sentindo-se arrependido, mas com a certeza de que seria bom estar na casa do pai, ainda que fosse como um mero empregado;
3=Volitivo- Encheu-se de coragem e foi confiantemente ao encontro do pai, crendo que seria recebido por ele
fé natural e fé salvadora
A definição de fé natural é facilmente extraída dos dicionários, como se lê: "fé.1 crença religiosa. 2. Conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto. 3. Rel. A primeira das virtudes teológicas: adesão e anuência pessoal a Deus. 4. Firmeza na execução de uma promessa ou compromisso. 5. Crença, confiança. 6. Testemunho autêntico, escrito, de certos funcionários, que tem força em juízo".
Da definição dos dicionários subentende-se que até mesmo os ateus possuem algo em que acreditar. Se eles professam que não crêem em Deus, ao menos crêem nas leis da natureza e em suas próprias ideologias.
A fé natural refere-se à certeza que o homem tem das coisas concernentes ao seu dia-a-dia. Todos os homens possuem a certeza de um amanhã. Todos têm certeza das conseqüências dos seus atos. Todos têm certeza quanto às leis da física, da matemática, da natureza, etc.
Esta confiança não é algo nato do homem. A fé surge através da inteiração do homem com o mundo. Ao nascer, o homem não tem certeza ou fé, e nem mesmo acredita em coisa alguma. Porém, no decorrer do tempo, o homem passa a interagir com o mundo, e dessa interação surge às certezas e as crenças.
A fé natural surge da experimentação, do ensino, da constatação. O que leva a concluir que a fé não é proveniente do homem, antes, a fé é proveniente do mundo que o cerca. A realidade é que concede elementos por demais convincentes e dignos de confiabilidade ao homem.
Isto é verificável de duas formas:
(1) a certeza que o homem possui não torna a realidade verdadeira ou certa, ou seja, a certeza do homem não muda a essência real das coisas;
(2) antes de o homem vir à existência, certas verdades já existiam.
A verdade produz certeza (fé), mas a certeza não produz verdade. O que nos leva a concluir que a fé não é proveniente do homem, mas sim, das coisas que estão a muito estabelecidas.
Não é a confiança do homem que promove a infabilidade das leis naturais, antes a certeza de que tais leis são irrevogáveis, é que promove a confiança do homem.
A fé, ou a confiança, surge da constatação de verdades contidas no mundo, e o homem passa a agir conforme estas verdades ou a esperar com confiança nas leis naturais que constatou com os seus sentidos e perspectivas. Ex: a lei da gravidade, a chuva, dia e noite, etc.
A fé natural surge no homem quando ele consegue 'mapear' os eventos que o cercam durante o seu desenvolvimento. Com base nos elementos que o meio fornece, e através daquilo que conseguiu constatar, surge a 'fé', e este homem passa a agir de modo seguro e confiante.
A 'crença' do homem não garante os eventos que acorre ao seu redor, porém, os eventos certos e previsíveis produzem confiança, fazendo o homem agir com segurança.
A certeza que o homem tem quanto à lei da gravidade não é o que a torna real, antes é a ação da gravidade ao influenciar a realidade que o cerca que lhe dá a certeza da existência desta lei. Esta certeza foi adquirida gradualmente, aprendida e internalizada de forma experimental e teórica.
O atrito dá certeza a um motorista que o carro não derrapará. O semeador semeia na certeza de que a terra produzirá e que as sementes germinarão segundo a sua espécie. A fé no amanhã dá ao o homem a condição necessária para desenvolver projetos, etc.
A fé natural e a fé salvadora possuem os mesmos princípios quanto à sua inserção no homem, porém, elas diferem quanto à finalidade.
A fé salvadora é semelhante à fé natural, pois ambas são alcançadas de fora para dentro. Enquanto esta advém da inteiração do homem com o mundo, aquela advém da inteiração do homem com a palavra de Deus.
A diferença principal entre fé salvadora e fé natural está no objetivo, ou na finalidade a que ambas propõe. Em última instância, tanto a fé natural, quanto a fé salvadora são provenientes de Deus.
A fidelidade de Deus é onde a confiança de todos os homens fundamenta-se.
Para uns, a confiança é algo imperceptível, uma vez que não se dão conta que a infabilidade das leis naturais é que dá segurança e equilíbrio à existência dos homens. Outros, além de desfrutarem da segurança e equilíbrio que as leis naturais conferem ao seu dia-a-dia, ao saberem que Deus providenciou salvação poderosa a todos os homens, descansam e esperam na fidelidade de Deus, que prometeu e é poderoso para cumprir.
A fé salvadora apresenta as características seguintes:
1. A fé salvadora provem da crença na verdade, na palavra de Deus e no Deus verdadeiro. A fé salvadora não provem de heresias ou num Deus falso.
2. A salvação é pré-estabelecida - antes que o homem viesse a existir, Deus providenciou salvação a todos os homens;
3. A fé é certeza das coisas que não se vêem - não é a fé que torna real o mundo vindouro, antes, é a realidade do mundo vindouro que proporciona fé;
Todos os homens de alguma maneira exercem confiança. O crente é aquele que faz menção do nome do Senhor, pois crê na informação de que Deus salva o homem Sl 20: 6-7. O descrente, por sua vez, confia em suas forças e possessões, pois através destes elementos ele consegue influenciar e interagir com o mundo.
"Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus"
(Salmos 20:7)
Fé Ativa x Fé Passiva
A fé ativa e a fé passiva é o que difere a fé que salva e a fé que não salva. A fé ativa, crê em Deus, crê na sua palavra, pratica a palavra de Deus, tem comunhão com Deus, faz a obra de Deus, busca a Deus em primeiro lugar. A fé passiva se contenta apenas em crer em Deus e na sua palavra, mas não envolve um sentimento profundo de comunhão com Deus, mas põe Deus como algo secundário, não como prioridade. A fé passiva crer que não é preciso estar constantemente em oração a Deus e nem ser muito religioso. Deus é lembrado apenas nos momentos de dificuldades ou em momentos festivos.
Fé intelectual
É muito importante em si mesmo, mas não é suficiente para a salvação (Atos: 17.28/ Tiago: 2.19) denominamos como fé objetiva (fé exterior), que pode vir ao encontro de pessoas humanas pelo testemunho e estudo das Escrituras e a manifestação do universo visível.
Assim a fé intelectual afirma a existência de Deus, mas não descobre o plano da redenção. (Salmo: 19/ Atos 17.11/ Romanos: 10.17)
A fé traz a remissão dos pecados. (Atos 10.43)
A fé traz a justificação. (Romanos 5.1)
A fé traz a santificação. (Atos 15.9)
A fé traz a luz espiritual. (João 12.36,46)
A fé traz a vida espiritual no contexto profundo da promessa. (João 20.31).
A fé traz a adoração. (Gálatas 3.26).
A fé traz o acesso a Deus. (Romanos 5.2).
A fé traz o descanso espiritual. (paz interior) Hebreu 4.3.
Crer e ter fé
Fé quer dizer fidelidade. Ter fé significa, pois, ter fidelidade. Logo, o que Jesus quis dizer foi: “Quem tiver fidelidade a mim, ou “Quem não pisar na bola comigo”. É, pois, a quem for mesmo seu discípulo de verdade que Ele se refere como sendo aquele que se salva, ou seja, aquele que tem uma verdadeira conversão.
Freqüentemente, vemos pessoas, dizendo que estão salvas, porque crêem em Jesus.
Se só crer em Jesus bastasse para alguém estar salvo, os demônios estariam salvos, pois eles crêem também Nele!
TER FÉ SIM, MAS FÉ EM QUE OU EM QUEM E COMO?
Hoje em dia é comum as pessoas dizerem que possuem fé, mas não sabem no que ou em quem se deve ter fé.
Por óbvio, o conceito primitivo e original da palavra fé consiste na confiança, credibilidade, crença, crédito, na pessoa de Deus e de sua Palavra:
Números 14:11 - "Disse então o Senhor a Moisés: Até quando me desprezará este povo e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que tenho feito no meio dele?"
Hebreus 11:6 - "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, (...)."
As pessoas pensam que basta crer que Deus existe, mas até os demônios crêem em Deus, pois O conhecem face a face, e, por isso, tremem de medo (Tiago 2:19; Jó 1:6; I Reis 22:19-23; II Crônicas 18:18-23; Mateus 8:28-29; Ezequiel 28:13-14).
Como os demônios, muitos crêem que Deus existe, mas não Lhe obedecem, não Lhe servem, não fazem o que Lhe agrada, não O buscam, não O ama, não dão ouvidos à sua Palavra, são rebeldes, desobedientes, insubmissos ...
II Crônicas 20:20 - "(...) Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e sereis bem sucedidos."
II Samuel 22:2-4 - "O Senhor é o meu rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador. É meu Deus, a minha rocha, nele confiarei; é o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu alto retiro, e o meu refúgio. O meu Salvador; da violência tu me livras. Ao Senhor invocarei, pois é digno de louvor; assim serei salvo dos meus inimigos."
I Pedro 2:6-8 - "Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina, e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados."
Isaías 43:10 - "Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá."
Do que adianta crer que Deus existe, mas não acreditar nas Palavras de Deus? Do que adianta crer em Deus e em sua Palavra, mas não a viver, cumprir, obedecer, observar, respeitar, por em prática?
I João 2:3-7 - "E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou."
João 14:15 - "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos."
João 14:21 - "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele."
João 14:23-24 - "Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me amar, guardará a minha palavra (...).Quem não me ama, não guarda as minhas palavras (...)."
João 5:38 - "(...) sua palavra não permanece em vós; porque não credes naquele que ele enviou"
João 5:47 - "Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras?"
João 8:47 - "Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso vós não as ouvis, porque não sois de Deus."
Atos 24:14 - "Mas confesso-te isto: que, seguindo o caminho a que eles chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas,"
I Coríntios 2:4-5 - "A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus."
João 8:31 - "Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
A crença popular diz que, cada um deve crer ao seu modo, ao seu jeito, ao seu bel prazer. Então para que servem as Escrituras? Não possuem utilidade? Acaso as Escrituras só prestam como mero objeto para adorno, enfeite, decoração numa sala, quarto, estante, ficar empoeirando?
Por óbvio Deus não julgará as pessoas conforme suas próprias definições do que seja justo, bem, bom, certo, mal, mau e errado, pois cada pessoa possui sua própria definição para esses conceitos. Assim o padrão para Deus definir se uma pessoa foi boa ou má são as Escrituras (Sua Palavra, seus Mandamentos).
Eclesiastes 12:13-14 - "Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau."
II Timóteo 4:3-4 - "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas."
Colossenses 2:8 - "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;"
Mateus 15:8-9 - "Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."
A FÉ, não é um negócio, mais ou menos do tipo: EU CREIO E DEUS ME ABENÇOA. Em algumas religiões modernas, cujos Pastores têm pouca teologia e conhecimentos religiosos, a fé é assim apresentada, como se fosse um contrato ou um negócio entre Deus e o fiel. Fala-se, então, muito em milagres e prosperidade, dentro do seguinte pensamento: Se você crer, você será abençoado com riquezas e prosperidade. Deus se fará como que um secretário a serviço de sua vida. Repete-se à exaustão que Deus é fiel às suas promessas e que não abandona aos que ama e O amam. Isto é verdade, mas Deus não promete benesses em troca de fé. Não é Ele que deve fazer a nossa vontade, mas nós a dEle. Por isso, a fé não é um negócio ou um contrato entre partes desiguais: Deus e nós.
Qual é a fonte de onde você busca a tua fé? Em quem você tem fé?
Se simplesmente crermos com intensidade suficiente, de algum modo vamos conseguir. Esse é o pensamento popular. O que você crê não é importante. Simplesmente creia. Por trás disso está a idéia nebulosa de que a fé é uma força todo-poderosa que flui pelo Universo e que pode ser apropriada por qualquer pessoa assim que quiser. O que se ignora em tudo isso é que fé verdadeira e salvadora só existe quando está ligada à verdade.
Se ao lermos a bíblia, acreditarmos somente no que concordamos e acreditamos; na verdade acreditamos em nós próprios e não na palavra de Deus.
Fé especial (sobrenatural), Fé intelectual,
Fé especial; ou sobrenatural: conforme o significado do pensamento, é vista como um dos dons de poder. (I Corintios: 12.9).
Qualquer milagre divino operado na Bíblia, era realizado através da fé especial. (Hebreus: 11.5,11,20,23,29).
A fé especial é uma capacidade vinda diretamente de Deus, capacitando o homem para este ou para aquele fim. Falando sobre ela, o Senhor: Ó mulher, grande é tua fé! (Mateus:15.28). E para um dos seus apóstolos: Homem de pouca fé…(Mateus: 14.31). E, alguém poderá então perguntar se a fé de Pedro foi, ou era especial? Respondemos que sim!
A poucos instantes que ele ouviu de Jesus esta exortação,usando a fé, andou sobre as águas. Ninguém pode andar como Pedro andou, sem fé especial. Mas, infelizmente, sua confiança desceu um pouco e Pedro afundou, precisando de Jesus para o salvá-lo.
(Mateus: 14.30).
Fé intelectual. É muito importante em si mesmo, mas não é suficiente para a salvação (Atos: 17.28—Tiago: 2.19) denominamos como fé objetiva (fé exterior), que pode vir ao encontro de pessoas humanas pelo testemunho e estudo das Escrituras e a manifestação do universo visível.
Assim a fé intelectual afirma a existência de Deus, mas não descobre o plano da redenção. (Salmo: 19—Atos 17.11—Romanos: 10.17)
Pode haver conhecimento das verdades contidas na palavra de Deus e não crer. Por outro lado, pode haver fé e não haver um profundo conhecimento das verdades contidas na palavra de Deus, porém o pouco conhecimento que se possui é suficiente para crer de forma verdadeira e viver a fé em Deus de forma verdadeira.
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